Macapá é uma cidade
Estado
O que significa Macapá uma cidade Estado? Concentra-se na
cidade de Macapá, mais de 60% da população do estado do Amapá, talvez, este
seja um fator que explique a péssima qualidade de diversos serviços estruturais
na cidade de Macapá, um dos problemas, um consenso entre os cidadãos
macapaenses de um dos maiores da cidade de Macapá, é a malha viária. Nos
últimos anos, a única política para este setor, tem sido a famosa
"operação tapa buraco".
Parte deste problema está na estrutura federativa brasileira,
os municípios a partir da Constituição de 1988, assumiram grande parte de novos
serviços, sem com isso, aumentarem as receitas e o "bolo "tributário,
onde a maior parte é dividida pelos estados e a União, os municípios ficaram os
problemas e "dores de cabeça" para os gestores, sem falarmos do fato,
que nos últimos 20 anos, a população das capitais aumentou consideravelmente, elevando maiores demandas
para educação básica, saúde, transportes e geração de emprego e renda,
fundamentar este assunto, não significa isentar os gestores (prefeitos) de sua
responsabilidade, pois muito embora, exista a dificuldade federativa, o Brasil
tem visto um "festival" de más administrações, prefeitos presos,
afastados por corrupção generalizada, entre outras questões graves.
Porém, outro fator
importante a ser considerado tem sido os conflitos, entre quem ocupa o cargo de
prefeito de uma capital e a figura do governador. Para muitos, o governador não
é o prefeito, o raciocínio está correto, entretanto, quando levamos em conta, o
fato de que a capital concentra mais de 60% da população de um lugar, então a
situação é crítica, neste caso, o governo não irá fazer favores para o prefeito
eleito, mas cumprir o dever constitucional de investir em questões estruturais,
apoiar no que for necessário.
A Prefeitura de Macapá, por exemplo, não tem orçamento
condizente com o tamanho da população, e quando
o orçamento, boa parte é para pagar pessoal, a coisa fica ainda mais
grave, deve-se ressaltar também, que uma significativa parcela das prefeituras
pelo Brasil afora, ficaram "inchadas" de contingente de pessoal, tudo
por conta de administrações desastrosas, que privilegiaram o clientelismo e os
interesses de grupos políticos e econômicos, se compararmos diversas
prefeituras brasileiras com outros países, vamos perceber que há três pontos
cruciais que fazem a diferença: o primeiro, é o investimento em tecnologia,
supre boa parte das dificuldades estruturais de controle e monitoramento de uma
cidade; o segundo, investimento em formação continuada, o terceiro item, a
quantidade de pessoal de acordo com as necessidades. Tais fatores estão
associados a uma visão empreendedora.
No Brasil, prevalece à formação de composição alheia à
realidade existente, agrava de sobremaneira a situação de administrações que
não produzem sem efeito algum. Como a tendência é o crescimento das demandas,
os gestores, agem de acordo com as conveniências, neste quesito, aumenta a
situação da chamada cidade Estado, exatamente, por absorver a intensidade e
dinâmica de problemas urbanos em diversas áreas. Um exemplo, é a pavimentação
urbana, no caso da cidade de Macapá, tornou-se um problema crônico. A pergunta
que cabe é a seguinte: só a falta de recursos? A resposta é não. Tem sido
conveniente nos últimos 20 anos, seguir com a política equivocada, somente
tapar buraco e não pavimentar vias, sem condições de drenagem, meio fio,
canaleta de águas pluviais, sinalização e calçadas.
Não dá para cidade de Macapá, só ter pavimentação asfáltica,
é preciso hierarquizar a malha viária, entra prefeito, sai prefeito, o que fica
só "choro", não há recursos para isso, ainda não vimos nenhum gestor
municipal, dizer que o município irá investir em um laboratório de solos,
buscar pavimentações alternativas, reduzir a dependência somente da
pavimentação asfáltica. No Brasil, temos diversos exemplos de pavimentações
alternativas que vem sendo utilizadas continuamente com apoio tecnológico.
O problema da cidade Estado, é que os gestores, pensam única
e exclusivamente neles, nos partidos, nos grupos, e a população que deveria ser
beneficiada, é a mais prejudicada com tudo isso. O empreendedorismo passa longe
de administrações municipais. Muito embora, a pavimentação urbana, seja de
responsabilidade do município, diversos trechos de vias estaduais e BR federais
cortam a cidade, a participação do governo estadual no apoio estrutural e
tecnológico, é fundamental para alcançarmos a melhoria da paisagem da cidade.
As consequências de
"brigas" intermináveis retrata a imagem da cidade, uma malha viária
destruída, a dependência exclusiva do asfalto, e o pior, a inercia completa dos gestores em acertar
passivamente a situação, dá pena de ver a paisagem da cidade de Macapá, isso
prejudica a autoestima da população, enfraquece o turismo, gera acidentes,
afeta as questões de transito, de escoamento das águas pluviais e acima tudo a
qualidade de vida urbana.
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