As belezas da nossa querida
Língua Portuguesa
Tenho “viajado” por caminhos diversos
para fazer jus ao título desta coluna, porque me dá a sensação de liberdade para
escrever sobre qualquer tema, seja qual for sua função pragmática e sob a ótica
de minha interpretação. Se jurídico, as Leis contemplam-me com a certeza de não
macular ou ofender terceiros; se contábeis, busco na Ciência os fundamentos
legais (leis de regência), na Técnica (normas de procedimento) as formas de
cumpri-los, e na Arte, a beleza da apresentação das Demonstrações Contábeis. A
Contabilidade é uma Ciência exata. Posso provar que é.
Como me é dada essa possibilidade de
múltiplas expressões, quero neste artigo adentrar pelas maravilhas da Língua
Portuguesa, destacando algumas incorreções que são veiculadas em jornais, rádio
e televisão quando de entrevistas ou reportagens. Alguns vícios de linguagem
são cometidos até por repetição em razão de tanto ouvir ou ler. Sobre esse
assunto já escrevi no Jornal Tribuna Amapaense, ano passado. Pesquise.
Neste artigo dois termos da Língua
Portuguesa são comumente invertidos, as vezes trocados e outras vezes
concomitantemente usados – EFICAZ e EFICÁCIA, EFICIENTE e EFICIÊNCIA. Vamos as
interpretações e usos.
Folheando o Dicionário encontramos
definições: EFICAZ, adj. “Que tem força, virtude de produzir efeito”. Ex: A
Medida Provisória tem força de Lei, isto é, produz efeito. EFICÁCIA, s.f., “qualidade
de eficaz, isto é, produziu o efeito esperado”. Ex: O lucro que a empresa teve
comprovou a eficácia da propaganda na televisão. É, também, um princípio
voltado á comprovação de que foram adotados os procedimentos previstos e na
forma prevista, para atingir um objetivo. A preocupação, portanto, dirige-se à
estrutura, normas, políticas, decisões, etc... organizada para execução de
negócios, ações, projetos e assemelhados; para o registro e análises de
atividades e para sua informação estruturada.
Quando esses fatores não são tratados de
forma adequada, podendo gerar despesas, custos, utilização de tempo e, no
final, não contribuir para o atingimento dos objetivos, fica clara a situação
de riscos para a fonte planejadora. Os controles da eficácia são aplicáveis em
nível de teste de pré-implementação ou durante o desenvolvimento da atividade,
sistemas de informações, etc.... exigindo análises específicas, quantitativas,
qualitativas, financeiras, envolvendo todo o conjunto da fonte planejadora.
O termo seguinte é EFICIENTE, adj., “que
tem capacidade de desempenhar, realizar, produzir”. Diz-se, geralmente à alguém
possuidor dessas qualidades: “Fulano é eficiente”, pois acredita-se que tem
qualidades, conhecimento e pode realizar um trabalho, uma ação, que lhe é imposta.
Concomitante, vem a EFICIÊNCIA, s.f.,
“qualidade de eficiente”. Aqui é demonstrado o resultado da ação, do objetivo
cumprido, do planejamento executado. É a prova objetiva da capacidade de
realização do serviço ou da ação propostos. É, em verdade, um princípio voltado
a verificar e comprovar que os procedimentos adotados pela fonte planejadora,
seu sucesso decisório, capacidade de organização e comando, ainda que eficazes,
no sentido de cumprir seus objetivos, são, de fato, eficientes, ou seja: executados
com melhor qualidade (= qualidade); nos tempos mais curtos possíveis (=
velocidade); e, com otimização dos recursos (= custos/despesas).
Que cuidados devemos ter para não
incorrer em floreios, dando conotação de “positividade ou de sucesso” a uma
ação ou serviço realizado: 1) a EFICÁCIA do nosso planejamento, produziu
resultado EFICAZ; 2) se formos EFICIENTES na execução do planejamento, a
EFICIÊNCIA da ação ou serviço será positiva.
Nunca dizer “nos realizamos um trabalho
EFICAZ e EFICIENTE”.
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Para
reflexão semanal: “Nunca desista de si mesmo (a). Não deixe para amanhã, o que
pode fazer hoje, pois pode não haver tempo”.
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