Rodolfo Juarez (rodolfojuares@gmail.com)
O
estrangulamento dos municípios no Amapá
Os gestores municipais, todos eles, mais especialmente
aqueles dos municípios mais pobres, estão no terceiro ano de mandato, passando
um dos maiores apertos da história municipal no Amapá.
São dezesseis entes, cada um com um prefeito, um
vice-prefeito, uma câmara de vereadores e um montão de problemas que, por mais
que queiram os prefeitos, não têm condições de resolver um só daqueles
problemas.
Um monte de atribuições e um escasso orçamento; uma lista de
compromisso e uma estrutura absolutamente inadequada; uma carrada de exigência
e sem quaisquer condições de atendê-las.
Para completar o orçamento roga à bancada parlamentar, em
Brasília, por ajuda, com emendas, algumas delas traiçoeiras e que deixam os
prefeitos e parte da equipe, atoladas em problemas que transcendem à sua vida
política e invadem a sua vida privada, sem dó nem piedade.
É claro que as safadezas não estão sendo referidas aqui.
Analisa-se, isso sim, as condições estruturais das administrações municipais
que, nesse momento, recebe as notícias que nunca querem e, entre essas
notícias, a informação de que o Fundo de Participação dos Municípios, sua
principal fonte de renda, está sendo capado a cada remessa.
O que fazer para viabilizar essas administrações? Como evitar
que as administrações municipais sejam avaliadas como as piores dos últimos
anos?
Não basta só querer. É preciso criatividade e uma dose muito
forte de compreensão da população que já esgotou todo o seu saco de paciência e
está querendo que o gestor municipal faça o que prometeu fazer, ou mesmo diga
que não dá para fazer.
Os prefeitos estão se colocando em trincheiras, se escondendo
do povo e tendo que desviar os ataques que vêm de todos os lados - de cima e de
baixo -, deixando-os completamente entregue à esperteza de auxiliares que não
auxiliam e, de funcionários mal pagos, ou pagos quando der e que não estão
motivados.
Criar impostos e não ter como justifica-los, ou justificar a
sua não aplicação, é desafiar o que resta de confiança - se ainda resta alguma
coisas -, do munícipe que vê as vias da cidade completamente sem condições, as estradas
completamente destruídas, a saúde entregue à própria sorte e as iniciativas
abafadas pela mediocridade e pela falta de condições.
O que não pode esquecer de vez é que a população mora nas
áreas urbanas, a maioria, suburbana e rural, a minoria, mas todos precisam de
condições mínimas para viver.
Quando menor a população do município, maior são os problemas
que apresenta, com a pequena população ficando de fora de todos os programas
municipais e tendo dificuldades para enfrentar o dia-a-dia sem ter que
sacrificar a maior parte do seu plano de vida, da sua capacidade de solução dos
problemas.
E os vereadores?
Completamente perdidos, não sabem o que fazer e se entreolham
apenas com vontade de resolver os problemas dos seus "bandeirantes"
que ajudaram a elegê-lo e que não teve como "empregá-lo". A única
solução é a "vaga" na prefeitura, naquele cargo de confiança ou na
moda antiga do contrato administrativo.
Dai a insegurança para
todos, inclusive para o prefeito que só quer "pagar" os compromissos
que fez com os vereadores para manter a "governabilidade", pois sabem
que da população o aval não vem e a cobrança é tímida.
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