sexta-feira, 12 de junho de 2015

ATLETA DO PASSADO




“Para você ingressar em um time e jogar na década de 90 era difícil. Hoje você observa que a história do futebol amapaense é a história do passado. Para o futuro falta trabalhar a categoria de base para revelar garotos, porque você hoje no futebol Júnior, o Trem contratou 13 jogadores de fora. O Oratório idem, não temos mais revelações em Macapá, antes era contratado profissional, no Junior, era a prata da casa. O futebol amapaense está defasado, infelizmente”.


Jardel Pereira Soares (Toyotinha) - Meio atacante




REINALDO COELHO

DA EDITORIA
Esta semana encontramos um meio campista do futebol de raça amapaense, ele é Jardel Pereira Soares, o Toyotinha, como é conhecido no meio desportista. Jardel Soares nasceu em Macapá, no ano de 1974.

Filho de Manuel Borges Soares (Inspetor na antiga SUCAM, hoje é FUNASA) e de Conceição Pereira Soares (Enfermeira, hoje está aposentada).

Jardel conta à reportagem que conviveu com a nata dos craques amapaenses. Tudo começou nas peladas de ruas e depois nas quadras do Bairro do Trem. "Comecei no futebol e até hoje pratico jogo pelada de rua, sou criado na Praça da Nossa Senhora da Conceição, no Bairro do Trem e desde lá eu comecei a praticar o futebol. Daí então teve uma escolinha de futebol, na época tinha 12 anos, foi quando eu iniciei no futebol de campo e onde fui revelado. Meu olheiro foi o Lourival, ele foi embora daqui faz tempo e até hoje não sei o paradeiro dele".

Jardel narra que sua revelação nas quadras da Praça da Conceição foi um passo para que um amigo o levasse para compor no escrete do Trem Desportivo Clube. "Joguei pouco no Locomotiva. Logo em seguida fui para o Esporte Clube Macapá, onde fui revelado para o futebol de campo. Comecei no amador em 1991 e passei para o Profissional na época em que foi implantado no Amapá".
Jardel, Toyotinha jogou além do Esporte Clube Macapá, no Aliança de Santana; Independente Esporte Clube; Ypiranga Esporte Clube; "Só não joguei no Oratório e no Amapá Clube. Conquistei seis títulos estaduais. Conquistei titulo para o Macapá em 1991, fui Campeão pelo Ypiranga por duas vezes; Independente, cheguei a ser vice pelo São José, jogamos a final com o Independente. Meu final de carreira foi no Trem Desportivo Clube".

Jardel relembra que em 1992 jogou no Paysandu, clube paraense, onde se destacou bastante. "O Miranda foi para o Remo junto com o Edson Gato e o Bala, porém quem lá permaneceu fui somente eu e o Miranda".

A passagem pelo clube paraense não foi somente sucesso teve seus altos e baixos e um deles o fez retornar ao Amapá. "Tive uma enrolação por parte de um membro da diretoria do Paysandu e até hoje o pessoal tem duvidas, por que eu deixei o 'Papão'. Eu estava jogando muito bem no Paysandu, porém, o então presidente Rui Salles, me pagou com um 'cheque sem fundo' e fiquei a ver navio, então liguei para minha família e participei a situação. Nesta época o presidente do E. C. Macapá era o Bené Bitencourt e ele comprou minha passagem e me trouxe para o Macapá".


Continuando, Jardel conta que na sua época era difícil jogar e alcançar sucesso, pois tinham muitos craques no futebol. "Quando eu comecei de 1990 a 1997 tínhamos vários craques, hoje, infelizmente, não temos nenhum destaque. Para você ingressar em um time e jogar na década de 90 era difícil. Hoje você observa que a história do futebol amapaense é a história do passado. Para o futuro falta trabalhar a categoria de base para revelar garotos, porque você hoje no futebol Júnior, o Trem contratou 13 jogadores de fora. O Oratório idem, não temos mais revelações em Macapá, antes era contratado profissional, no Junior, era a prata da casa. O futebol amapaense está defasado, infelizmente", desabafa Jardel.

Lembranças

Ex-jogadores Jardel Soares (à esquerda), Miranda (ao centro) e Tiaguinho (à direita) relembram momentos no Zerão

Para o meio-campista Jardel Soares, que brilhou na década de 90 vestindo as camisas do Ypiranga, Macapá, Trem e Independente, o Zerão foi o local onde viveu uma das maiores decepções no esporte. Na partida final do Campeonato Amapaense do ano 2000, o Ypiranga tinha um pênalti a seu favor, a torcida chegou a clamar que Jardel cobrasse, mas um estiramento numa das coxas, o impossibilitou. Na cobrança, o companheiro desperdiçou a batida e no contra-ataque, o adversário marcou o gol do título.

"Era um momento único para mim no Zerão. Eu iria me tornar tetracampeão amapaense e a torcida pediu para que eu cobrasse, mas estava com uma lesão na coxa. Foi uma das decepções que vivi no Estádio Zerão".

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