CUIDADO COM O ATESTADO DE
INCOMPETÊNCIA
Rodolfo
Juarez
Apesar
de todos concordarem com a tese de que é nos tempos de crise que surgem as
oportunidades para que as pessoas sejam criativas e inovem renovando a forma de
resolver os problemas do cotidiano, não são raros os exemplos de melhorias em
decorrência dessa condição que os tempos atuais impõem a todos.
Tenho
a impressão que a avaliação está sendo mal feita com relação à necessidade de
ser criativo e de inovar, pois bem, não basta querer, tem que investir pesado
nessas propostas de modificar comportamentos, que buscam resultados por outras
vertentes e que sejam eficientes.
Não
adianta imaginar que inovar está em apenas querer. É preciso organizar,
planejar definindo, com clareza os objetivos, para então, aplicar na
modificação da maneira de alcançar os resultados pretendidos.
Claro
que a maior necessidade é de quem está passando pelo maior aperto. Aquele que
ainda entente que pode enfrentar a crise esperando o “tempo melhorar” apenas
cruza os braços ou dá um descanso para a parte produtiva de sua mente e, em
algumas oportunidades, conforme a conveniência engana-se a si próprio,
avançando em projetos que sabe não dar certo, mas que imagina que “pode dar
certo”.
Também
há aqueles que estão preocupados apenas com as atribuições que os regulamentos
ou o costume lhe impuseram, não se esforçando para mudar o regulamento ou se
rebelar contra os costumes. Esse está completamente perdido e sem referência ou
entendimento do que está acontecendo no país.
Levar
em consideração que o primeiro que sofre, de fato, as consequências maléficas
de uma crise é a população e é exatamente a população que por último percebe
que a crise passou, deve ser um dos fatores predominantes para aqueles que
querem alterar as condições de gerir os interesses comuns.
A
gestão pública está cada vez mais exposta quando mais se espera dela. E os
momentos de dificuldades são aqueles que mais se espera da gestão pública.
De
nada adianta o gestor esconder-se, deixar de discutir as questões básicas e não
ter coragem para tomar as decisões que são necessárias. Querer não significar
que o fato vai acontecer ou a providência vai ser tomada. Querer deve ser
avaliado, cuidadosamente para não conter falhas em sua concepção e possibilitar
chegar aos objetivos por rumos diferentes, honestos e ajustados com a
capacidade atual dos colaboradores e dos que terão o usufruto dos resultados.
Os
costumes, se não forem mudados, contribuirão para a derrocada, que no caso do
setor público, é para todos, sem exceção.
De
nada adianta, mesmo com reconhecida capacidade de trabalhar, querer manter os
padrões dos outros tempos nos tempos atuais. Claro que não vai dar certo. E
vale para todos, desde os mais graduados, até aqueles que são escalados para
apoiar as propostas em teste ou em repetição.
É
preciso que seja compreendido a excepcionalidade da ocasião. Recursos escassos
e demandas em crescimento, se não forem bem equacionados, pode geral um
sucessão de erros e responsabilizar a todos e, o indesejável: castigar pessoas
que confiaram e que esperavam resultados melhores.
A
postura tem que ser diferente. Não basta a ordem, tem que haver comando efetivo
e participativo em todas as etapas de cada proposta. Assim funcionaria a
inovação e a criatividade. De outra forma, resta a decepção, a desconfiança e a
certeza de que, ao final, os responsáveis receberão o atestado de
incompetência.
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