O professor sempre foi considerado um elemento de suma
importância dentro das comunidades, muitas vezes, conselheiro e resolvendo os problemas. Hoje esta muito diferente. Mesmo
com todas as ferramentas a disposição, os livros, infraestrutura, transporte,
Internet, enfim o nosso aluno não estão sendo bem formado e muito triste e
decepcionante vermos resultados tão baixos.
Silvio Soares Sobrinho
Castillo e Maria Leonice de Souza Castillo
Reinaldo Coelho
Esta semana estaremos homenageando,
um casal de educadores amapaenses da “gema”, Silvio Soares Sobrinho e Maria
Leonice Castillo, nascidos na primeira capital do Território Federal do Amapá, o
município de Amapá, local conhecido pela criação de gado, grandes fazendas e por
ter uma Região de Lagos, favorecendo o mercado de peixes de melhor qualidade,
além da facilidade de acesso ao Oceano Atlântico para pescaria de grande porte.
Terra de beleza natural impar tem
diversos pontos turísticos naturais e um dos maiores Museus ao Céu Aberto do
Brasil, a Base Aérea de Amapá, que serviu como base para as tropas aliadas abastecer
e chegarem a Europa durante a Segunda Guerra. Além do ponto de atracação do
Zepelim uns dos balões que serviu aos aliados.
Silvio Castillo nasceu no
município de Amapá, em 10 de janeiro de
1932, 83 anos, filho de Sinésio dos
Santos da Silva (Carpinteiro) e Bibiana
Soares Castillo (Dona de casa). O primogênito de uma prole de sete irmãos. “O
Sandoval Castillo, segundo filho, e falecido, estão vivos, eu, Silvia Castillo
(Professora), Seli e Sonia, Silene e Sinésio”, conta nosso pioneiro.
Maria Leonice de Souza Castillo município de Amapá, na Vila de Tucuma em 19 de abril de 1938, 77 anos. Filha de
Genésio Vicente de Sousa (Embarcadiço de Regatão) e Maria Barreto de Souza.
Silvio fez seus estudos iniciais
na terra natal e em seguida, veio a Macapá para terminar os estudos, concluiu o
primário no Grupo Escolar Barão do Rio
Branco e o ginasial profissional na Escola Industrial do Amapá, conseguindo uma
profissão a de Torneiro Mecânico. “Meu pai trabalhava na antiga CESP (Serviço
de Saúde Publica) e veio para Macapá e dei curso aos meus estudos, procurando
logo um que me possibilita-se ter uma profissão e consegui. Logo em seguida fui
estudar o Curso de Magistério no Instituto de Educação do Território do Amapá
(IETA)”.
Maria Leonice conta que “Estudei o ensino primário
no Grupo Escolar Veiga Cabral, em 1953
vim estudar em Macapá na Escola Domestica de Macapá (hoje Santina Riolli)
porem, não me adaptei, fiquei um ano e retornei para Amapá. Terminei a 5ª Serie
e em 1958 frui convidada para trabalhar na escola de Tucumã, local onde nasci”.
Ao se mudarem para Macapá,
residiram no Bairro Alto, e logo em seguida mudou-se para o bairro do laguinho.
“Hoje residimos por mais de 40 anos, aqui no Bairro Jesus de Nazaré, viemos
para cá na época que era Jacareacanga”.
Infância e Juventude
A infância no município de Amapá
e a juventude em Macapá aconteceram como para todos os jovens da época que
aproveitavam o que as cidades lhe ofereciam para o lazer. “Não foi diferente
fazíamos muitas praticas esportivas, procurei sempre jogar futebol, vôlei,
basquete e me dei bem. Não quero enfeitar demais a juventude da época, tinham
seus defeitos e problemas com bebidas. Mas tinha uma compensação, eram menos
afoitos e tinham responsabilidades com a escola”.
Magistério
Concluindo o Pedagógico (Magistério)
no IETA, em 1957, Silvio Castillo, retornou a terra natal e passou a lecionar
em uma escola rural denominada Estefânia, logo em seguida foi lecionar na sede
do município na Escola Veiga Cabral, logo foi atuar na Escola da Base Aérea do
Amapá. “Trabalhei em quase todas as escolas do município. Não demorávamos
muitas em uma escola, pois na época eram os carentes de professores e era
grande a rotatividade entre os mestres para levar a educação a todos os
recantos do novo Território Federal. Então a mobilização dos professores era
constante”.
