Embrapa
Alunos da E.F.A. do Pacuí aprendem aplicar
vermífugo em tracajá
Reinaldo Coelho
O Estado do Amapá possui, atualmente, cinco escolas
famílias agrícolas/agroextrativistas. No município de Macapá encontra-se a
Escola Família Agrícola do Pacuí, no município de Pedra Branca do Amaparí a
Escola Família Agrícola da Perimetral Norte, no município de Mazagão a Escola
Família Agroextrativista do Carvão e a Escola Agroextrativista do Maracá e no município
de Tartarugalzinho a Escola Família Agroextrativista do Cedro. As escolas
atendem a um total de oitocentos e dezenove alunos de mais de quinhentas
famílias espalhadas por mais de cento e quarenta comunidades nos dezesseis
municípios do Amapá e incluindo algumas regiões do Pará.
Desde o início das atividades das EFAs no Amapá, as
associações de pais já buscavam à Embrapa como colaboradora em ações pontuais
junto aos alunos e também com a participação da comunidade como um todo. Essa
parceria vem acontecendo ininterruptamente.
Repassando
tecnologia
A Escola Família Agrícola do Pacuí, localizada na
comunidade de São Joaquim do Pacuí, no município de Macapá, é a mais antiga das
escolas no Amapá. A propriedade da escola possui uma área de oitenta e seis
hectares e atende a um total de cento e sessenta alunos do ensino médio e
profissionalizante.
Este ano, mais uma técnica foi repassada a comunidade
escolar da Escola Família Agrícola do Pacuí. A forma correta de aplicar
vermífugo no esôfago do tracajá que é uma técnica que Mateus Andrade Braga, 19
anos, considerou inesquecível do período em que estagiou nos laboratórios da
Embrapa Amapá.
Assim como ele, outros 11 jovens que concluem este ano o
ensino médio da Escola Família Agrícola do Pacuí tiveram a oportunidade de
vivenciar na prática vários conceitos do ensino em técnico agrícola.
O estágio curricular obrigatório é viabilizado por meio
de convênio entre a Embrapa Amapá e a Escola Família do Pacuí, firmado há 15
anos. Este ano, a programação do estágio constou de palestras e práticas de
laboratórios e em campos experimentais da Embrapa, ministrados por
pesquisadores e analistas de diversas áreas do conhecimento agropecuário. Uma
experiência que tem potencial para motivar plano de carreira profissional como
o de Ronaldo Vilhena, 18 anos.
“Achei tudo muito
organizado, os ministrantes do estágio dão bastante atenção para nosso aprendizado
e possuem alto conhecimento do conteúdo. Pretendo me formar em algum curso na
área da agropecuária e ser um pesquisador da Embrapa”, afirmou Ronaldo, ao
fazer um balanço da sua experiência.
A escola está localizada na, mesma região onde moram Mateus
e Ronaldo, e vária outros alunos filhos de agricultores que mantém a Associação
da Escola Família do Pacuí. “Minha
família cultiva mais mandioca, tanto para consumo próprio quanto para produzir
a farinha e vender nas feiras de Macapá”, explicou Ronaldo Vilhena.
Seu colega de turma, Mateus Braga também vive a rotina de
cultivo da mandioca –, um dos principais produtos agrícolas produzidos no
Estado do Amapá. “Esse estágio foi muito
bom na variedade de temas. Gostei muito de conhecer as práticas dos laboratórios
de Aquicultura, muitas técnicas que não conhecia antes de estagiar na Embrapa”,
acrescentou o acadêmico.
A turma deste ano é formada de doze jovens que,
brevemente, estarão aptos a atuarem como técnicos agrícolas em instituições
públicas, privadas e do terceiro setor. Os acadêmicos foram divididos em quatro
grupos. Eles participaram de palestras, de atividades nos Campos Experimentais
e também de práticas em quatro laboratórios: Alimentos e Nutrição Animal,
Solos, Aquicultura e Pesca e Proteção de Plantas.
O supervisor do estágio, analista Leandro Damasceno –
responsável pela gestão dos laboratórios da Embrapa Amapá –, explicou o estágio
funciona como integração entre teoria e prática profissional e habilita os
alunos a enfrentarem desafios na futura carreira de técnico agrícola.
Todos os estagiários cursam o último ano do ensino médio
profissionalizante, com a habilitação em técnico agrícola. São filhos de
agricultores familiares. No modelo educacional de práticas de campo chamado de
Escola Família (são cinco funcionando atualmente no Amapá) é aplicada a
pedagogia da alternância, onde o aluno fica um período na escola em regime
semiaberto na escola aprendendo e trocando conhecimentos com os professores e,
em seguida, outro período em casa repassando o que aprendeu à sua família. A
Escola Família Agrícola do Pacuí tem 27 anos de funcionamento.
Créditos de fotos para Flávia Brito
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