CLÉCIO
LUÍS
Retrato
de uma GESTÃO FRACASSADA
Na reta final de seu
mandato o prefeito Clécio Luís, primeiro eleito pelo PSOL no País, não
conseguiu emplacar o perfil de um gestor popular. Ao contrário, se afunda mais
em atos que o fazem ser rejeitado pela população que acreditou em suas
promessas de campanha, feitas em 2012. De lá para, nada foi cumprido.
Da Editoria
O prefeito de Macapá,
Clécio Luís, tem mergulhado a cada dia em uma impopularidade difícil de ser
revertida. Ele vem demonstrando desde o início do mandato, em 2013, que não
sabe lidar com crises e muito menos colocar em prática, ações. As únicas até
agora se resumem aos "cem dias", onde a proposta era resolver os
problemas emergenciais da população em pouco mais de três meses e a
"operação tapa buracos", paliativo para as péssimas condições do
asfalto de maioria das ruas e avenidas de Macapá.
Fora isso, a gestão
do psolista gerado no útero do PSB e que passou pelas fileiras petistas é um
fiasco total. Com todo esse histórico de esquerda, Clécio foi eleito em 2012
graças uma aliança costurada com partidos de direita e ultradireita
contrariando todos os princípios do PSOL. Nacionalmente, a direção do partido
chegou a taxar a união de vergonhosa. Indiferente às críticas, ele seguiu em
frente tendo de um lado nomes do Democratas e PT do B e do outro, o senador
Randolfe Rodrigues, outro "camaleão da política” que independente de
sigla, costuma ir para onde o "vento" lhe for favorável.
Logo depois da
vitória de Clécio, a população de Macapá passou a ter provas de que errou. Os
cem dias de gestão emergencial serviram apenas para limpar canais. Na educação,
programas deixados pela gestão anterior do pedetista Roberto Góes foram
cortados e milhares de crianças da rede municipal de ensino ficaram sem receber
uniformes, material escolar, refeições nas escolas e até mesmo cestas básicas,
tudo fornecido de graça.
A falta de medicamentos e outros materiais nas UBS de Macapá |
Nas unidades de
saúde, a falta de medicamentos básicos e até de agulhas passou a fazer parte do
dia a dia dos pacientes. O prefeito decretou estado de emergência, mas não soube
explicar o motivo da permanência das dificuldades na estrutura de atendimento.
Em 2014 veio à tona
um escândalo envolvendo aluguéis de veículos para beneficiar um filiado do
PSOL, além da locação de prédios a preços fora da realidade do mercado. Tudo
foi denunciado na Câmara de Vereadores que chegou a falar na criação de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os casos, mas nada avançou.
Guardas Municipais fazem greve contra ato de Clécio Luis cancelar a suas promoções |
Clécio também foi o
prefeito que criou o termo "despromover" para retirar o benefício
dado na gestão anterior, a guardas municipais que subiram de posto. Quando era
vereador, levantava a voz defendendo a progressão e dizia em alto e bom som que
o benefício era justo e tinha que ser dado à categoria.
Recentemente o
prefeito lida com um movimento grevista organizado pelo Diretório Municipal dos
Professores, que faz parte do SINSEPEAP, Sindicato que engloba os professores
do Estado. Há quase 40 dias, a categoria resolveu cruzar os braços em busca de
um reajuste salarial com percentual de 13%. A prefeitura bateu o pé e disse que
não havia qualquer condição de conceder o que era pedido. O comando de greve
trouxe a proposta de 8%, percentual equivalente à inflação. Mais uma vez,
Clécio, que também é professor, disse não à classe. De acordo com a PMM, o
reajuste aceitável é de 4%. O movimento continua com os professores acampados
em frente ao prédio da administração municipal. A falta de diálogo é uma das
principais queixas dos educadores ao prefeito, que também encampou movimentos
grevistas da classe quando era vereador e hoje se apresenta como um personagem
que se contradiz e é totalmente confuso sobre como administrar.
PROMESSAS, NADA MAIS...
Clécio Luís, apesar
das alianças da "direitona" que sempre criticou ao ponto de chamá-la
de carcomida e demente, teve uma vitória apertadíssima em cima de Roberto Góes.
A estratégia que usou para chegar ao Palácio Laurindo Banha foi das promessas.
O então candidato prometeu de tudo, do asfaltamento de qualidade e colocação de
blocos de concreto em trechos da cidade a melhorias na infraestrutura e saúde
da capital. Hoje, quase no fim do mandato, a população conclui que tudo não
passou mesmo de promessas.
Nos primeiros meses
de 2012, Clécio deu uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo falando
sobre a precariedade do sistema de esgoto de Macapá. Mostrou ter conhecimento
de que a cidade tem apenas 3% de rede de esgoto e que 17% da população mora em
áreas de ressaca. O restante teve que optar por fossas sanitárias e 60% da
cidade não tem água encanada. O prefeito na época recém-eleito considerou ainda
que a problemática da falta de esgoto refletia diretamente na saúde da
população, principalmente crianças. Clécio prometeu na época falando ao jornal,
um dos mais lidos do País, que esperava um projeto para outubro daquele ano,
com o objetivo de identificar o problema e poder dar início ao Plano de
Saneamento Municipal de Macapá. Passaram-se três anos e nada aconteceu. Em
Macapá, quem cuida desse setor é o Estado, pela Companhia de Água e Esgoto do
Amapá (CAESA), apesar da Lei do Saneamento, 11.445/2007, encarregar a Prefeitura desse serviço.
A verdade é que
enquanto a gestão pensa em fazer, o problema e suas consequências agem,
transformando a situação em caso de saúde pública.
No outro lado, o
primeiro prefeito eleito pelo PSOL e que colocou o partido na condição de
vitrine no Norte do País, até hoje não deu resposta à expectativa da população
que o elegeu. Ele confessou no começo do mandato não ter a dimensão exata da
tarefa e pelo visto parece ainda não saber.
IMPOSTOS – UM ÓTIMO NEGÓCIO
Como se não bastasse
tanto desacerto e impopularidade agravada às vésperas de uma eleição municipal,
Clécio Luís resolveu reajustar impostos. É o caso do IPTU que ficou mais caro
6,5%. O munícipe ainda passou a pagar uma taxa sobre a coleta do lixo
domiciliar. O
valor é variável e pode chegar a mais de R$ 200, que somados ao reajuste do
imposto predial eleva em muito a dívida do contribuinte que não tem feito outra
coisa a não ser reclamar.
Em alguns casos, o valor
do Imposto Predial e Territorial Urbano saltou de R$ 280 para mais de R$ 1.000.
Para outros, o reajuste não foi menor que R$ 300. Na argumentação da PMM, as
medidas fazem parte do novo Código Tributário Municipal, que passou a vigorar
ainda em 2014. Ele seria o instrumento que regulariza a cobrança da coleta de
lixo, que já existe em todas as capitais do País. Tudo foi aprovado pela Câmara
de Vereadores de Macapá. E enquanto a população reclama a prefeitura fatura
colocando em prática os reajustes. Politicamente, dizem especialistas, o resultado
não deve ser dos melhores para o PSOL e os planos da reeleição de Clécio Luís
em 2016.
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