SISTEMA ELÉTRICO DO AMAPÁ
Rede de distribuição sucateada
gera prejuízo para os amapaenses
Reinaldo Coelho
Da Editoria
O
Amapá novamente é pauta em rede nacional. E novamente o motivo é a
irresponsabilidade da administração pública e a falta de fiscalização das
autoridades competentes sobre o sistema elétrico do Estado. O Amapá vive as
escuras faz tempo. Sem posteamento correto tecnicamente, fiação roubada e sem
luminárias públicas e o cidadão paga a “Taxa de Iluminação Pública” e não
usufrui deste beneficio e, quem sofre com isso? A população, óbvio.
Os
apagões no Amapá tem sido corriqueiros em todos os 16 municípios do Estado.
Agora a sociedade começou a protestar diariamente, devido os prejuízos nas
residências e no comércio. A situação
durante o dia é complicada, porém a noite e que a situação piora, chegando a
catástrofe nas ruas, pois os semáforos ficam apagados, e quem está voltando
para casa no horário noturno vem preocupado. Em casa, as noites têm sido
sofridas, pois o verão amapaense chega numa mínima de 27° e, sem ventilador, os
idosos e as crianças padecem. Nesse interim, os comerciantes acumulam os prejuízos.
A
situação se agravou tanto que o problema chegou ao noticiário nacional. O
programa Bom Dia Brasil da Rede Globo de Televisão desta terça-feira (11)
divulgou uma matéria de Aline Ferreira sobre as quedas de energia no Amapá nos
16 municípios amapaenses. A mesma matéria também foi divulgada, com a
participação ao vivo de Wedson Castro, na Globo News.
ELETRONORTE
‘Sistema Elétrico do Amapá está
sobrecarregado’
O
apagão do século
Em
janeiro de 2015 o Amapá sofreu o maior blecaute do século XXI foram mais de 18
horas sem energia em 12 municípios amapaenses. O gerente regional das Centrais
Elétricas do Norte (ELETRONORTE), engenheiro Marcos Drago afirmou na ocasião
(20/01) que fora informado sobre o ‘apagão’ que uma linha de distribuição
subterrânea havia se rompido, ocasionando a perda simultânea de várias máquinas
geradoras da Usina Termelétrica de Santana (UTE/STN).
“Além
de Macapá e Santana, soubemos que pelo menos outros dez (10) municípios foram
atingidos pela falta de energia. Claro que boa parte desse sistema foi logo
normalizado pela manhã e ficou apenas a cidade de Santana comprometida por está
dentro do circuito que foi mais afetado. É lamentável que esse problema não
tenha sido totalmente resolvido, já que o sistema de distribuição de energia
elétrica do Amapá encontra-se praticamente sobrecarregado”, complementou o
gerente da Eletronorte no Amapá, cogitando sobre possíveis “apagões” que
poderão ocorrer no futuro.
Sucateamento
Na
reportagem a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) informou que a produção
de energia no Estado é atualmente três vezes maior do que e consumido. Então
qual e o motivo das quedas de energia? O problema e que o Estado não está
totalmente interligado ao Sistema Nacional de Energia e o que esta sendo
produzindo chega a mais de 800 MW e pouco mais de 270 MW são consumidos, a
energia excedente produzida e vendida para outros Estados brasileiros e o que fica,
ou seja, mais de 40% são perdidos por causa de gatos e problemas nas redes de
distribuição que leva energia para a residência dos consumidores que esta velha
e sucateada.
A
rede tem quase 20 anos, os investimentos que deveriam ter sido feitos em 2008,
só começaram a serem executados em 2014, novas linhas de distribuições e novas subestações
precisaram ser construídas. Só no fim de 2016 e que reforma e a interligação no
sistema deverão ser concluídas.
O
assessor da presidência da CEA, Jonas Gemaque, declarou na ocasião que “A
sociedade teme que entender que esses apagões são necessários nessa fase de
transição até que a rede esteja interligada integralmente ao sistema nacional”.
Enquanto isso o cidadão amapaense tem de arcar com os prejuízos.
A
situação real e crítica, a rede de distribuição primária de quando o Amapá
ainda era Território Federal, na década de 60, e já existia na época
racionamento de energia elétrica. Foi quando a CEA passou a ser administrada
pela ELETRONORTE, pois deveria receber a energia da Hidroelétrica Coaracy Nunes
que tinha na tensão de 2.400 Volts e a secundária 110/220 Volts, em posteação
precária de madeira não padronizada. Com 51 km de extensão, a rede de
distribuição era composta de cerca de 1.700 postes, 20 transformadores com capacidade
instalada de 1.150 KVA com um só alimentador. Somente na década de 70 e que a
empresa distribuidora começou a modernizar e ampliar a rede de distribuição
dentro dos padrões recomendáveis e paulatinamente foram sendo instalados
medidores de energia elétrica nos consumidores.
A
rede é tão precária que basta uma chuva de fim de tarde para que os
transformadores estourem e pode se verificar a “olho nu” que os quatro cabos de
redes folgados um próximo ao outro sem a ferramenta de isolamento
vertical. Os bairros periféricos e de
invasão e nos alagados ainda temos postes de madeira, isso tudo mostra o péssimo
serviço que vinha sendo prestado pela empresa, que não esquece o consumidor NA
HORA DE ENTREGAR A CONTA E NA HORA DE CORTAR.
Chuva e ventania provocam apagões em bairros da capital |
Onde esta a iluminação publica?
Os atos de vandalismo ainda lideram a lista
de causadores de dificuldades na iluminação pública. Eles geram problemas que
vão desde a quebra das lâmpadas até o roubo de fios e outros equipamentos,
comprometendo todo o sistema de iluminação. Essas situações são mais comuns nas
praças.
Porém, a CEA declarou no fim de janeiro de
2015 que estaria investindo mais de R$ 4 milhões na recuperação da iluminação
pública em todo o Estado. Para executar o serviço, a Companhia de Eletricidade
contratou uma empresa especializada em manutenção de rede de distribuição de
iluminação pública.
E que seguindo determinação da Resolução nº
414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que confere a
responsabilidade da iluminação pública aos municípios, a Companhia de
Eletricidade estava promovendo as medidas administrativas necessárias para
conclusão desse processo de transferência, e estava assinando acordos com as
prefeituras, por meio dos quais assume o compromisso de realizar a manutenção
do sistema de iluminação, mesmo após a assinatura dos termos.
No Brasil e, principalmente no Amapá,
alguns municípios, notadamente os menores, estão resistindo, por meio da
obtenção de liminares judiciais, a se adequarem ao proposto na resolução da ANEEL.
O principal motivo alegado é a falta de recursos financeiros para arcar com os
custos que a nova responsabilidade exige. O documento regulatório permite que a
gestão dos serviços de iluminação pública seja passada a terceiros por meio de
licitação.
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