Homenagem Póstuma (1934-2015).
O Amapá perdeu uma das suas educadoras
mais ecléticas, a pioneira da educação e da cultura Zaide Soledade. Tive a
benção de ter conhecido e convivido com essa grande mulher, pessoa de farta
sabedoria. A simplicidade, da simpatia, da cordialidade, do rompimento de
barreiras preconceituosas, enfim um grande exemplo de ser humano correto e
digno a ser seguido por todos nós. Orgulhamo-nos de ter sido contemporâneos
dessa professora, mãe e educadora: querida professora Zaide Soledade. Uma
homenagem da equipe do Jornal Tribuna Amapaense.
ZAIDE SOLEDADE, Uma pioneira
da educação e amante da cultura.
Da
Editoria
Acompanhe
o texto adaptado por Edgard Rodrigues
Zaide
Soledade foi uma paraense que adotou, desde cedo, Macapá como sua terra, e
dedicou a nós toda a sua vida e seu coração, educando gerações. Ela nasceu em
Óbidos-PA, em 31 de julho de 1934. Faleceu no dia 06 de agosto de 2015, com 81
anos.
Ao
chegar pela primeira vez em Macapá, aos 17 anos, Zaide Soledade trouxe na
bagagem a vontade de ser alguém na vida, sem grandes pretensões, mas as
necessidades do pequeno território a levaram a trilhar outros caminhos que não
estavam nos planos, e ela se tornou uma das educadoras mais importantes do
Amapá.
Sua
vida sempre foi assim, cheia de surpresas e oportunidades. Em 1958 inicia o
magistério em Tartarugalzinho, numa escola isolada e precária. “A escola era de
madeira, coberta com cavaco, tudo era muito pobre, mas foi ali que me apaixonei
pela profissão e descobri do que gostava de verdade, que é ensinar”, contou
Zaide, para a jornalista Mariléia Maciel, numa entrevista.
Em
uma das viagens para Macapá, onde recebia o salário, pago na época pelo
Departamento Nacional de Estradas e Rodagens, outra porta se abriu. Passava em
frente à antiga Radiofonia do Amapá, que funciona onde hoje é a Biblioteca Elcy
Lacerda, e o jornalista Hélio Penafort a chamou, estava no telefone com o
governador Pauxi Nunes, que ligava do Rio de Janeiro. “Ele me pediu o nome
completo para ser enquadrada no Governo Federal e, por telefone, me tornei
funcionária efetiva da União”, relembra.
Zaide
Soledade se apaixonou tanto pela educação pública, que foi estudar, pra
aprender e ensinar melhor. Estudou Artes Dramáticas, Educação Física, Letras e
Artes, entre outros cursos, inclusive na área de saúde. Foi professora de
grandes personalidades atuais do Amapá, ajudando na formação e educação. Mas
fora das salas de aula, Zaide exerceu papel importante na sociedade amapaense,
foi conselheira de Educação e de Cultura, principal incentivadora para que a
Guarda Municipal fosse criada em Macapá, deu nome ao Teatro das Bacabeiras, e
foi atriz na primeira novela produzida no Amapá, Mãe do Rio, onde fez o papel
de benzedeira.
Militou
em favor de causas que considerava justas, como na luta dos educadores. Foi
presidente da antiga Associação dos Professores do Amapá (APA), e integrou o
Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Amapá (SINSEPEAP) e o Centro
Folclórico Amapaense.
Zaide Soledade nos deixou, entre o crepúsculo do dia 5 e a aurora da quinta-feira dia 6. Como falou a colega jornalista Mariléia Maciel: “Perdemos um arquivo vivo da memória do Amapá, do Território ao Estado”.
NOTA
O
texto foi elaborado com informações sobre a professora Zaide, que já tinham
sido publicadas antes pela jornalista Mariléia Maciel, por ocasião do aniversário
da mestra, em 31 de julho de 2015.
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