sexta-feira, 14 de agosto de 2015

PIONEIRISMO



Homenagem Póstuma (1934-2015).


O Amapá perdeu uma das suas educadoras mais ecléticas, a pioneira da educação e da cultura Zaide Soledade. Tive a benção de ter conhecido e convivido com essa grande mulher, pessoa de farta sabedoria. A simplicidade, da simpatia, da cordialidade, do rompimento de barreiras preconceituosas, enfim um grande exemplo de ser humano correto e digno a ser seguido por todos nós. Orgulhamo-nos de ter sido contemporâneos dessa professora, mãe e educadora: querida professora Zaide Soledade. Uma homenagem da equipe do Jornal Tribuna Amapaense.


ZAIDE SOLEDADE, Uma pioneira da educação e amante da cultura.


Da Editoria

Acompanhe o texto adaptado por Edgard Rodrigues

Zaide Soledade foi uma paraense que adotou, desde cedo, Macapá como sua terra, e dedicou a nós toda a sua vida e seu coração, educando gerações. Ela nasceu em Óbidos-PA, em 31 de julho de 1934. Faleceu no dia 06 de agosto de 2015, com 81 anos.
Ao chegar pela primeira vez em Macapá, aos 17 anos, Zaide Soledade trouxe na bagagem a vontade de ser alguém na vida, sem grandes pretensões, mas as necessidades do pequeno território a levaram a trilhar outros caminhos que não estavam nos planos, e ela se tornou uma das educadoras mais importantes do Amapá.


Trabalhou inicialmente na Casa Leão do Norte, dos Irmãos Zagury, o maior estabelecimento comercial da época na cidade. Em 1958 ingressou na área da educação e cultura do Governo do Território e nunca mais parou. Foi Diretora da Escola de Arte Cândido Portinari, diretora do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Macapá, Ex-coralista do Coral Oscar Santos, conselheira do Conselho Municipal de Educação de Macapá, diretora do Teatro das Bacabeiras, conselheira do Conselho Estadual de Cultura por duas vezes e membro da diretoria da Confraria Tucuju. Zaide se revelou uma autêntica defensora da cultura de nosso Estado.
Sua vida sempre foi assim, cheia de surpresas e oportunidades. Em 1958 inicia o magistério em Tartarugalzinho, numa escola isolada e precária. “A escola era de madeira, coberta com cavaco, tudo era muito pobre, mas foi ali que me apaixonei pela profissão e descobri do que gostava de verdade, que é ensinar”, contou Zaide, para a jornalista Mariléia Maciel, numa entrevista.


Em uma das viagens para Macapá, onde recebia o salário, pago na época pelo Departamento Nacional de Estradas e Rodagens, outra porta se abriu. Passava em frente à antiga Radiofonia do Amapá, que funciona onde hoje é a Biblioteca Elcy Lacerda, e o jornalista Hélio Penafort a chamou, estava no telefone com o governador Pauxi Nunes, que ligava do Rio de Janeiro. “Ele me pediu o nome completo para ser enquadrada no Governo Federal e, por telefone, me tornei funcionária efetiva da União”, relembra.
Zaide Soledade se apaixonou tanto pela educação pública, que foi estudar, pra aprender e ensinar melhor. Estudou Artes Dramáticas, Educação Física, Letras e Artes, entre outros cursos, inclusive na área de saúde. Foi professora de grandes personalidades atuais do Amapá, ajudando na formação e educação. Mas fora das salas de aula, Zaide exerceu papel importante na sociedade amapaense, foi conselheira de Educação e de Cultura, principal incentivadora para que a Guarda Municipal fosse criada em Macapá, deu nome ao Teatro das Bacabeiras, e foi atriz na primeira novela produzida no Amapá, Mãe do Rio, onde fez o papel de benzedeira.
Militou em favor de causas que considerava justas, como na luta dos educadores. Foi presidente da antiga Associação dos Professores do Amapá (APA), e integrou o Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Amapá (SINSEPEAP) e o Centro Folclórico Amapaense.


Zaide Soledade nos deixou, entre o crepúsculo do dia 5 e a aurora da quinta-feira dia 6. Como falou a colega jornalista Mariléia Maciel: “Perdemos um arquivo vivo da memória do Amapá, do Território ao Estado”.

  

NOTA

O texto foi elaborado com informações sobre a professora Zaide, que já tinham sido publicadas antes pela jornalista Mariléia Maciel, por ocasião do aniversário da mestra, em 31 de julho de 2015.

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