“Ao vai-te!”
Férias + Rabiola + Cerol = PERIGO
Reinaldo Coelho
Da Editoria
“Ao vai-te!”, é a exclamação entusiasmada de um garoto após
dar um laço com a sua pipa ou rabiola e acabar com a diversão de outro guri. A
brincadeira tão comum na periferia da maioria das cidades brasileiras. No Norte,
rabiola é um termo que designa uma pipa, feita com três talas e papel de seda.
Apesar do colorido que da aos céus , a época das rabiolas,
que começa agora com as férias escolares, também é sinônimo de prejuízo. De
acordo com informações da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) cerca de 36%
das faltas de energia registradas são ocasionadas pelo uso de pipas com cerol.
Rede elétrica é o maior perigo para
quem gosta de soltar pipas
As crianças querem diversão, principalmente nas férias, e
soltar pipa é uma das formas de lazer. Os pais devem ficar atentos e orientar
sobre os riscos da rede elétrica e do cerol. Acidentes estão cada vez mais
comuns. Evite e siga essas dicas: Soltar pipa apenas em locais afastados da rede elétrica, em
campos abertos ou parques;
• Nunca use fios
metálicos nem papel laminado para confeccionar a pipa, eles são como condutores
de energia e podem causar choques fatais;
• Se a pipa ficar
presa nos fios elétricos, não tente retirá-las. Nunca use varas nem suba no
poste para tirar uma pipa, o choque nestes casos é fatal;
• Não use cerol.
Além do risco de ferir ou mesmo matar, o cerol costuma cortar os fios de alta e
baixa tensão. Vale lembrar que, o uso de cerol é proibido e constitui um grande
risco para as pessoas. Ele pode provocar acidentes graves com ciclistas e
motociclistas;
• Linhas
metalizadas conduzem energia e aumentam o perigo de choques;
Lembre-se, o simples ato de tentar puxar uma pipa presa aos
fios da rede elétrica pode provocar uma violenta descarga elétrica, capaz de
levar à morte.
.
Cerol é proibido
Todos sabem da proibição do uso de cerol em linhas de pipas,
mas com a chegada das férias escolares o hábito de passar o 'cortante', vem se intensificando nas ruas e avenidas da
nossa cidade. O cerol é um composto com vidro, lâmpada fluorescente, mármore,
cola de madeira e água.
Em Macapá, a Lei Municipal nº 1445, criada em 2005, proíbe o
uso de cerol nas linhas de papagaios, a mesma norteia também o órgão competente para este serviço e
a multa de R$ 150 que deve ser aplicada, porém sem sua regulamentação, as
medidas que devem ser tomadas não ficam claras.
“Mas essa lei ainda não pode ser aplicada sem uma
normatização. Isso nos impede de agir de forma mais rígida quanto ao uso do
cerol em Macapá. O que podemos fazer é o recolhimento das linhas enceradas e
trabalhar campanhas educativas em escolas e centro comunitários. Essa é uma
forma de disseminar entre os jovens os malefícios que o cerol pode trazer à vida
de terceiros”, explicou o comandante da Guarda Municipal de Macapá, Ubiranildo
Macedo.
Os mais prejudicados são os motociclistas que usam a proteção
de uma antena na frente das motos. Segundo os denunciantes eles só não sofreram
ferimentos por conta da antena ' corta pipas'. O cerol em todos os casos foi
identificado nas linhas que ficaram na antena.
A Resolução 356 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran)
determina a obrigatoriedade da antena de proteção em motos para quem trabalha
com frete ou transportando passageiros. O motociclista que não cumprir a medida
poderá pagar multa e ter o veículo apreendido. A antena custa em média R$10 e
protege contra as linhas com cerol.
Em 2014 foi registrado um caso de vítima do cerol. O
motoqueiro Pedro Arnaldo do Rosário, de 42 anos, trafegava na Rodovia Duca
Serra, onde foi atingido por uma linha com cerol e teve o pescoço cortado. O
corte foi tão profundo que ele não resistiu.
"Quem faz o uso da pipa com cerol está assumindo o risco
de causar dilacerações e até óbitos a inocentes, que não têm como adivinhar que
alguém está com este tipo de artefato", comentou um motociclista que foi
acidentado com linha com cerol.

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