Direito Eleitoral
por
Besaliel Rodrigues
Vamos
falar um pouco de Direito Eleitoral?
Prezados leitores, há duas semanas, recebi
um telefonema do meu amigo Roberto Gato, dizendo que queria conversar comigo
pessoalmente. Curioso, combinei com ele dia e hora. Ai, tive a honra e a
satisfação de receber o convite para escrever aqui na TA sobre temas eleitorais
neste ano de eleições municipais. Aceitei e aqui estou.
Inicialmente, falemos um pouquinho sobre o
Direito Eleitoral. Este é o ramo do direito público que regula as eleições, em
todas as suas fases e níveis, e cuida do exercício da cidadania em nosso país.
O alicerce do Direito Eleitoral brasileiro
é a Constituição Federal que, nos artigos 1º, parágrafo único, 5º, 12 a 17 e
outros delineia todo o perfil desta matéria.
Além da Constituição, o Brasil possui um
Código Eleitoral – Lei nº 4.737/1965, o qual se apresenta vetusto, quase sem
vigência. Na verdade, atualmente, o que ainda faz o Código sobreviver é a Lei
Eleitoral nº 9.504/1997 e alterações e as resoluções específicas do TSE –
Tribunal Superior Eleitoral.
Falar em TSE, esta é a Corte Máxima de
Justiça da Nação que, juntamente com os TRE’s – Tribunais Regionais Eleitorais,
é o responsável nacional pela regulamentação das eleições e pela proteção das
garantias eleitorais de cada cidadão.
Cabe aos tribunais eleitorais baixar as
resoluções, contendo as orientações sobre todos os detalhes que envolvem os
pleitos eleitorais. Nas próximas edições iremos comentar aqui algumas delas.
No âmbito do Estado do Amapá, o estudo do
Direito Eleitoral é muito fraco. Nas faculdades de Direito de nossa Unidade
Federativa, tal estudo não é obrigatório. É opcional! Aí, temos pouquíssimas
pessoas estudando a fundo este ramo do direito tão importante para a cidadania
e seu exercício.
Os profissionais do Direito em geral,
devido o reflexo dos cursos de Direito que fazem, também exercem suas funções
com certa deficiência nesta matéria, agindo em seus misteres apenas com um
conhecimento básico, consultando e lendo tão somente os “assuntos da hora”. É
por isso que vemos constantemente tantas decisões contraditórias, injustas,
pífias...
A comunidade política não fica tão longe
de tudo isso. A grande maioria dos políticos não estuda o Direito Eleitoral. E
olha que é o principal ramo do Direito da vida deles. Na verdade, quase todos
os políticos não estudam nada. Eles sabem das coisas pelo rumo; aprendem “de
ouvido”. No Brasil, não se dá valor ao conhecimento. É por isso que somos o que
somos!
A falta de empenho de quase todos os
personagens participantes do cenário eleitoral gera sérios prejuízos, mormente
para o processo e o exercício da cidadania neste país. São tantas confusões!
Uma delas é a confusão feita do Direito Eleitoral, com o Direito Partidário,
com o Direito Parlamentar, com o Direito Comum, com o Direito Constitucional...
Até o próprio STF – Supremo Tribunal, a cúpula do Judiciário Nacional confunde
as bolas, muitas vezes. Por que será? Vamos falar disso mais pra frente.
Neste ano de eleições municipais, vai um
conselho de amigo para os pré-candidatos. Procurem ler um pouquinho sobre este
assunto. Pelo menos nos leia aqui semanalmente, pois, o conhecimento é a principal
“chave” para o sucesso.
Você que pretende ser prefeito/a,
vereador/a, assessor/a político ou parlamentar. Você que trabalha em partidos
políticos, vai coordenar campanhas, compor equipes de trabalho e,
principalmente, você que vai votar, inteire-se sobre esta sua atividade.
Tem uma passagem bíblica, no Antigo
Testamento, livro do profeta Oséias, capítulo 4, versículo 6, que muito me
chama a atenção: “O meu povo está sendo destruído porque lhe falta conhecimento...”.
A ignorância, no sentido de não saber das coisas, é a “mãe” de todos os
prejuízos, de todas as misérias.
Quando o Brasil viver verdadeiramente a
efetiva educação e der a importância que o conhecimento realmente merece,
mudará esta realidade precária em que vive.
Encerro este primeiro momento aqui na TA
parabenizando o meu amigo Roberto Gato pela perspicácia profissional e pelo
comprometimento que tem com a sociedade amapaense. Até a próxima.
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