RENASCER E
PANTANAL
Retrato do abandono
Sem infraestrutura nas ruas e avenidas os
moradores do Renascer I, II e Pantanal sofrem com a falta de asfaltamento,
parada coberta de ônibus e descaso com as arenas esportivas.
Reinaldo Coelho
É um caso sério essa gestão municipal de
Macapá. Com mais de R$ 500 milhões no
orçamento municipal, sendo 15,6% do montante de recursos próprios, a capital
está destruida. O atual prefeito Clécio Luís, declarou que a incompetência ou a
corrupção é que não deixava o seu antecessor executar os serviços do município.
Assumiu a administração há dois anos e quatro
meses e as obras que a cidade tem hoje, como a entrada da cidade e algumas
pavimentações asfálticas, foram oriundos de recursos do governo do Estado ou do
governo federal. O prefeito Clécio, não tem uma obra para chamar de sua, pois
as que executou ou deixou de executar, são oriundas da administração anterior.
Caso dos conjuntos habitacionais Oscar Santos e São José.
A única rua asfaltada, a Hildemar Maia, foi em
parceria com o ex-governador Camilo Capiberibe, com finalidade eleitoreira, as
outras receberam o bendito ‘tapa buraco’. E o detalhe é que a cidade precisa e
muito de novas estruturas para sua população.
Segundo o IBGE, em 2010, o município contava
com 28 bairros oficiais, no entanto ainda havia um total de 32 não
oficializados, ou seja, mais de 60 bairros. Bairros abandonados pela gestão psolista. Lixo, lama, esgoto, poeira,
ruas de puro barro, sujeira, abandono explícito, iluminação precária. E onde
está um tostão da PMM aplicado nessa localidade? Não tem. E o povo, que paga a
conta, não recebe nada em troca. Até quando?
Vejam o caso dos Bairros Renascer I, II e
Pantanal é o “Retrato do abandono” na atual gestão municipal. O mato toma de conta
da maioria das ruas de terra batida, sem nenhuma estrutura, onde os moradores
são largados a própria sorte. O corredor de tráfego de ônibus, desses bairros,
está intrafegável. A Avenida Socialismo do Renascer I até a principal do
Pantanal é só buraco.
A ocupação e o povoamento desses bairros se
deram no início da gestão do ex-prefeito e ex-governador, hoje senador João
Alberto Capiberibe, e recebeu de infraestrutura apenas energia elétrica, o
abastecimento de água é feito através do poço Amazonas, feito pelos próprios
moradores.
Abastecimento de água
O ex-governador Camilo Capiberibe, começou a
implantação da Rede de Distribuição de Água do Renascer e Pantanal em 2011 com
recursos fruto de empréstimo feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) ao governo do Estado, no valor de R$ 3,9 milhões,
que já estavam disponíveis. A promessa foi de entregar em julho de 2012. Os
canos foram enterrados e as ligações as residências foram feitas, mais a
interligação as adutoras não aconteceram. Ou seja, não existe água tratada nos
bairros.
Vias intrafegáveis
Fundado há 16 anos, o Bairro Pantanal já foi
entregue aos primeiros moradores com deficiência em sua infraestrutura, pois
nunca dispôs de um sistema eficiente de drenagem das águas pluviais e
saneamento básico, que até hoje tem trazido grandes transtornos para a
comunidade, contribuindo inclusive para a desvalorização dos imóveis.
Os pedidos e apelos dos moradores dos dois
bairros vizinhos e que sofrem com os problemas de trafegabilidades das suas
ruas e avenidas não tem surtido efeito junto ao gestor Clécio Luís. A diretoria
da Associação dos Bairros solicitou que fossem realizados os serviços de infraestrutura
e saneamento básico, em praticamente todas as vias que fazem cruzamento com a
Rua Benedito Rodrigues Ferreira, que margeia a área de ressaca, para onde descem
as águas das chuvas, que ficam empossadas, dificultando a vida de quem mora nas
proximidades.
Das três ruas e quatorze avenidas que
constituem o Pantanal, apenas duas ruas e quatro avenidas foram asfaltadas
parcialmente, hoje praticamente intrafegáveis pelo surgimento de crateras na
camada asfáltica, comprometendo inclusive o transporte coletivo, que atrasa
viagens e desvia itinerários, causando aborrecimentos para os usuários.
