quarta-feira, 1 de abril de 2015

EDITORIAL



A incontestável, imensa e simples sabedoria do povo


Um homem público se destaca pelo que foi na história. São seus atos que indicarão o contorno de suas digitais para as futuras gerações. Cabe a cada um, sobre seus atos, certa preocupação na moldagem destas linhas únicas. O homem nos livros é o retrato do que foi em seu dia a dia. A menos que um autor pago ou apaixonado busque outros nuances para maquia-lo, mas sempre haverá quem procure a verdade por trás das máscaras. Afinal, a história do mundo e principalmente do Brasil, está cheia de personagens mascarados. Mas isso é uma outra estória, assim com “e”. No momento nos ateremos ao nosso mundinho tucuju, do manganês achado por um mascate e entregue ao governador da época que logo trouxe máquinas e homens para retira-lo às toneladas e ganhou em troca seu nome em uma ruazinha, assim pequena mesmo. O Amapá de um tal PDSA, que apesar do marketing pesado o povo nunca entendeu do que se tratava. Só percebeu que era uma espécie de supervalorização da chicória e do camapu e que era moda usar pulseirinha de dente de macaco e anel de tucumã. O Amapá da espetacularização pirotécnica produzida pela PF Entretainement que estrelou por aqui uma operação fantástica, no sentido de inacreditável, denominada Mãos Limpas. Não provaram nada, mas inauguraram uma prática no mínimo nefasta de prender para depois investigar. Desmoralizar para depois dar defesa. De lá para cá, nada provado e já se vão longos cinco anos sem que ninguém fosse ouvido. Esse Estado, só para não começar o parágrafo do mesmo jeito, conheceu também quatro anos de miséria política. A tal operação pirotécnica remodelou os rumos político e colocou no poder quem menos estava preparado. Parecia um sonho (para ele), pois para o povo logo foi um pesadelo. A política da terra devastada, do governar para si, de se achar o imperador do mundo e o professor de Deus pontuaram a tal gestão. Ao fim de quatro anos, o resultado... o imperador caiu do cavalo e não acreditou no que havia acontecido. Teve um flash de lucidez e disparou no dia da derrota: Reconheço que governei distante do povo. Felizmente era tarde. Confiante no poder que supostamente tinha, esqueceu de um detalhe que todo homem público deve perceber e considerar: a sabedoria simples do povo. Do povo que não lê muito, que não sabe chamar nomes complicados de intelectuais que formularam obras incríveis e que tais homens têm acesso irrestrito e citam seus trechos para impressionar. O povo não. O povo é simples. Não se apoia em Maquiavel ou conhece as 48 regras do poder. Muito menos tem Nietsche por livro de cabeceira. Aristóteles então pode soar como xingamento. O mesmo vale para Platão, Mileto, Sócrates, Rousseau, Descartes, Sartre e outros tantos... Mas o povo, em sua essência mais pura é sábio como cada um destes vultos que entraram para a história, esta com “h”. E é este mesmo povo que vai determinar a digital de quem passou e identifica-la. Portanto, é o povo que salva o Estado dos “monstros”, seja com o imenso e simples ato de votar, seja com a força das revoluções. Portanto, vive le peuple!!!.

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