sexta-feira, 19 de junho de 2015

ARTIGO DO TOSTES



Macapá é uma cidade Estado



O que significa Macapá uma cidade Estado? Concentra-se na cidade de Macapá, mais de 60% da população do estado do Amapá, talvez, este seja um fator que explique a péssima qualidade de diversos serviços estruturais na cidade de Macapá, um dos problemas, um consenso entre os cidadãos macapaenses de um dos maiores da cidade de Macapá, é a malha viária. Nos últimos anos, a única política para este setor, tem sido a famosa "operação tapa buraco".

Parte deste problema está na estrutura federativa brasileira, os municípios a partir da Constituição de 1988, assumiram grande parte de novos serviços, sem com isso, aumentarem as receitas e o "bolo "tributário, onde a maior parte é dividida pelos estados e a União, os municípios ficaram os problemas e "dores de cabeça" para os gestores, sem falarmos do fato, que nos últimos 20 anos, a população das capitais aumentou  consideravelmente, elevando maiores demandas para educação básica, saúde, transportes e geração de emprego e renda, fundamentar este assunto, não significa isentar os gestores (prefeitos) de sua responsabilidade, pois muito embora, exista a dificuldade federativa, o Brasil tem visto um "festival" de más administrações, prefeitos presos, afastados por corrupção generalizada, entre outras questões graves.

Porém,  outro fator importante a ser considerado tem sido os conflitos, entre quem ocupa o cargo de prefeito de uma capital e a figura do governador. Para muitos, o governador não é o prefeito, o raciocínio está correto, entretanto, quando levamos em conta, o fato de que a capital concentra mais de 60% da população de um lugar, então a situação é crítica, neste caso, o governo não irá fazer favores para o prefeito eleito, mas cumprir o dever constitucional de investir em questões estruturais, apoiar no que for necessário.

A Prefeitura de Macapá, por exemplo, não tem orçamento condizente com o tamanho da população, e quando  o orçamento, boa parte é para pagar pessoal, a coisa fica ainda mais grave, deve-se ressaltar também, que uma significativa parcela das prefeituras pelo Brasil afora, ficaram "inchadas" de contingente de pessoal, tudo por conta de administrações desastrosas, que privilegiaram o clientelismo e os interesses de grupos políticos e econômicos, se compararmos diversas prefeituras brasileiras com outros países, vamos perceber que há três pontos cruciais que fazem a diferença: o primeiro, é o investimento em tecnologia, supre boa parte das dificuldades estruturais de controle e monitoramento de uma cidade; o segundo, investimento em formação continuada, o terceiro item, a quantidade de pessoal de acordo com as necessidades. Tais fatores estão associados a uma visão empreendedora.

No Brasil, prevalece à formação de composição alheia à realidade existente, agrava de sobremaneira a situação de administrações que não produzem sem efeito algum. Como a tendência é o crescimento das demandas, os gestores, agem de acordo com as conveniências, neste quesito, aumenta a situação da chamada cidade Estado, exatamente, por absorver a intensidade e dinâmica de problemas urbanos em diversas áreas. Um exemplo, é a pavimentação urbana, no caso da cidade de Macapá, tornou-se um problema crônico. A pergunta que cabe é a seguinte: só a falta de recursos? A resposta é não. Tem sido conveniente nos últimos 20 anos, seguir com a política equivocada, somente tapar buraco e não pavimentar vias, sem condições de drenagem, meio fio, canaleta de águas pluviais, sinalização e calçadas.

Não dá para cidade de Macapá, só ter pavimentação asfáltica, é preciso hierarquizar a malha viária, entra prefeito, sai prefeito, o que fica só "choro", não há recursos para isso, ainda não vimos nenhum gestor municipal, dizer que o município irá investir em um laboratório de solos, buscar pavimentações alternativas, reduzir a dependência somente da pavimentação asfáltica. No Brasil, temos diversos exemplos de pavimentações alternativas que vem sendo utilizadas continuamente com apoio tecnológico.

O problema da cidade Estado, é que os gestores, pensam única e exclusivamente neles, nos partidos, nos grupos, e a população que deveria ser beneficiada, é a mais prejudicada com tudo isso. O empreendedorismo passa longe de administrações municipais. Muito embora, a pavimentação urbana, seja de responsabilidade do município, diversos trechos de vias estaduais e BR federais cortam a cidade, a participação do governo estadual no apoio estrutural e tecnológico, é fundamental para alcançarmos a melhoria da paisagem da cidade.


As consequências de "brigas" intermináveis retrata a imagem da cidade, uma malha viária destruída, a dependência exclusiva do asfalto, e o pior,  a inercia completa dos gestores em acertar passivamente a situação, dá pena de ver a paisagem da cidade de Macapá, isso prejudica a autoestima da população, enfraquece o turismo, gera acidentes, afeta as questões de transito, de escoamento das águas pluviais e acima tudo a qualidade de vida urbana.

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