“Dormia assustado e acordava
preocupado”
Essa foi uma frase definidora do
“calvário” pelo qual passavam serventes e merendeiras do caixa Escolar e
Unidade Descentralizada de Educação. Essa “via crúcis” iniciada em 2013 quando
o Ministério Público do Trabalho (MPT), juntamente como governador da época,
Camilo Capiberibe assinaram o fatídico Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)
onde, um (MPT) obrigava e o outro (GEA) concordava em mandar 3.700 pais e mães de
família “pro olho da rua” sem direito a nada.
Antônio Carlos, um homem moreno, de
estatura baixa, voz mansa e pausada, porém guerreiro, juntamente com seus
companheiros de sindicalismo travou uma luta renhida pelos direitos deles.
“Durmo assustado e acordo preocupado”. Essa frase ele cunhou no meu coração ao
me dar uma entrevista em 2013 na TV Tucujú. Dizendo assustado com a indiferença
de um governador que se mostrava insensível diante da possibilidade de tantos
pais e mães de família perder a condição de sustentar honestamente suas famílias.
Crueza e uma injustiça para com aquelas pessoas que deram suor e sangue na
faina diária preparando o ambiente para os nossos filhos estudarem e lancharem
numa escola higienizada.
O pior de tudo, uma situação ilegal e
imoral proposta pelo MPT o governador Camilo Capiberibe, sem consultar, creio
eu, sua assessoria jurídica corroborou com a decisão teratológica e semeou o
terror em pessoas humildes, que tiveram a única tábua de salvação um homem
simples, porém arrojado que é esse Antônio Carlos. Travaram uma luta em busca
do direito deles.
Essa luta solitária ganhou uma
aliada. A deputada Marília Góes (PDT). Ela se sensibilizou com a causa e em
2015 provocou uma audiência pública com todos os atores envolvidos no fato e propôs
encontrar uma saída para a questão. O governo do Estado, através da sua
Procuradoria ajuizou uma ação, que na linguagem jurídica se apelida de “Agravo
de Petição” e conseguiram convencer os desembargadores da 3ª Turma do Egrégio
Tribunal Regional do Trabalho da Oitava Região de que as exigências e a multa
que determinava a demissão desses trabalhadores eram ilegítimas, ilegal e a
tornou sem efeito.
Senhores e senhoras. Como não
comemorar. Como não provocar na gente uma sensação gostosa de que ainda existe
solidariedade. De que alguém se preocupa com a vida do alheio. Não seria melhor
e mais fácil para o insensível deixar o fato seguir o desiderato do cadafalso.
E daí que essa gente vai pra rua? E daí se vai pra rua sem direito? O que eu
tenho a ver com isso? Poderia pensar Waldez Góes, Marília, Procurador Nason
Galeno e o governo como um todo, mas a injustiça não é a marca da Marília e do
Waldez. Parabéns ao Antônio Carlos e todos que acreditaram nessa luta, aos
desembargadores do TRT da 8ª Região que só vislumbraram o direito e, esses pais
de família que voltaram pra casa com a alto estima e dignidade reposta.
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