terça-feira, 31 de março de 2015

EDITORIAL




A falsa mágica e o fim das ilusões

A magia é um elemento que sempre povoou a mente humana desde seus primórdios intelectuais. Nas tribos mais primitivas, crenças em encantamentos e feitiços eram comuns, assim como em determinados personagens do próprio convívio capazes de realizar atos extraordinários através de gestos e palavras.
Celtas, hindus, egípcios... todos místicos em suas teorias e míticos por natureza. Na Idade Média as cortes dos castelos possuíam seus magos e mais implicitamente seus alquimistas. Homens que se diziam capazes de transformar objetos em ouro. Na realidade, nada foi comprovado cientificamente até hoje, mas tais personagens ficaram na memória histórica do mundo.
Partindo do princípio de que a vida imita a arte e a arte imita a vida, no mundo da ficção tivemos e temos figuras memoráveis dentro deste campo da magia. Gendalf, o cinzento, na magnifica trilogia O Senhor dos Anéis, que antes de ir para as telonas foi e continua sendo um clássico da literatura do gênero fantástico. Também não nos esqueçamos do bruxo Harry Potter, eterno aprendiz de feiticeiro ou Baltazar, mago imortal que passou eras à espera de um “escolhido” que salvaria o mundo das garras da bruxaria negra.
Personagens são muitos e com poderes inimagináveis. Alguns fazendo uso de varinhas de condão, outros simplesmente gesticulam, estalam os dedos, fazem movimentos com a cabeça ou até com o nariz, como era a mágica dos seriados “Geannie é um gênio” e “A Feiticeira”, sucesso americano dos anos 60.
Contemplando este plantel de magos, feiticeiros e bruxos fictícios e voltando o olhar para nossa querida cidade, incrível perceber semelhanças infindas entre alguns dos personagens e o gestor municipal que hoje ocupa a cadeira no Palácio Laurindo Banha.
A começar pela campanha em 2012, tudo no fantástico mundo vermelho de Clécio Luís foi fantasia. Uma plataforma política montada sob a ótica do tudo pode e tudo é fácil. Ora, convenhamos que no campo do pensamento e do querer não existem mesmo limites. E em se tratando desse tipo de política onde se faz e fala de tudo para ter votos, a estratégia foi a mais adequada. Depois se vai para frente de uma câmera e lê-se o que o redator colocou como texto.
Pronto, naquele momento temos o mago e seus super poderes, capazes de resolver qualquer problema. Ele irá resolver tudo em um passe de mágica. Asfaltar, arborizar, destravar convênios e conseguir outros tantos, fazer uma saúde, segurança e educação de qualidade ímpar da noite para o dia. Estruturar bairros e muito, muito mais. Tudo naquele momento é possível pois têm-se a varinha de condão nas mãos e para ela não existem dificuldades. Do outro lado, o povão encantado com o discurso do mago-bruxo-feiticeiro. O homem com o condão e sua “flauta mágica”.
Esquecem-se no entanto, que tais personagens são coisa de cinema e que seus poderes não passam de mirabolantes criações de produtores e seus efeitos especiais de última geração. E assim como lá, aqui, a vida real é acima de tudo real de fato e direito.
Em sua melódica sinfonia entoada para as multidões estava uma ária que falava de prioridades resolvidas em cem dias de governo. Em outra, asfalto de qualidade e bloquetes de concreto para amenizar nosso clima quente. Isso foi cinema, só cinema. Na realidade prática nada se moveu ou saiu do lugar. A varinha de condão não teve qualquer poder, assim como a flauta que tinha agora um agudo irritante e desafinado.
A magia acabou, a verdade veio à tona, a mágica não existe, muito menos papai Noel e o coelhinho da Páscoa. Triste constatação infantil. O efeito foi o mesmo com o povo. De uma hora para outra descobriu-se que tudo aquilo nada mais era que meros efeitos especiais e o mago-bruxo-feiticeiro somente e tão somente um homem. 

  

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