sexta-feira, 20 de março de 2015

ATLETAS DE PONTA



Bruno Vinícius Lobato Simões, Ciclista Elite.

Em uma matéria da revista eletrônica Eu Atleta, escrita por Gustavo Luz, tem um paragrafo que explica o desconhecimento dos brasileiros de como funciona o ciclismo. “Aqui no Brasil nós estamos acostumados com times de futebol, vôlei e basquete, mas não de ciclismo. Mas como assim time de ciclismo? Pois é, assim como o futebol, o ciclismo de estrada é um esporte de equipe, cada ciclista tem uma determinada função (às vezes funções). Nas competições, a regra de ouro para quem quer chegar à frente é poupar-se ao máximo durante a prova para acelerar no final - e se quiser chegar à frente você provavelmente vai precisar da ajuda dos seus companheiros de equipe. o maior objetivo da equipe é fazer com que o seu líder se canse o mínimo possível durante a prova para aguentar o tranco lá na hora da chegada”.

Este é o papel do nosso atleta de ponta da semana, Bruno Vinícius Lobato Simões, 18 anos, nascido em Macapá, mora no Bairro do Trem. Destaque-se que Bruno Vinicius tem no sangue o amor pelo ciclismo, que faz a retaguarda de proteção. “Meu pai foi ciclista, participava de passeios de bicicletas”.

Filho de Edillene Lobato (Formada em Historia) e Bráulio Dantas Simões (foi ciclista e faleceu durante um treino, além de ciclismo de competição ele fazia ciclismo de rua, de passeio denominado ciclo turismo). Concluinte do Ensino Médio, na Escola Estadual Alexandre Vaz Tavares, está se preparando para ingressar no ensino superior e pretender se formar profissionalmente em Engenharia civil. “Tenho essa meta na minha vida e vou conseguir, porém o ciclismo continuará a fazer parte dela”.

A perda do genitor Bráulio Simões, aconteceu quando Bruno Vinícius tinha quatro anos de idade e as recordações das atividades paternas são escassas. “O acidente com meu pai aconteceu há 14 anos, uma fatalidade durante um treinamento na fatídica Rodovia do Curiau, e veio a falecer em 2001. Eu deveria estar com 4 anos de idade e sei que seu pé engatou na roda dianteira da bicicleta e na queda bateu a cabeça e teve traumatismo craniano e veio a falecer”.
Bruno continua elucidando que por esse motivo quase não se torna um ciclista. “Devido isso, minha mãe não aceitava no inicio que eu trilhasse esse mesmo caminho, porém, hoje ela é minha maior torcedora e minha ‘mãetrocinio’, para todos os eventos que participo”.


Trajetória no esporte

O jovem Bruno Vinicius antes do conhecer o ciclismo, praticou outras modalidades desportivas, principalmente porque, como ele narra, na sua fase de pré-adolescência, eram poucos as ofertas de divertimentos no bairro, além das brincadeiras de ruas e educação física escolar.

Uma vantagem do jovem ciclista era que residia em bairro antigo (Bairro do Trem)  de Macapá que já era estruturado urbanamente   e era membro de uma família bastante organizada psicologicamente e emocionalmente, com uma linha de formação religiosa e esportiva, mais a linha de risco eram perceptíveis como o consumo de drogas e brigas de gang, devido aos bairros do entorno, que não tinham atividades voltadas para a juventude.

 “Tínhamos um vazio para preencher, passávamos muitas horas ociosas e procurávamos criar atividades para preencher este espaço. Porém, meus pais se preocupavam com isso e buscaram oferecer outros caminhos que levasse a cidadania e a uma formação de caráter do bem. Pratiquei Caratê, Judô e Natação. Foi quando conheci amigos ciclistas e adotei como esporte de vida.

A bicicleta para Bruno era divertimento de garoto nas ruas do Bairro do Trem, nunca pensou em ser ciclista competitivo, até que um amigo lhe repassou uma bicicleta própria de competição ciclista. “Tinha 16 anos, lembro bem e andava só na rua com bicicleta normal, eu não tinha bicicleta de corrida, quando este meu amigo me presenteou com uma bike de corrida foi então que comecei a praticar e a treinar com outros amigos ciclistas e tudo começo a partir de  29 de junho de 2013 até o momento”.

Vitorias e vantagens
A participação de Bruno Vinicius nas competições do Ciclismo estadual se deu na categoria Junior em 2013. Porém as vitorias começaram a acontecer em 2014, já na Sub-23 (Elite) na  Equipe Sprite Bike. “Apos muito treino e dedicação veio o resultado: 1º colocado na categoria júnior e 2° colocado geral na elite”.

Bruno conquistou em 2014 os seguintes títulos: Copa Coronel Fontoura  na categoria Júnior; Na Copa Sarapio Hyacinth conquistou o segundo geral e primeiro lugar individual; levou o segundo lugar na Metropolitana de Belém; quarto lugar na Norte Nordeste na Contra Relógio; 5º lugar na Macapá Verão/2014 na categoria Juniores.

A participação o ciclismo, trouxe muitas vantagens físicas e pessoais para Bruno Vinicius, a aprendizagem e o sabor de conquistas e subir no pódio, além da socialização e encontro de novos amigos. “As amizades que conquistei são apropriadas para mim, pois elas transpassaram o desporto e me influenciam na vida pessoal. Meus amigos ciclistas me apoiam e auxiliam dentro e fora do circuito do ciclismo. Assim, como os técnicos e dono da Equipe. É muito bom, dar tranquilidade e segurança. Temos uma rotina compartilhada, os dias de treinamentos são compartilhados e todos tem o mesmo fim aprimorar tecnicamente e querer ser Campeão, serem os melhores do Ciclismo do Amapá”.

Bruno Vinícius e equipe
“Essa evolução  devo e agradeço aos meus parceiros de equipe Lucas Maia, Kaik Feliph , Eloizinho e ao nosso treinador Luís Claudio Pinho e Silva pelo belo trabalho que esta realizando conosco. Nas competições eu trabalho para o Kaike e o Eloisinho  que são os atuais lideres da equipe. Eu faço a retaguarda de proteção. Mesmo em uma posição atrás do vencedor, a vitória de um líder é a vitória da Equipe. A vitória dele é nossa”.

Falta de local de treinamento
Um dos problemas enfrentados pelos ciclistas amapaenses é a falta de local apropriado e seguro para os treinamentos e o desconhecimento de que em janeiro de 1998 (!) as bicicletas foram incluídas no Código Nacional de Trânsito. Mas a falta de informação é tão grande que até os próprios ciclistas desconhecem seus direitos e deveres.

Você sabia que os motoristas devem, por lei, deixar uma distância lateral de um metro e meio ao ultrapassar uma bicicleta? Pois é além da situação precárias das ruas, avenidas e rodovias de Macapá estar cheias de buracos e os motoristas não garantirem seguranças aos jovens ciclistas que necessitam de treinamentos constantes, que os leva a procurarem as estradas para realizar esses treinos.


Bruno Vinicius e os colegas explicam que estão utilizando as pistas da Rodovia Estadual Norte/Sul, para realizarem esses treinos, porém está surgindo um novo problema. “A rodovia Norte/Sul está com a pista excelente para treinos, porém temos de realiza-los em equipe, pois estão realizando roubos das bicicletas do atleta, que já adquirimos com sacrifícios e não é fácil repor peças e perder nossa ferramenta esportiva e o fim de uma carreira”

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