Balburdia sociológica, antropológica, filosófica e psicológica.
Todas essas ciências,
surgidas no final da idade moderna (séc. XVIII) início da Idade Contemporânea
(Séc. XIX), com exceção da filosofia, que remonta a Grécia antiga, ou seja, 200
anos (AC), tentam compreender e explicar a organização humana e o próprio
homem, sentido literal. A sociedade do Estado de Natureza, descrito na obra “O
Leviatã” de Thomas Hobbes mostra um homem sem respeito à vida, a propriedade e
a liberdade. O famoso estado de natureza. A sociedade se organiza, evolui e o
homem abre mão de sua liberdade em detrimento de direitos naturais, antes
desrespeitados. A organização exige uma liderança, que guarde esses direitos. O
Estado com o poder legítimo da coação e da coerção.
Para não me alongar em
teorias, é bastante dizer que passamos por Aristóteles e sua Constituição Mista,
onde propunha a composição das forças antagônicas (Aristocracia e democracia).
Passamos por Roma de Políbio e Cícero, regredimos para o absolutismo monárquico.
Uma frase que celebrizou este período foi dita por Luiz XIV: “L'État C'est Moi”
Eu sou o Estado. Mas avançamos novamente para um regime democrático. Revolução
Americana, fundada nos princípios do Iluminismo, que surgiu na Inglaterra, com
Locke sendo um dos seus principais defensores. Locke fundamentou a legitimação
da deposição de Jaime II e Charles – Louis de Secondat, o Barão de Montesquieu
escreveu uma das mais célebres obra sobre Política “Espírito das Leis”. Nessa
obra Montesquieu fala sobre a Lei dos Freios e Contra Pesos, onde ele
fundamenta a independência e a Harmonia entre os Poderes Executivo, Judiciário
e Legislativo. Essa é uma trajetória do homem que perpassa pela Antropologia,
Sociologia e a Psicologia, mais fundamentalmente pela Filosofia.
Esse esmero na produção do
conhecimento e as teses esposadas por grandes luminares da história mundial são
ignoradas pela maioria das atuais autoridades brasileiras. Perdeu-se, ao que
parece, o Glamour pelo conhecimento, banaliza-se a organização social e o
comportamento deletério passa a ser regra nas relação entre os homens que,
teoricamente, deveriam pugnar pela defesa intransigente da cidadania.
Vemos ao longo da história
da humanidade visões dispares, mas sempre buscando encontrar o ponto de
equilíbrio para que o homem fosse mais bem assistido. No Amapá, com todas as
venhas, um punhado de deputados estaduais se revessaram em entrevistas para
anunciar que estavam tornando-se independentes (?). Como assim caras pálidas?
Vocês não tinham independência? Desconfiei desde o princípio.
Então começo a contar essa
legislatura a partir dessa tomada de consciência. O governo tem o líder, cujo
papel é o convencimento de seus pares que as ações do Executivo são boas para o
coletivo, mas o instrumento é a retórica. Se o instrumento for outro,
Montesquieu, Locke, Aristóteles e mais uma penca de filósofos, para os parlamentares
amapaenses, perderam tempo. O cara pede voto, se elege, é diplomado, empossado,
ganha imunidade para defender o cidadão e depois de tudo isso dá o mandato, que,
aliás, se for reparar direito não é dele, para o governador. Pode Freud!?
Qualquer autoridade do Poder
Executivo que se utiliza dessa prática para conseguir maioria no Legislativo,
erra. A tentativa da cooptação do Legislativo com atrativos públicos quebra
todo esse princípio exaustivamente descrito nesse texto. Essa balburdia precisa
chegar a termo e que o povo seja o Estado e o Estado o Povo. I’Personnes C’est
E’tat. E’tat C’est Personnes.
Vou com o governo no que for
bom para a sociedade, naquilo que for ruim voto contra. Não esperávamos outro
comportamento excelência, aliás, esse é o seu papel. Bom dia.
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