sexta-feira, 28 de agosto de 2015

ARTIGO



CUIDADO COM O ATESTADO DE INCOMPETÊNCIA


Rodolfo Juarez

Apesar de todos concordarem com a tese de que é nos tempos de crise que surgem as oportunidades para que as pessoas sejam criativas e inovem renovando a forma de resolver os problemas do cotidiano, não são raros os exemplos de melhorias em decorrência dessa condição que os tempos atuais impõem a todos.
Tenho a impressão que a avaliação está sendo mal feita com relação à necessidade de ser criativo e de inovar, pois bem, não basta querer, tem que investir pesado nessas propostas de modificar comportamentos, que buscam resultados por outras vertentes e que sejam eficientes.
Não adianta imaginar que inovar está em apenas querer. É preciso organizar, planejar definindo, com clareza os objetivos, para então, aplicar na modificação da maneira de alcançar os resultados pretendidos.
Claro que a maior necessidade é de quem está passando pelo maior aperto. Aquele que ainda entente que pode enfrentar a crise esperando o “tempo melhorar” apenas cruza os braços ou dá um descanso para a parte produtiva de sua mente e, em algumas oportunidades, conforme a conveniência engana-se a si próprio, avançando em projetos que sabe não dar certo, mas que imagina que “pode dar certo”.
Também há aqueles que estão preocupados apenas com as atribuições que os regulamentos ou o costume lhe impuseram, não se esforçando para mudar o regulamento ou se rebelar contra os costumes. Esse está completamente perdido e sem referência ou entendimento do que está acontecendo no país.
Levar em consideração que o primeiro que sofre, de fato, as consequências maléficas de uma crise é a população e é exatamente a população que por último percebe que a crise passou, deve ser um dos fatores predominantes para aqueles que querem alterar as condições de gerir os interesses comuns.
A gestão pública está cada vez mais exposta quando mais se espera dela. E os momentos de dificuldades são aqueles que mais se espera da gestão pública.
De nada adianta o gestor esconder-se, deixar de discutir as questões básicas e não ter coragem para tomar as decisões que são necessárias. Querer não significar que o fato vai acontecer ou a providência vai ser tomada. Querer deve ser avaliado, cuidadosamente para não conter falhas em sua concepção e possibilitar chegar aos objetivos por rumos diferentes, honestos e ajustados com a capacidade atual dos colaboradores e dos que terão o usufruto dos resultados.
Os costumes, se não forem mudados, contribuirão para a derrocada, que no caso do setor público, é para todos, sem exceção.
De nada adianta, mesmo com reconhecida capacidade de trabalhar, querer manter os padrões dos outros tempos nos tempos atuais. Claro que não vai dar certo. E vale para todos, desde os mais graduados, até aqueles que são escalados para apoiar as propostas em teste ou em repetição.
É preciso que seja compreendido a excepcionalidade da ocasião. Recursos escassos e demandas em crescimento, se não forem bem equacionados, pode geral um sucessão de erros e responsabilizar a todos e, o indesejável: castigar pessoas que confiaram e que esperavam resultados melhores.

A postura tem que ser diferente. Não basta a ordem, tem que haver comando efetivo e participativo em todas as etapas de cada proposta. Assim funcionaria a inovação e a criatividade. De outra forma, resta a decepção, a desconfiança e a certeza de que, ao final, os responsáveis receberão o atestado de incompetência.

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