sábado, 27 de fevereiro de 2016

Artigo do Gato






“Dormia assustado e acordava preocupado”

Essa foi uma frase definidora do “calvário” pelo qual passavam serventes e merendeiras do caixa Escolar e Unidade Descentralizada de Educação. Essa “via crúcis” iniciada em 2013 quando o Ministério Público do Trabalho (MPT), juntamente como governador da época, Camilo Capiberibe assinaram o fatídico Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) onde, um (MPT) obrigava e o outro (GEA) concordava em mandar 3.700 pais e mães de família “pro olho da rua” sem direito a nada.

Antônio Carlos, um homem moreno, de estatura baixa, voz mansa e pausada, porém guerreiro, juntamente com seus companheiros de sindicalismo travou uma luta renhida pelos direitos deles. “Durmo assustado e acordo preocupado”. Essa frase ele cunhou no meu coração ao me dar uma entrevista em 2013 na TV Tucujú. Dizendo assustado com a indiferença de um governador que se mostrava insensível diante da possibilidade de tantos pais e mães de família perder a condição de sustentar honestamente suas famílias. Crueza e uma injustiça para com aquelas pessoas que deram suor e sangue na faina diária preparando o ambiente para os nossos filhos estudarem e lancharem numa escola higienizada.

O pior de tudo, uma situação ilegal e imoral proposta pelo MPT o governador Camilo Capiberibe, sem consultar, creio eu, sua assessoria jurídica corroborou com a decisão teratológica e semeou o terror em pessoas humildes, que tiveram a única tábua de salvação um homem simples, porém arrojado que é esse Antônio Carlos. Travaram uma luta em busca do direito deles.

Essa luta solitária ganhou uma aliada. A deputada Marília Góes (PDT). Ela se sensibilizou com a causa e em 2015 provocou uma audiência pública com todos os atores envolvidos no fato e propôs encontrar uma saída para a questão. O governo do Estado, através da sua Procuradoria ajuizou uma ação, que na linguagem jurídica se apelida de “Agravo de Petição” e conseguiram convencer os desembargadores da 3ª Turma do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região de que as exigências e a multa que determinava a demissão desses trabalhadores eram ilegítimas, ilegal e a tornou sem efeito.

Senhores e senhoras. Como não comemorar. Como não provocar na gente uma sensação gostosa de que ainda existe solidariedade. De que alguém se preocupa com a vida do alheio. Não seria melhor e mais fácil para o insensível deixar o fato seguir o desiderato do cadafalso. E daí que essa gente vai pra rua? E daí se vai pra rua sem direito? O que eu tenho a ver com isso? Poderia pensar Waldez Góes, Marília, Procurador Nason Galeno e o governo como um todo, mas a injustiça não é a marca da Marília e do Waldez. Parabéns ao Antônio Carlos e todos que acreditaram nessa luta, aos desembargadores do TRT da 8ª Região que só vislumbraram o direito e, esses pais de família que voltaram pra casa com a alto estima e dignidade reposta.



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