O ENGENHEIRO EM AMBIENTE DE CRISE
Rodolfo Juarez
O que
está acontecendo no Amapá com os profissionais da área de engenharia foi
retratado na semana que passou, em um artigo que trouxe, como feedback, o
quando pode estar sendo um erro dos administradores não se valerem do
conhecimento dos engenheiros e dos técnicos na área de engenharia, nas diversas
especialidades, para equacionar os recorrentes problemas que atravancam a
Administração Pública e o Estado.
E são
muitos e cada vez maiores esses problemas que atravessam a cidade e todas as
direções, caminham pelas rodovias municipais, estaduais e federais, até
chegarem ao interior, onde os agricultores estão experimentando o
pão-que-o-diabo-amassou.
Não
custa nada escalar os engenheiros e os técnicos em engenharia para jogar no
time principal das administrações. Não em posições de menor importância, ou
para ficar no “banco” esperando uma oportunidade.
O jogo
que está sendo jogado é para craques e para artilheiros. Para aqueles que
conhecem a profissão. Aqueles que tenham condições de chamar a responsabilidade
para si, dar um drible quando está o “jogo” difícil ou “ficar com a bola”
quando estiver ganhando o “jogo” e com a “partida” sob controle.
Nem
mesmo aqueles que aceitam o “jogo da moda” – obedecer cegamente o patrão –
conseguem render tudo o que podem, tanto é a castração a qual está submetido.
Dá a
impressão que há um gosto em deixar o engenheiro afastado, provavelmente porque
sabe fazer conta, justificar uma iniciativa, ponderar uma decisão e estar
sempre treinado para comandar equipes e não ser comandado ou comandar à
distância.
Os canais nos trechos urbanos e as vias urbanas são identidades de serviços mal
feitos, resultado da desobediência à boa técnica e às normas de execução.
Sistema
de água e energia sendo manchetes pela baixa qualidade e pelo desperdício, este
deixando o título de campeão com as concessionárias locais, mesmo quando o
campeonato é nacional.
Ninguém
do município de Macapá ou do Estado acerta concluir uma planilha que definiria
o preço da tarifa do transporte público. Tudo é deixado para ser feito no
judiciário, de preferência na última instância.
Alugar
prédio de particulares para funcionar repartição pública virou rotina e não
mais se conseguiu planejar nada, nem mesmo às necessidades de expansão que é
inerente a um Estado que vê a população aumentar em mais de 20 mil habitantes a
cada ano e não se preocupa em apurar de onde está vindo esta população e,
principalmente, onde deve coloca-la.
Basta
encontrar um jeito de aproveitar a competência, a liderança e a capacidade
criativa dos engenheiros.
Doutra
forma, não custa tentar. O engenheiro e os técnicos em engenharia costumam
sair-se bem em ambiente de crise.
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