segunda-feira, 25 de maio de 2015

CLÉCIO LUÍS Retrato de uma GESTÃO FRACASSADA

CLÉCIO LUÍS
Retrato de uma GESTÃO FRACASSADA



Na reta final de seu mandato o prefeito Clécio Luís, primeiro eleito pelo PSOL no País, não conseguiu emplacar o perfil de um gestor popular. Ao contrário, se afunda mais em atos que o fazem ser rejeitado pela população que acreditou em suas promessas de campanha, feitas em 2012. De lá para, nada foi cumprido.


Da Editoria

O prefeito de Macapá, Clécio Luís, tem mergulhado a cada dia em uma impopularidade difícil de ser revertida. Ele vem demonstrando desde o início do mandato, em 2013, que não sabe lidar com crises e muito menos colocar em prática, ações. As únicas até agora se resumem aos "cem dias", onde a proposta era resolver os problemas emergenciais da população em pouco mais de três meses e a "operação tapa buracos", paliativo para as péssimas condições do asfalto de maioria das ruas e avenidas de Macapá.

Fora isso, a gestão do psolista gerado no útero do PSB e que passou pelas fileiras petistas é um fiasco total. Com todo esse histórico de esquerda, Clécio foi eleito em 2012 graças uma aliança costurada com partidos de direita e ultradireita contrariando todos os princípios do PSOL. Nacionalmente, a direção do partido chegou a taxar a união de vergonhosa. Indiferente às críticas, ele seguiu em frente tendo de um lado nomes do Democratas e PT do B e do outro, o senador Randolfe Rodrigues, outro "camaleão da política” que independente de sigla, costuma ir para onde o "vento" lhe for favorável.

Logo depois da vitória de Clécio, a população de Macapá passou a ter provas de que errou. Os cem dias de gestão emergencial serviram apenas para limpar canais. Na educação, programas deixados pela gestão anterior do pedetista Roberto Góes foram cortados e milhares de crianças da rede municipal de ensino ficaram sem receber uniformes, material escolar, refeições nas escolas e até mesmo cestas básicas, tudo fornecido de graça.

A falta de medicamentos e outros materiais nas UBS de Macapá
Nas unidades de saúde, a falta de medicamentos básicos e até de agulhas passou a fazer parte do dia a dia dos pacientes. O prefeito decretou estado de emergência, mas não soube explicar o motivo da permanência das dificuldades na estrutura de atendimento.

Em 2014 veio à tona um escândalo envolvendo aluguéis de veículos para beneficiar um filiado do PSOL, além da locação de prédios a preços fora da realidade do mercado. Tudo foi denunciado na Câmara de Vereadores que chegou a falar na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os casos, mas nada avançou.

Guardas Municipais fazem greve contra ato de Clécio Luis  cancelar a suas promoções
Clécio também foi o prefeito que criou o termo "despromover" para retirar o benefício dado na gestão anterior, a guardas municipais que subiram de posto. Quando era vereador, levantava a voz defendendo a progressão e dizia em alto e bom som que o benefício era justo e tinha que ser dado à categoria.

Recentemente o prefeito lida com um movimento grevista organizado pelo Diretório Municipal dos Professores, que faz parte do SINSEPEAP, Sindicato que engloba os professores do Estado. Há quase 40 dias, a categoria resolveu cruzar os braços em busca de um reajuste salarial com percentual de 13%. A prefeitura bateu o pé e disse que não havia qualquer condição de conceder o que era pedido. O comando de greve trouxe a proposta de 8%, percentual equivalente à inflação. Mais uma vez, Clécio, que também é professor, disse não à classe. De acordo com a PMM, o reajuste aceitável é de 4%. O movimento continua com os professores acampados em frente ao prédio da administração municipal. A falta de diálogo é uma das principais queixas dos educadores ao prefeito, que também encampou movimentos grevistas da classe quando era vereador e hoje se apresenta como um personagem que se contradiz e é totalmente confuso sobre como administrar.



PROMESSAS, NADA MAIS...

Clécio Luís, apesar das alianças da "direitona" que sempre criticou ao ponto de chamá-la de carcomida e demente, teve uma vitória apertadíssima em cima de Roberto Góes. A estratégia que usou para chegar ao Palácio Laurindo Banha foi das promessas. O então candidato prometeu de tudo, do asfaltamento de qualidade e colocação de blocos de concreto em trechos da cidade a melhorias na infraestrutura e saúde da capital. Hoje, quase no fim do mandato, a população conclui que tudo não passou mesmo de promessas.

Nos primeiros meses de 2012, Clécio deu uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo falando sobre a precariedade do sistema de esgoto de Macapá. Mostrou ter conhecimento de que a cidade tem apenas 3% de rede de esgoto e que 17% da população mora em áreas de ressaca. O restante teve que optar por fossas sanitárias e 60% da cidade não tem água encanada. O prefeito na época recém-eleito considerou ainda que a problemática da falta de esgoto refletia diretamente na saúde da população, principalmente crianças. Clécio prometeu na época falando ao jornal, um dos mais lidos do País, que esperava um projeto para outubro daquele ano, com o objetivo de identificar o problema e poder dar início ao Plano de Saneamento Municipal de Macapá. Passaram-se três anos e nada aconteceu. Em Macapá, quem cuida desse setor é o Estado, pela Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA), apesar da Lei do Saneamento, 11.445/2007, encarregar a Prefeitura desse serviço.

A verdade é que enquanto a gestão pensa em fazer, o problema e suas consequências agem, transformando a situação em caso de saúde pública.

No outro lado, o primeiro prefeito eleito pelo PSOL e que colocou o partido na condição de vitrine no Norte do País, até hoje não deu resposta à expectativa da população que o elegeu. Ele confessou no começo do mandato não ter a dimensão exata da tarefa e pelo visto parece ainda não saber.



IMPOSTOS – UM ÓTIMO NEGÓCIO
Como se não bastasse tanto desacerto e impopularidade agravada às vésperas de uma eleição municipal, Clécio Luís resolveu reajustar impostos. É o caso do IPTU que ficou mais caro 6,5%. O munícipe ainda passou a pagar uma taxa sobre a coleta do lixo domiciliar. O valor é variável e pode chegar a mais de R$ 200, que somados ao reajuste do imposto predial eleva em muito a dívida do contribuinte que não tem feito outra coisa a não ser reclamar.


Em alguns casos, o valor do Imposto Predial e Territorial Urbano saltou de R$ 280 para mais de R$ 1.000. Para outros, o reajuste não foi menor que R$ 300. Na argumentação da PMM, as medidas fazem parte do novo Código Tributário Municipal, que passou a vigorar ainda em 2014. Ele seria o instrumento que regulariza a cobrança da coleta de lixo, que já existe em todas as capitais do País. Tudo foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Macapá. E enquanto a população reclama a prefeitura fatura colocando em prática os reajustes. Politicamente, dizem especialistas, o resultado não deve ser dos melhores para o PSOL e os planos da reeleição de Clécio Luís em 2016.

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