Em 1961, retorna a Macapá e
passou a atuar na Divisão de Educação e a lecionar no terceiro turno, para os
ultimas series do Curso pedagógico. “Passei a atuar na administração central da
educação e a lecionar pelo sistema de pró-labore, no terceiro turno no IETA,
lecionando para as turmas de terceiro ano do pedagógico. Lecionou no Colégio
Comercial do Amapá e no Colégio Amapaense”.
Dentro do Sistema central de
ensino, atuo como Diretor do Caixa Escolar e Diretor do Ensino de 2º Grau,
quando da implantação da Lei 5.692/72. “Ajudamos a implantar a nova Lei de
Diretrizes e Base da Educação no Amapá. Foi muito importante quando a
transformação do Colegial e Cientifico e em Ensino de 2º Grau”.
Maria Leonice ressalta que a culpa por
ela trilhar no Magistério foi do então amigo e futuro esposo Silvio Castillo “O
Silvio era amigo de infância e residia com nossa família, era parceiro das
saídas para festas, porem sempre foi respeitador. O meu tio era casado com a
tia dele. Esse relacionamento progrediu e chegou a 55 anos de casamento”.
Com referencia a trabalhar com 18
anos em uma escola isolada e sem experiência, teve o apoio de Silvio, que já
exercia o magistério que a incentivou e todo fim de semana a visitava e ajudava
nos planos de aulas, o que lhe agregou o amor pelo ensino e principalmente a
Educação infantil. “Eu tinha receio, porem o apoio do Silvio e seu incentivo me
ajudou a enfrentar essa experiência que durou mais de 50 anos”.
Casamento
O casal que nasceu e se
conheceram em Amapá, atuaram juntos na Educação, o resultado foi o casamento.
Em 1959 o casal contraiu núpcias. Lenir conta que casou com 21 anos. E hoje com
55 anos de casamento e dois filhos e cinco netos. “O primeiro filho nasceu após
15 anos de casado, foi uma menina Silmar de Souza Castillo, hoje com 42 anos de
idade, e Relações Publicas e resolvemos adotar um menino que tinha 4 anos de
idade, Josimar de Souza Castillo, tem 49 anos, Servidor Publico”.
Ao retornarem em 1962 para
Macapá, Maria Leonice foi trabalhar no Grupo Escolar Azevedo Costa; em 1968 foi
lecionar na Escola de São Benedito e retornou em 1970, ao Azevedo costa. “Assumi a secretaria da
Escola Pequeno Príncipe, na administração da Professora Marilene Franco e no
ano seguinte assumi a direção, permanecendo a frente da escola por nove anos.
Em 1982 foi convocada para a atuar na Secretaria de Educação do Estado a
convite da então secretaria Annie Vianna da Costa”.
Aposentadoria
A dedicação do casal a educação
estão tão enraizado na vida deste casal que a aposentadoria foi profetada
durante anos. Quem conta e Leonice “O Silvio se aposentou com 43 anos de serviço,
em 1992. Aposentei-me com 50 anos de serviço e 69 anos de idade”
.
Mensagem aos jovens
Para Maria Leonice de Souza Castillo, hoje esta tudo
diferente, o sistema escolar a relação aluno x professor e a família x escola.
“Mesmo com a escassez e dificuldades de acesso as escolas, tínhamos facilidade
em educar um aluno. Pois tínhamos apoio da sociedade, da família e do próprio
aluno que nos respeitavam. O professor era um elemento de suma importância
dentro das comunidades, muitas vezes, conselheiro e resolvia os problemas. Hoje
esta muito diferente. Mesmo com todas as ferramentas a disposição, os livros,
infraestrutura, transporte, Internet, enfim o nosso aluno não estão sendo bem
formado e muito triste e decepcionante vermos resultados tão baixos. Eu não sei
se hoje conseguiria encarar uma sala de aula. Outra preocupação e com o Ensino
Infantil, o sistema tem que olhar com carinho nossas crianças que estão adentrando
a escolas. O Ensino Infantil e a base da Educação”.
O professor Silvio Castillo pede
que os jovens procurem ter mais responsabilidade no seu dia a dia,
principalmente com sua formação. Valorizar as escolas e seus professores.
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