USP diz que cápsulas contra o câncer
serão enviadas a pacientes por correio
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fosfoetanolamina |
O Instituto de Química da Universidade de São
Paulo (USP), em São Carlos, divulgou um comunicado informando que a fosfoetanolamina sintética não será
mais entregue no prédio do Instituto e vai ser enviada pelos Correios para os
pacientes com liminares, após a notificação judicial. A substância, que ainda
não foi testada clinicamente e não tem autorização da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), foi desenvolvida por pesquisadores da Instituição
e vem sendo solicitada por pessoas com câncer.
Depois da liberação da entrega da substância
pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), na última sexta-feira (9), cerca
de mil pessoas procuram pelas cápsulas e, com filas, foi necessário até a
distribuição de senhas.
O aviso informa que "sob
nenhuma hipótese será feita a entrega da fosfoetanolamina no IQSC".
Com isso, os pacientes com decisões judiciais terão que aguardar o recebimento
em casa. "Uma vez expedida a
liminar, o IQSC será notificado através do Oficial de Justiça e encaminhará a
substância via Sedex/AR no endereço constante na petição inicial. O serviço do
correio será cobrado do destinatário", explicou.
Um comunicado colocado em frente ao Instituto
informa que as cápsulas não estão sendo entregues porque estão em falta, mas a
USP não informou se isso vai atrasar o envio para os pacientes.
A Universidade afirma que não tem capacidade
para produzir a substância em larga escala e reforça que a regulamentação é
necessária, mesma opinião da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.
A entidade diz que não é contra pesquisas,
mas aponta que antes de novas substâncias serem oferecidas como medicamentos,
devem passar por estudos amplos que comprovem seus benefícios e a eficácia
diante do tratamento que já é oferecido.
A ANVISA, por sua vez, aponta que “não há nenhum processo de pesquisa clínica”
para o produto e “não houve por parte da
instituição de pesquisa nenhuma iniciativa ou atitude prática no sentido de
transformar este produto em um medicamento”.
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