sexta-feira, 31 de julho de 2015

EDITORIAL



Problemas que se arrastam...


Na última década as cidades médias brasileiras foram as que tiveram maior crescimento anual da economia (menos de 5% ao ano) e da população (2% ao ano). Apesar dos indicadores geralmente positivos sobre qualidade de vida, o crescimento econômico vem colocando um pesado fardo nos municípios, mais vulneráveis em termos de infraestrutura, serviços públicos e planejamento urbano. A chegada maciça de imigrantes, a lentidão na resposta das prefeituras, a falta de planejamento de longo prazo e mesmo os gargalos financeiros vêm contribuindo para criar, nas cidades do Amapá problemas típicos das grandes metrópoles. Os principais deles são desigualdade de renda, trânsito caótico, violência, favelização, ausência de infraestrutura e desequilíbrios ambientais.
A quantidade de trabalhadores da área urbana, por sua vez, aumentou e muito, e esta expansão urbana é tão vertical quanto horizontal, ou seja, há a especulação imobiliária dos altos prédios nas áreas centrais da cidade, mas há também a presença cada vez mais comum de condomínios fechados e programas de moradia popular em áreas afastadas do centro.
Estas características trazem também as contradições do crescimento. A periferia se expande de forma diferenciada, porque mistura os condomínios fechados para a alta renda com os conjuntos populares de programas como o 'Minha casa, Minha vida'.
Um pouco mais de planejamento e a retomada das obras do PAC, no Amapá, por exemplo, poderia evitar alguns problemas, como o tratamento de esgoto e a problemática habitacional, com a solução para as moradias ilegais em áreas alagadas.
Macapá, por este prisma, está perdendo o poder de gestão econômica de seu território, tanto no quesito habitação, quanto no comércio que está deixando de ser local, com a chegada das grandes redes, dominada por um capital mais forte, aumentando o preço da terra urbana e forçando a população mais pobre e sofrida a procurar locais insalubres para construir as indesejáveis palafitas urbanas.
Saindo desta ótica, não poderíamos deixar de contemplarmos nos leitores com uma boa notícia, a tão esperada versão online deste semanário. Nas próximas semanas, o Tribuna ganhará esta nova versão, um projeto arrojado e moderno que está sendo pensado e desenvolvido por uma experiente equipe de profissionais da área de comunicação digital. Com layout minimalista e moderno, o novo portal trará, diariamente, notícias jornalísticas das mais diversas áreas, transformando-se em mais um canal de informação a serviço da nossa população de leitores.


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