“No anexo do Instituto de Educação, criado
para servir de laboratório na formação de professoras, onde as alunas-mestras
faziam o estágio curricular, sob a supervisão da professora e diretora
Predicanda Amorim Lópes. Ficou nesse estabelecimento durante 15 anos, quando
teve a oportunidade de orientar centenas de jovens amapaenses para exercerem o
magistério”.
Pioneira do Magistério Amapaense: Raimunda da Silva Virgolino
A Escola Normal do Pará foi criada em 13 de
outubro de 1871 como Instituto Paraense de Educação, denominação alterada em
1947 para Instituto de Educação do Pará (IEP), com fim de formar professores
para atuarem na instrução primária. Situada em Belém que era o centro mais urbanizado da região, a Escola Normal estava
entre as principais instituições de instrução pública paraense e forneceu
inúmeras normalistas para atuarem na educação do Amapá nos primórdios da
criação do ex-Território Federal do Amapá. O Amapá tem um elo de gratidão com o
IEP, pois o nosso Sistema Educacional teve base nas orientações transmitidas às
pioneiras da Educação no Amapá: Graciela Reis de Souza, Deusolina Sales Farias,
Ana Alves de Oliveira, Predicanda Amorim Lopes, Ruth Bezerra, Maria Carmelita
do Carmo, Raimunda Mendes Coutinho, Esther da Silva Virgolino e Raimunda
Virgolino, a Virgó.
Solteira convicta, casada com a educação
Virgó criou um casal de sobrinhos e recebia com carinho os amigos, colegas
professores e alunos com empréstimos de livros e uma palavra de conforto. Após
sua aposentadoria, fazia visitas sociais a todos.
Tive a honra de ser seu aluno, no anexo do
IETA, denominado Escola Getúlio Vargas, no antigo – Alfabetização, dividido em
inferior e superior, após passávamos para a 1ª Série do Ensino Primário. Ao
chegar ao Ensino Ginasial, tive-a como professora de História. Nos dias de
provas ela usava um óculo escuro, que nos impossibilitava de perceber para onde
olhava e sem poder fazer a “cola”. Porém, ela me incentivou a ler e sempre me
emprestava livros e livros. E se hoje tenho o vício da leitura devo a essa
grande mestra.
Reinaldo
Coelho
A Pioneira Raimunda da Silva Virgolino é
natural de Belém do Pará, onde nasceu no dia 30 de agosto de 1929, filha de
Joaquim Virgolino Filho e D. Almerinda da Silva Virgolino (Dona Mulata).
Estudou no Externato São José, no Grupo
Escolar Coronel Sarmento na vila de Pinheiro (Icoaraci) e na Escola Normal de
Belém, diplomando-se professora normalista em 25 de dezembro de 1948 com apenas
19 anos de idade.
Esther Virgolino trabalhou no Posto de
Puericultura Iracema Carvão Nunes (ao lado do Barão do Rio Branco), na Escola
Doméstica de Macapá (atual Irmã Santina Rioli), e Escola Normal de Macapá
(Instituto de Educação, atual Faculdade Estadual do Amapá).
Trajetória de Virgó na educação
Em 1952 foi designada para dirigir o Grupo
Escolar Veiga Cabral, no município de Amapá. Retornando para Macapá, seis meses
depois, foi lecionar no Grupo Escolar Alexandre Vaz Tavares e em 1953 foi
transferida para o anexo do Instituto de Educação, criado para servir de
laboratório na formação de professoras. Ali as alunas-mestras faziam o estágio
curricular, sob a supervisão da professora e Diretora Predicanda Amorim Lópes.
Raimunda Virgolino ficou nesse
estabelecimento durante 15 anos, quando teve a oportunidade de orientar
centenas de jovens. Em 1970 passou a desempenhar funções burocráticas na
Divisão de Educação, assumindo a Coordenação da Comissão Municipal do Mobral dirigida
pela Sra. Icília Barbosa, esposa do médico e ex-governador Mário Medeiros
Barbosa.
Em 1984 deixou o Mobral e voltou à Secretaria
de Educação, passando a exercer atividades no Departamento de Assuntos
Culturais; foi chefe do protocolo no IETA e atuou na Biblioteca Pública.
A professora Virgolino se aposentou dia 16 de
agosto de 1988, e permaneceu no Amapá até seu falecimento em 27 de maio de
1999.
Seu corpo descansa em paz no Cemitério de
Nossa Senhora da Conceição – (Túmulo 105), no Centro de Macapá.
(Última atualização em 26/05/2011)
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