Pe. Salvador Zona
Um Pioneiro do PIME no Amapá
Ao
retratarmos a historia do Amapá e os seus pioneiros, buscamos informações com
pessoas e sites que tem a preocupação de arquivar nossa história e quem as
ajudou a escrever. Esta semana estamos contando a trajetória de um italiano,
que através do sacerdócio ministerial católico escreveu e influenciou gerações
de jovens amapaenses, ele é o padre Salvatore Zona, que nasceu em 10 de
fevereiro de 1927, na Província de Caserta, em Nápoles, ao sul da Itália e,
como centenas de missionários do Pontifício Instituto das Missões Exteriores
(PIME), ajudou a religiosidade e a cidadania de milhares de brasileiros
radicados no Amapá.
Salvatore
Zona aos 10 anos foi enviado para um seminário, como tradição da família, que
deveria entregar pelo menos um filho homem para servir à Igreja Católica.
Em
1956, chegou a Macapá para se juntar aos sacerdotes do PIME, que já exerciam
importante papel junto à sociedade amapaense. Inicialmente foi designado para
trabalhar em Mazagão-AP, onde construiu uma igreja. Depois, quando transferido
para Macapá construiu a Igreja de Fátima, que antes era apenas uma capela.
A
Pedra Fundamental da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, foi benta e lançada
pelo Bispo Dom Aristides Piróvano, em 23 de junho de 1963 e a planta foi de
autoria do arquiteto e Pe. Fúlvio Giuliano, que aparece nas imagens (de chapéu
à direita), juntamente com o Sr. Ituassú Borges de Oliveira (3º), e o Pe. Salvador Zona. Os demais não conseguimos
identificar.
O
projeto teve como arquiteto Fulvio Giuliano e o mesmo, também foram usados para
construir a igreja de São Benedito, no Laguinho.
Foi
capelão do Exército por mais de 10 anos, e instrutor de música, tendo ajudado
muitos jovens do entorno da igreja de Nossa Senhora de Fátima a desenvolver o
talento e ter uma profissão como músicos.
Em
Macapá, conheceu a professora Nazaré Braga, com quem casou-se, em 07 de agosto
de 1980 e teve uma filha chamada Maria Teresa. Vinte de dois dias, após o
nascimento da filha, Salvatore sofreu o primeiro infarto, de muitos, e
descobriu que sofria de insuficiência renal crônica, o que também desencadeou
problemas cardíacos. Ele passou por hospitais em Belém, Ceará e Curitiba.
Na
imagem 02 na mesa à esquerda (com camisa de bolinhas) o escrivão do Cartório
Jucá, José Almeida e ao lado dele o secretário lavrando a Ata da solenidade,
tendo à frente o casal de noivos(sentados): Salvador e Nazaré; Na imagem
padrinhos e testemunhas: A partir da esquerda: professores Odete e Bosco; Maria Regina e Paulo Cruz (casal de jovens
irmãos filhos do Sr. Guilherme Cruz – dono do Foto Cruz); seguido do casal Dra.
Celia Trezel e Professor Breno Trezel; as duas da direita são Conceição e Jacy
Braga - respectivamente – irmã e mãe da noiva.
Ele
ficou 7 anos e 6 meses doente. Passou muito mal no dia 20.04.90 e foi
encaminhado para o Hospital Geral de Macapá, aonde veio a falecer no mesmo dia.
Seu corpo descansa em paz no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, no centro de
Macapá.
O
padre: Reproduzirmos, trechos da Crônica do amigo Milton "Sapiranga"
Barbosa, publicada no blog de jornalista Alcinéa Cavalcante, em 18 de agosto de
2009, sob o título: A capelinha, o padre, escoteiros e molecada.
“O
padre Salvador Zonna foi o titular da capelinha. Era um italiano de bom porte
físico, com uma fisionomia séria, de poucos sorrisos. Mas era só fachada. Padre
Salvador era boa praça, tanto que suportava as traquinices dos moleques,
Moacir, Mucura, Boquinha, Deverde e Tique-Imbiga, este o mais danado de todos e
que era sempre expulso do barracão tão logo o filme começava. A expulsão do
Tique era o momento aguardado por todos, pois antes de sair da sala, ele se
virava no rumo do padre e gritava: “õ,õ,õ,õ bubagem”. E saía correndo na frente
do padre, que atrapalhado pela batina e pela ligeireza do moleque, nunca pode
dar-lhe um corretivo. Mas no outro dia já estava tudo bem entre o padre e o moleque,
até uma nova sessão do seriado do Tarzan.
Os
escoteiros e a molecada: Como os escoteiros, em sua maioria, eram coroinhas e
ajudavam em todas as atividades promovidas pela igrejinha, o padre Salvador
dava todo apoio ao grupo de escoteiros comandado pelo chefe Madureira, tendo
como chefes auxiliares Juracy Freitas (Jupaty), Orlando Brandão, Duquinha e
Pedro Cardoso. Também pertenciam ao grupo de seguidores de Baden Power o
Moacir, Ceará, Picolé, Diógenes, Boneco, Sapo, Grilo, Dejacir, Manoel Guedes,
Jorge e Marcos Albuquerque, Alcione Cavalcante, os Wálter Maia e Damasceno,
João Dutra, Rui e Antônio Maia, Garrincha, Pedro, etc, etc...
Depois
que o objetivo que levou a construção da capelinha foi alcançado e o número de
fiéis já era grande, obrigou a construção de uma igreja propriamente dita,
maior e mais confortável. Construíram então a nova igreja de Nossa Senhora de
Fátima e a capelinha foi demolida.
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