Projeto do Porto de Macapá
Em
abril de 2013 foi realizado na cidade de Macapá, o evento denominado de SOS
Cidades. O objetivo da relembrança sobre o que aconteceu neste encontro é de reavivar
na memória as boas alternativas a partir de uma ampla discussão com diversos
técnicos e instituições nas últimas semanas em Macapá. O tema do debate
permeava sobre o grau de dificuldade, que tanto prefeitura quanto governo do Estado
têm para idealizaram projetos mais arrojados para cidade. Os resultados deste
encontro, passados dois anos, mostram mais uma vez que o poder público deixou
de levar em conta os projetos idealizados que poderiam perfeitamente com alguns
ajustes, se tornarem opções efetivas para o desenvolvimento urbano da capital.
Para
conhecimento do público, o SOS Cidades é um evento promovido pela UBA
(Universidade de Buenos Aires) vinculado a Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, o objetivo é de congregar um bom número de professores, acadêmicos e
técnicos para que durante o período de uma semana, seja discutido e colocado em
prática propostas para cidade onde o evento se realiza. A metodologia consiste
na formação de 10 grupos de trabalhos, entre os integrantes, a participação de
acadêmicos de arquitetura e urbanismo da escola local.
É
importante ressaltar que este evento, só foi possível ser realizado com a
participação dos agentes envolvidos, Universidade Federal do Amapá, Prefeitura
Municipal de Macapá e o Governo do Estado do Amapá. Na composição total, cerca
de 150 participantes, entre locais e estrangeiros, entre os de fora, tiveram os
seguintes países representados: Argentina, Chile, Costa Rica, Colômbia, Estados
Unidos, México, Uruguai, Venezuela. Esta experiência foi enriquecedora na troca
de experiências entre os estrangeiros e os macapaenses.
Durante
toda a semana foram realizados trabalhos de pesquisa e estudos necessários para
subsidiar as propostas que seriam apresentadas no último dia com a participação
de um Júri composto de professores e arquitetos e urbanistas. Como parte do
processo preparatório, os dois primeiros dias foram realizadas várias palestras
pelos integrantes do SOS Cidades e por vários pesquisadores locais, com a
finalidade de nivelar informações para todos os participantes.
No
terceiro dia, os grupos foram constituídos para trabalharem os estudos e
propostas na área de arquitetura e urbanismo. Um dos grupos de trabalho começou
a desenvolver uma ideia sobre a criação do Porto de Macapá. De acordo com este
grupo de trabalho, a concepção visava dar a orla da cidade, a dinâmica e a
dimensão necessária para fluir todas as atividades verificadas na orla do
Perpetuo Socorro e Santa Inês. Inicialmente foi realizada uma cronologia em
relação ao uso e dinâmica da orla em várias décadas, resgatando inclusive a
relação sobre a concepção do Trapiche Eliezer Levi, que servia atracadouro para
quem chegava à Macapá, vindo de Belém do Pará.
Além
da ideia do Porto de Macapá, a proposta consistia em grandes investimentos nas
vias paralelas que ia da Candido Mendes a General Rondon, concepções envolvendo
a utilização de uso misto entre residências e comércios, criando novas concepções
e corredores, de certo havia alguns entraves relacionado às áreas públicas. Ficava
evidente que o fundamento do Porto de Macapá, não era de um porto concorrente
com o já existente em Santana, mas, atender a uma realidade da dinâmica da orla
de Macapá.
Alguns
obstáculos à proposta inicialmente, é que nesta possível proposição resultaria
em um volume expressivo de recursos, além de demandar um bom número de áreas a
serem desapropriadas, pelo elevado custo, talvez, inicialmente poderia
inviabilizar a proposta, também se considerou como elemento de análise, o fato da
proposta valorizar o eixo central a partir da Candido Mendes, implicaria em
outros redimensionamentos mais radicais como no Canal da Mendonça Junior.
Se
percebermos esta ideia como pressuposto futuro, de que Macapá ao mesmo tempo
integrasse três princípios importantes: o turismo, a valorização da orla e redimensionamento
da ideia do centro histórico. As ideias concebidas para este lugar em décadas
ficaram restritas aos Planos Diretores da Fundação João Pinheiro (1973) e da HJ
COLE (1977) em revitalizações urbanísticas na área de orla. A proposição deste
grupo de trabalho era mais ousada, visava atender aos investimentos
necessários, criando maiores dinâmicas a partir do Porto de Macapá. Como o
grupo estava composto em sua maioria por integrantes da Universidade de Buenos
Aires, havia sempre a comparação sobre o que aconteceu em Buenos Aires, na área
de Puerto Madero.
Como
fator interessante desta ideia, residia a criação e geração de emprego e renda,
no fator histórico a serem incentivadas as metas seguidas, como elemento
adverso, o elevado custo para ser implantado. O que mostra a concepção do
estudo, é que para ser arrojado, é fundamental audácia, muito embora, se tenha
a visão clara e racional dos custos daquilo de que é possível. Integrar toda a
orla de Macapá e a dinâmica já existente, sem dúvida, é algo para ser pensado
com calma e perspectivas mais visionárias, nunca deixar que a tacanhez e a
timidez tome conta das ações do público e principalmente dos gestores, que se
acostumaram apenas a materializarem o que é exigido cotidianamente.
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