sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

ANÁLISE


Como perdemos jovens no Brasil


            Muito embora a expectativa de vida ao nascer no Brasil tenha aumentado para 74,9 anos em 2013, para ambos os sexos, segundo IBGE. O estudo calculado pelo órgão mostra que a expectativa de vida para todas as idades até 80 anos, apresentou um aumento de 3 meses e 25 dias em relação a 2012, quando a esperança de vida do brasileiro era de 74,6 anos. Mas, se comparada com a de dez anos atrás, a expectativa de vida do brasileiro aumentou mais de três anos. Em 2003, era de 71,3 anos.
            Este pequeno aumento, mantém a tendência de crescimento da taxa por anos consecutivos. Uma criança de dez anos de idade, por exemplo, tem a expectativa de viver até os 76,3 anos. Um jovem de 18 anos deve viver, em média, até os 76,6 anos. Uma pessoa de 40 anos tem a expectativa de vida de 78,5 anos. Aqueles que têm 80 anos ou mais têm expectativa média de viver mais 9,2 anos.
            No Amapá esperança de vida ao nascer era de 73,1 anos incremento de 13 anos em relação a 1980. Para a população masculina, o aumento foi de 12 anos, passando de 57,7 anos em 1980 para 70,3 anos em 2013. Já para as mulheres, o ganho foi maior (13 anos), passando de 62,8 anos para 76,1 anos. A mortalidade dos jovens amapaenses (15 a 24 anos) também diminuiu nesses 33 anos, contudo de formas bem diferentes segundo o sexo. Em 1980, de cada mil jovens do sexo masculino que atingissem os 15 anos, aproximadamente 44 não completariam os 25 anos. Em 2013, essa proporção foi de 27 por mil, um declínio de 37,2%.Esse fenômeno pode ser explicado pela maior incidência dos óbitos por causas violentas na população masculina.
            Temos aqui cenários diferentes, o envelhecimento da população acima de quarenta anos e a morte dos jovens. Para reforçar este entendimento, de acordo o Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) 2014, divulgado no incio de janeiro deste ano, mostra que 30 mil jovens, aproximadamente, foram assinados em 2012. 76,5% eram negros ou pardos e 23,5% eram brancos. A variação de homicídios entre os jovens, de 2007 à 2012, entre negros e brancos de 12 a 29 anos, aumentou em 21,3% o total de homicídios de jovens negros. Com relação aos jovens brancos reduziu em -5,5%. O Brasil em preto e branco, mostra que a chance de um jovem negro ser assassinado é 2,5 vezes a de um branco.  Veja bem, que nesta faixa etária a população brasileira, segundo o Censo de 2010 (IBGE), se constituí de 54,1% de negros (pretos) e pardos. Aqui no Amapá, é de 74,1%. Isto é, bem acima da média nacional. 
            Estudo divulgado em pelo Unicef (set/2014), aponta que o Brasil é o 6º em morte de jovens no mundo. A publicação contém informações de 190 países. São 17 mortes de crianças e adolescentes por mil habitantes. Os países a frente do Brasil são El Salvador, com 27 mortes, Guatemala, com 22, Venezuela, com 20, Haiti, com 19 e Lesoto, com 18.
            O que leva nos dias atuais, a tão grande exposição da violência entre os jovens no Brasil? Para os especialistas, a violência aumenta especialmente nas áreas urbanas. Outro motivo (para a violência), que são apontados é a desigualdade social, inclusive de renda que existe no Brasil. Como podemos perceber, a maioria dos homicídios que ocorrem são geralmente entre negros das periferias e sem oportunidades. Pessoas, que não têm sido incluídas nos avanços do país, porque ainda não têm acesso a educação e as politicas públicas de qualidade. Fica patente a ausência da mão do estado para que possam inseri-los neste contexto social e mudar esta realidade.


           
Adrimauro Gemaque (adrimaurosg@gmail.com)

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