Nos Bairros Renascer I e II, as ruas Socialismo
e Renascimento, que fazem parte do cinturão de tráfego de coletivos, apresentam
crateras, além de alagamentos das pistas e a falta de calçamento o que acaba prejudicando
a circulação dos pedestres.
Para complicar a situação em 2014 os acessos ao Bairro Pantanal, como a
Rodovia do Pacoval e o Ramal do Pesque-Pague, denominada Avenida Cauby Melo,
além do péssimo estado de conservação das vias entrou em obras de revitalização
desde novembro daquele ano, com previsão de inauguração para 4 de fevereiro de
2015, aniversário da cidade. Porém, o que se viu foi o contrario, estamos no
inicio de maio e a obra esta lenta e, a maioria dos maquinários parados.
A Avenida Caubi Sérgio de Melo,
que da acesso ao Bairro e é linha de coletivo foi fechada e o desvio pelas ruas
estreitas acabou em transformá-las em atoleiros.
“Os
ônibus que aqui transitam causam buracos e lama, não temos calçamento é
impossível sair e ir para o emprego ou escola sem ficarmos imundos, os muros
das residências estão manchados de lama”, reclama dona Irondina Bonfim, funcionária
pública.
Um motorista da linha Canal do Jandiá, que não
quis se identificar, comparou a rota como pior do que a BR 156. “Além dos buracos, temos crateras, que
perigam em capotar um coletivo. É pior do que os atoleiros da BR 156, onde já
trabalhei”.
Uma cobradora reforça que a linha Canal do
Jandiá/São Camilo, já retirou três ônibus de circulação. “São problemas de quebradeira de todos os tipos e os ônibus voltam para
a garagem para conserto e ai reduz a frota e os passageiros têm de esperar mais
tempo nas paradas que também não existem”.
As soluções só acontecerão quando faltar um ano
para as eleições. Aí ele vai derramar “maquiagem” no bairro.
Crime ambiental
No dia 8 de março, moradores da região do
Pantanal detectaram uma contaminação no lago por piche, material usado no
asfalto que estava armazenado próximo ao local e escorreu para a ressaca após a
chuva.
O que os engenheiros não contavam
era que o piche fosse descer com a chuva e cair direto na lagoa, pintando de
preto a paisagem.
A cena foi assustadora. “Não vai demorar para que os peixes comecem a aparecer mortos”, diz
uma moradora. De acordo com Éden Quaresma,
coordenador de licenças do IMAP, na época que a licença para os serviços da
prefeitura foi emitida no segundo semestre de 2014, e contemplava obras de
recapeamento e recuperação de vias.
Porém, de acordo com o IMAP não houve no plano
de obras da prefeitura de Macapá, um pedido para intervenção na área de ressaca,
onde o município executa obras de asfaltamento, no Bairro Pantanal, Zona Norte
da capital.
"O
projeto fala mais de recapeamento, pavimentação asfáltica, calçamento e
ciclovia, e em nenhum momento diz que vai ser aterrada a área de ressaca. É
visível a questão do impacto ambiental e vamos solicitar da equipe do IMAP
quais os procedimentos a serem tomados".
Pontos de ônibus
Os
bairros Renascer e Pantanal tem exatamente quatro paradas de ônibus cobertas.
Uma na Rua Socialismo, no Renascer I, duas paradas no Renascer II, na Avenida
Renascimento, sendo uma de “pau a pique” na rotatória do Renascer II e outra na
área em frente à Arena esportiva, construída pela atual gestão e, outra no
Pantanal.
Porém,
os moradores reclamam que o abrigo da rotatória está com sua estrutura comprometida,
devido o passar dos anos sem manutenção. Além disso, o excesso de lixo, matagal
e poças de água que se encontram próximo ao ponto, proporciona desconforto aos
usuários.
Com
referência aos outros pontos, a reclamação e em relação ao modelo, pois não foi
observado a altura suficiente do calçamento para impedir que a água chegasse
aos pés dos usuários. “Além de pequenos
foram mal planejados, não dá cobertura suficiente aos que ali se abrigam”,
reclamou a estudante Dirce Luzia.
A
dona de casa Elaine Cardoso reclama da falta de energia elétrica nos abrigos, o
que facilita aos assaltos. “Não temos
segurança de permanecer nos abrigos, pois a escuridão ajuda a bandidagem e nos
tornamos alvos deles”.
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