terça-feira, 31 de março de 2015

Pioneirismo




O professor sempre foi considerado um elemento de suma importância dentro das comunidades, muitas vezes, conselheiro e resolvendo os  problemas. Hoje esta muito diferente. Mesmo com todas as ferramentas a disposição, os livros, infraestrutura, transporte, Internet, enfim o nosso aluno não estão sendo bem formado e muito triste e decepcionante vermos resultados tão baixos.
 Silvio Soares Sobrinho Castillo e Maria Leonice de Souza Castillo






Reinaldo Coelho


Esta semana estaremos homenageando, um casal de educadores amapaenses da “gema”, Silvio Soares Sobrinho e Maria Leonice Castillo, nascidos na primeira capital do Território Federal do Amapá, o município de Amapá, local conhecido pela criação de gado, grandes fazendas e por ter uma Região de Lagos, favorecendo o mercado de peixes de melhor qualidade, além da facilidade de acesso ao Oceano Atlântico para pescaria de grande porte.

Terra de beleza natural impar tem diversos pontos turísticos naturais e um dos maiores Museus ao Céu Aberto do Brasil, a Base Aérea de Amapá, que serviu como base para as tropas aliadas abastecer e chegarem a Europa durante a Segunda Guerra. Além do ponto de atracação do Zepelim uns dos balões que serviu aos aliados.

Silvio Castillo nasceu no município de Amapá, em 10 de  janeiro de 1932, 83 anos,  filho de Sinésio dos Santos da Silva (Carpinteiro)  e Bibiana Soares Castillo (Dona de casa). O primogênito de uma prole de sete irmãos. “O Sandoval Castillo, segundo filho, e falecido, estão vivos, eu, Silvia Castillo (Professora), Seli e Sonia, Silene e Sinésio”, conta nosso pioneiro.

 Maria Leonice de Souza Castillo município de Amapá, na Vila de Tucuma em  19 de abril de 1938, 77 anos. Filha de Genésio Vicente de Sousa (Embarcadiço de Regatão)  e Maria Barreto de Souza.

Silvio fez seus estudos iniciais na terra natal e em seguida, veio a Macapá para terminar os estudos, concluiu o primário  no Grupo Escolar Barão do Rio Branco e o ginasial profissional na Escola Industrial do Amapá, conseguindo uma profissão a de Torneiro Mecânico. “Meu pai trabalhava na antiga CESP (Serviço de Saúde Publica) e veio para Macapá e dei curso aos meus estudos, procurando logo um que me possibilita-se ter uma profissão e consegui. Logo em seguida fui estudar o Curso de Magistério no Instituto de Educação do Território do Amapá (IETA)”.

Maria Leonice conta que “Estudei o ensino primário no  Grupo Escolar Veiga Cabral, em 1953 vim estudar em Macapá na Escola Domestica de Macapá (hoje Santina Riolli) porem, não me adaptei, fiquei um ano e retornei para Amapá. Terminei a 5ª Serie e em 1958 frui convidada para trabalhar na escola de Tucumã, local onde nasci”.
Ao se mudarem para Macapá, residiram no Bairro Alto, e logo em seguida mudou-se para o bairro do laguinho. “Hoje residimos por mais de 40 anos, aqui no Bairro Jesus de Nazaré, viemos para cá na época que era Jacareacanga”.

Infância e Juventude
A infância no município de Amapá e a juventude em Macapá aconteceram como para todos os jovens da época que aproveitavam o que as cidades lhe ofereciam para o lazer. “Não foi diferente fazíamos muitas praticas esportivas, procurei sempre jogar futebol, vôlei, basquete e me dei bem. Não quero enfeitar demais a juventude da época, tinham seus defeitos e problemas com bebidas. Mas tinha uma compensação, eram menos afoitos e tinham responsabilidades com a escola”.

