sexta-feira, 23 de outubro de 2015

ARTIGO DO GATO

Balburdia sociológica, antropológica, filosófica e psicológica.

Todas essas ciências, surgidas no final da idade moderna (séc. XVIII) início da Idade Contemporânea (Séc. XIX), com exceção da filosofia, que remonta a Grécia antiga, ou seja, 200 anos (AC), tentam compreender e explicar a organização humana e o próprio homem, sentido literal. A sociedade do Estado de Natureza, descrito na obra “O Leviatã” de Thomas Hobbes mostra um homem sem respeito à vida, a propriedade e a liberdade. O famoso estado de natureza. A sociedade se organiza, evolui e o homem abre mão de sua liberdade em detrimento de direitos naturais, antes desrespeitados. A organização exige uma liderança, que guarde esses direitos. O Estado com o poder legítimo da coação e da coerção.

Para não me alongar em teorias, é bastante dizer que passamos por Aristóteles e sua Constituição Mista, onde propunha a composição das forças antagônicas (Aristocracia e democracia). Passamos por Roma de Políbio e Cícero, regredimos para o absolutismo monárquico. Uma frase que celebrizou este período foi dita por Luiz XIV: “L'État C'est Moi” Eu sou o Estado. Mas avançamos novamente para um regime democrático. Revolução Americana, fundada nos princípios do Iluminismo, que surgiu na Inglaterra, com Locke sendo um dos seus principais defensores. Locke fundamentou a legitimação da deposição de Jaime II e Charles – Louis de Secondat, o Barão de Montesquieu escreveu uma das mais célebres obra sobre Política “Espírito das Leis”. Nessa obra Montesquieu fala sobre a Lei dos Freios e Contra Pesos, onde ele fundamenta a independência e a Harmonia entre os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. Essa é uma trajetória do homem que perpassa pela Antropologia, Sociologia e a Psicologia, mais fundamentalmente pela Filosofia.

Esse esmero na produção do conhecimento e as teses esposadas por grandes luminares da história mundial são ignoradas pela maioria das atuais autoridades brasileiras. Perdeu-se, ao que parece, o Glamour pelo conhecimento, banaliza-se a organização social e o comportamento deletério passa a ser regra nas relação entre os homens que, teoricamente, deveriam pugnar pela defesa intransigente da cidadania.
Vemos ao longo da história da humanidade visões dispares, mas sempre buscando encontrar o ponto de equilíbrio para que o homem fosse mais bem assistido. No Amapá, com todas as venhas, um punhado de deputados estaduais se revessaram em entrevistas para anunciar que estavam tornando-se independentes (?). Como assim caras pálidas? Vocês não tinham independência? Desconfiei desde o princípio.
Então começo a contar essa legislatura a partir dessa tomada de consciência. O governo tem o líder, cujo papel é o convencimento de seus pares que as ações do Executivo são boas para o coletivo, mas o instrumento é a retórica. Se o instrumento for outro, Montesquieu, Locke, Aristóteles e mais uma penca de filósofos, para os parlamentares amapaenses, perderam tempo. O cara pede voto, se elege, é diplomado, empossado, ganha imunidade para defender o cidadão e depois de tudo isso dá o mandato, que, aliás, se for reparar direito não é dele, para o governador. Pode Freud!?

Qualquer autoridade do Poder Executivo que se utiliza dessa prática para conseguir maioria no Legislativo, erra. A tentativa da cooptação do Legislativo com atrativos públicos quebra todo esse princípio exaustivamente descrito nesse texto. Essa balburdia precisa chegar a termo e que o povo seja o Estado e o Estado o Povo. I’Personnes C’est E’tat. E’tat C’est Personnes.

Vou com o governo no que for bom para a sociedade, naquilo que for ruim voto contra. Não esperávamos outro comportamento excelência, aliás, esse é o seu papel. Bom dia.





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