Parque Zoobotânico de
Macapá – 13 anos fechado
Prejuízo turístico, entretenimento
e educacional.
O projeto de revitalização
já existe há mais de sete anos, e foi feito através de um acordo
assinado pela MMX mineração, junto com o Ministério Público Federal, em que
essa empresa pagaria a elaboração do Projeto do Zoobotânico. A MMX contratou
outra empresa que elaborou o projeto. Os custos seriam na ordem de R$ 16
milhões, sendo que R$ 6 milhões pela empresa mineradora que assumiram esse
compromisso: MMX, Anglo American, Zamin Ferrous e a Ecometals prometeram
investir na revitalização do Parque Zoobotânico e até agora nada aconteceu e
quem está perdendo são os amapaenses.
Reinaldo Coelho
A história tem cara de
novela brasileira. O Parque Zoobotânico de Macapá fica em uma área de 107
hectares, no distrito de Fazendinha que já era procurada pelos macapaenses
antes mesmo da sua criação em 31 de março de 1997. Em 2008, o Parque
Zoobotânico foi transformado em parque municipal e passou a se chamar Parque Natural
Municipal Arivaldo Gomes Barreto.
Este mês deveria completar 18
anos de funcionamento, porém não haverá festejo e nem recebera convidados para
comemorar a data, pois está lacrado para visitantes, por não atender à
Legislação Ambiental, quanto aos logradouros dos animais e segurança dos
visitantes. Segundo arquivos do Parque, 30 mil visitas eram realizadas por ano,
em sua maior parte por estudantes.
Com grande diversidade
botânica, abriga um zoológico com 61 animais distribuídos em 25 espécies da Amazônia
que foram apreendidos, doados ou recolhidos pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 2000. Hoje o Parque Zoobotânico
possui um quadro de 33 funcionários, entre biólogo, engenheiro florestal,
veterinário, cuidadores e área administrativa. São 67 animais, entre aves,
mamíferos e primatas. Esse número diminuiu por consequência de alguns serem
capturados por caçadores ou morreram naturalmente.
Em 2012, o Parque foi
transformado em fundação, passando a se chamar fundação Parque Municipal
Arivaldo Gomes Barreto, na gestão do prefeito Roberto Góes, podendo assim
conseguir recursos públicos e privados.

Porque foi interditado?
Desativado para a visitação
do público há mais de uma década, devido à má conservação, estrutural e dos
logradouros para animais, além de ausência de segurança para os visitantes.
Diversas visitas técnicas
foram feitas desde a abertura do Parque, uma delas em 2006, durante a operação
nacional e vistoria nos zoológicos brasileiros promovido pelo IBAMA, resultou
no ano seguinte na assinatura do Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta
Ambiental (TAC).
Em ação civil pública
ajuizada em 2011, o MPF/AP defendia a retirada de animais e reabertura do local
apenas como Jardim Botânico. Isto porque o parque não atendia às legislações e
regulamentações de zoológicos no Brasil. Com a entrada em vigor da Lei
Complementar nº. 140/2011, o Estado passou a ter competência para aprovar e
licenciar o funcionamento de zoológicos. Com base nisto, o MPF/AP pede a
adequação do parque à legislação atual e defende a manutenção de fauna e flora
no local.
A ação tramita na 6ª Vara
da Seção Judiciária do Amapá sob o número 7604-73.2011.4.01.3100.
De acordo com a atual
administração do parque, o determinado foi cumprido o mínimo legalmente, a
limpeza e a alimentação dos animais passaram a ser rigorosamente controlados.
“O prefeito Clécio determinou a construção de uma nova cozinha e a locação de
geladeiras e freezers, além da contração de uma veterinária. A alimentação é
rigorosamente controlada a sua qualidade e o cardápio de cada animal”.
A eterna revitalização
Todas as empresas que vem
para o Amapá explorar nossos minérios prometem mundos e fundos, principalmente
em realizar obras sociais. A MMX, que foi substituída pela Anglo American, que
foi substituída pela mineradora Zamin Ferrous e a Ecometals prometeram investir
na revitalização do Parque Zoobotanico, transformando em centro de pesquisa,
com laboratórios e o parque figuraria na categoria C de classificação de
Zoobotânico pela legislação.
O projeto de revitalização
já existe há mais de sete anos, feito através de um acordo assinado pela MMX mineração,
junto com o Ministério Público Estadual, em que essa empresa pagaria a
elaboração do Projeto do Zoobotânico. A MMX contratou a empresa Ecotumucumaque que
elaborou o projeto de revitalização do Parque e o Juiz Federal João Bosco
queria saber por que o projeto não foi implantado.

Segundo o
diretor-presidente Márcio Pimentel Souza, um acordo firmado entre a empresa
mineradora Ecometals e o Ministério Público do Amapá por danos da empresa ao
meio ambiente através de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), resultante da
exploração de manganês, a Ecometals foi orientada, entre outras condições, pelo
Ministério Público Estadual (MP), a revitalizar o parque.
A previsão da direção do
parque era da reabertura acontecer em dezembro de 2014, mas caso a Ecometals
cumprisse o prazo, haveria a abertura do zoobotânico em agosto de 2014.
Mas a mineradora ainda não divulgou valores e partir de quando
os recursos seriam destinados, pois está em processo litigioso na justiça sobre
a posse o deposito de minério de Manganês na Serra do Navio, enquanto isso
persistir ela não tem recursos para cumprir o TAC
O valor definido no TAC é
de R$ 6 milhões em investimentos no parque. Segundo a prefeitura, são
necessários R$ 16 milhões para a revitalização total do espaço, que mede 107
hectares. Comparativamente, a área do Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi
é de 5,2 hectares. Um campo de futebol tem aproximadamente 1 hectare.
Ações do município
O diretor-presidente do
parque, Márcio Pimentel, disse que os valores do TAC, junto com verbas
conseguidas pela administração, iriam permitir a reabertura do zoobotânico.
“A prefeitura oferece para a reforma R$ 600
mil em recursos próprios, além de R$ 2 milhões em emendas parlamentares, que
podiam garantir a volta da visitação no parque para meados de 2015, porém a
Presidente Dilma contingenciou em 2014 essas verbas uma do Senador Randolfe no
montante de R$ 600.000 do Ministério do Meio Ambiente e outra do deputado
Federal Bala de R$ 1 milhão pela SUDAM”.
Para o diretor presidente
com o impasse na mineradora e o contingenciamento dos recursos federais a saída
da administração foi utilizar recursos do município, para revitalização dos
logradouros dos animais e construção de áreas da clínica veterinária e da
cozinha.
Ele revela que no final de
2014, com a antiga Bancada Federal foi negociado a locação de recursos das
Emendas Parlamentares Individuais que é impositiva de R$ 500 mil por deputado,
pois as emendas de Bancada de R$ 13 milhões poderiam ser cortadas pela
presidente da República. “Se esses recursos federais forem liberados o Parque
poderá ser reaberto em 2016”.
Porém a administração tem um
PLANO B que é a construção do viveiro das duas onças pintadas que
impossibilitam aos visitantes se aproximarem por não terem a mínima segurança.
“Deveremos construir o logradouro das Onças, com 600 m2, com recursos do
tesouro, municipal, em R$ 600 mil e
reforça a seguranças dos outros logradouros. Assim poderíamos abrir o Parque no
1º semestre de 2016”.
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