  Magistério

Concluindo o Pedagógico (Magistério) no IETA, em 1957, Silvio Castillo, retornou a terra natal e passou a lecionar em uma escola rural denominada Estefânia, logo em seguida foi lecionar na sede do município na Escola Veiga Cabral, logo foi atuar na Escola da Base Aérea do Amapá. “Trabalhei em quase todas as escolas do município. Não demorávamos muitas em uma escola, pois na época eram os carentes de professores e era grande a rotatividade entre os mestres para levar a educação a todos os recantos do novo Território Federal. Então a mobilização dos professores era constante”.
Em 1961, retorna a Macapá e passou a atuar na Divisão de Educação e a lecionar no terceiro turno, para os ultimas series do Curso pedagógico. “Passei a atuar na administração central da educação e a lecionar pelo sistema de pró-labore, no terceiro turno no IETA, lecionando para as turmas de terceiro ano do pedagógico. Lecionou no Colégio Comercial do Amapá e no Colégio Amapaense”.
Dentro do Sistema central de ensino, atuo como Diretor do Caixa Escolar e Diretor do Ensino de 2º Grau, quando da implantação da Lei 5.692/72. “Ajudamos a implantar a nova Lei de Diretrizes e Base da Educação no Amapá. Foi muito importante quando a transformação do Colegial e Cientifico e em Ensino de 2º Grau”.

Maria Leonice  ressalta que a culpa por ela trilhar no Magistério foi do então amigo e futuro esposo Silvio Castillo “O Silvio era amigo de infância e residia com nossa família, era parceiro das saídas para festas, porem sempre foi respeitador. O meu tio era casado com a tia dele. Esse relacionamento progrediu e chegou a 55 anos de casamento”.

Com referencia a trabalhar com 18 anos em uma escola isolada e sem experiência, teve o apoio de Silvio, que já exercia o magistério que a incentivou e todo fim de semana a visitava e ajudava nos planos de aulas, o que lhe agregou o amor pelo ensino e principalmente a Educação infantil. “Eu tinha receio, porem o apoio do Silvio e seu incentivo me ajudou a enfrentar essa experiência que durou mais de 50 anos”.

Casamento

O casal que nasceu e se conheceram em Amapá, atuaram juntos na Educação, o resultado foi o casamento. Em 1959 o casal contraiu núpcias. Lenir conta que casou com 21 anos. E hoje com 55 anos de casamento e dois filhos e cinco netos. “O primeiro filho nasceu após 15 anos de casado, foi uma menina Silmar de Souza Castillo, hoje com 42 anos de idade, e Relações Publicas e resolvemos adotar um menino que tinha 4 anos de idade, Josimar de Souza Castillo, tem 49 anos, Servidor Publico”.
Ao retornarem em 1962 para Macapá, Maria Leonice foi trabalhar no Grupo Escolar Azevedo Costa; em 1968 foi lecionar na Escola de São Benedito e retornou em 1970,  ao Azevedo costa. “Assumi a secretaria da Escola Pequeno Príncipe, na administração da Professora Marilene Franco e no ano seguinte assumi a direção, permanecendo a frente da escola por nove anos. Em 1982 foi convocada para a atuar na Secretaria de Educação do Estado a convite da então secretaria Annie Vianna da Costa”.



Aposentadoria

A dedicação do casal a educação estão tão enraizado na vida deste casal que a aposentadoria foi profetada durante anos. Quem conta e Leonice “O Silvio se aposentou com 43 anos de serviço, em 1992. Aposentei-me com 50 anos de serviço e 69 anos de idade”
.
Mensagem aos jovens

Para  Maria Leonice de Souza Castillo, hoje esta tudo diferente, o sistema escolar a relação aluno x professor e a família x escola. “Mesmo com a escassez e dificuldades de acesso as escolas, tínhamos facilidade em educar um aluno. Pois tínhamos apoio da sociedade, da família e do próprio aluno que nos respeitavam. O professor era um elemento de suma importância dentro das comunidades, muitas vezes, conselheiro e resolvia os problemas. Hoje esta muito diferente. Mesmo com todas as ferramentas a disposição, os livros, infraestrutura, transporte, Internet, enfim o nosso aluno não estão sendo bem formado e muito triste e decepcionante vermos resultados tão baixos. Eu não sei se hoje conseguiria encarar uma sala de aula. Outra preocupação e com o Ensino Infantil, o sistema tem que olhar com carinho nossas crianças que estão adentrando a escolas. O Ensino Infantil e a base da Educação”.

O professor Silvio Castillo pede que os jovens procurem ter mais responsabilidade no seu dia a dia, principalmente com sua formação. Valorizar as escolas e seus professores. 

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