Artigo – 18 de fevereiro de 2015
A VIDA QUE SEGUE
Rodolfo Juarez
Passou o carnaval e todos voltam à realidade.
O período de festas foi intenso, longo e serviu para adiar compromissos, alguns
considerados inadiáveis antes do período de Momo, mas que acabou sendo relevado
depois que boa parte da população ficou de frente com a grande festa.
Para a maioria foram quatro dias, para outros
cinco, mesmo assim tem gente que ou ainda não acordou ou se acordou, não quer
levantar por causa dos compromissos que estão adiados pela força do carnaval.
Ir a luta é uma obrigação!
E lá vamos todos nós enfrentarmos a dura
realidade depois da ilusão trabalhada nestes quatro dias que contabilizaram
novos devedores, alguns arrependimentos ou a curtição dos excessos sobre as
diversas formas.
Mesmo assim há aqueles que estão satisfeitos.
Estes são os privilegiados que, além de se divertirem ainda sabem que o final
do mês está salvo e que as contas estão em dia.
Os casais que brincaram juntos e que agora
estão lamentando juntos sabem que têm de trabalhar dobrado, uma vez que o
almoço e a janta continuam obrigatórios e têm de serem postos à mesa todos os
dias, independente da festa ou das brincadeiras ou viagens feitas durante o
carnaval.
Ao que parece o tamanho do mês de fevereiro
deste ano vai ser a salvação de alguns que já estão pensando no dia 27, último
dia útil do mês, para recomeçar a vida com maior organização, com menor
desperdício e dentro dos limites que os gastos do carnaval impuseram.
Aqueles que trabalharam no período das festas
têm a desculpa de que nem tiveram tempo para gastar fora do que limita o
conta-gotas do seu salário.
Mas é preciso trabalhar, chegar com vontade
para recuperar o período de afastamento, mesmo precisando de tempo para contar
as histórias do período do reinado de Momo, como também para reclamar das
dificuldades que deve enfrentar daqui por diante, no mínimo até o final do mês.
É a luta da coerência com a vontade, desta
vez vencida pela vontade que não deixou por menos e exigiu os gastos que agora
são lamentados. Foram abadás, bebidas, churrascos, transportes e mais uma série
de gastos que ficaram pulando na frente das pessoas mais do que os colegas
carnavalescos.
Tomara que a lição fique para alguns, pois,
depois da festa sempre vem as lamentações, principalmente daqueles que beijaram
demais e estão arrependidos; que pularam demais e estão doídos; que gastaram
demais e ainda emprestaram do amigo para pagar quinta-feira.
O consolo para alguns é que ano que vem tem
mais, muito mais, mesmo para aqueles que estão arrependidos ou insatisfeitos,
seja lá por que for ou com quem quer que seja.
Avante foliões, a vida segue e os problemas
não foram esgotados no carnaval como pensado.
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