sexta-feira, 4 de março de 2016

MATÉRIA DE CAPA - ZONA FRANCA VERDE


Zona Franca Verde chegou!



Entenda o que é a Zona Franca Verde de Macapá e Santana, quais seus benefícios para o desenvolvimento sócio econômico do Amapá e  como as empresas podem se cadastrar para acessar os incentivos fiscais


Da Editoria


Essa semana, o Amapá deu um importante passo rumo ao progresso. A Zona Franca Verde (ZFV) agora é realidade e abre as portas do Estado para investimentos de todo porte, atraídos pelos incentivos da legislação.
A Zona Franca Verde surgiu como uma lei federal de autoria do senador José Sarney, aprovada ainda em 2009. De lá para cá, tramitou no Congresso Nacional até ser assinada e sancionada pela presidente Dilma Rousseff.

Com o aval do governo federal, foi a vez das articulações políticas para que a ZFV fosse implementada. Após uma série de articulações lideradas pelo governador Waldez Góes, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) definiu e aprovou, na semana passada, os critérios para a implantação de um corredor econômico no Amapá, que vai utilizar matéria-prima regional em produção industrial.

Mas, que tipo de expectativas a ZFV gera no Amapá e como ela poderá contribuir com o desenvolvimento?
Será utilizando matéria-prima local que as empresas participantes da Zona Franca Verde serão incentivadas a montar indústrias e negócios no Amapá. Mas, para que isso ocorra é necessário seguir alguns critérios.
Ministro do Desenvolvimento, Indústria a e Comercio Exterior, Armando Monteiro


O primeiro critério é o de preponderância absoluta, onde a matéria-prima regional deverá compor a partir de 50% do produto final, ou seja, se um determinando produto tiver, no mínimo, metade da sua composição (volume, peso) constituída de matéria-prima regional, então sua fabricante poderá ser beneficiada pelas isenções da ZFV.
Governador do Amapá, Waldez Góes
Outra norma é a preponderância relativa, cuja análise será feita caso a caso. Já no critério de importância, o produto industrializado pode ter baixo percentual de matéria-prima na composição, no entanto, se ela tiver uma grande importância nas características finais, o manufaturado também se enquadra nos parâmetros de fabricação da ZFV. “O Amapá possui matéria-prima oriunda da biodiversidade em abundância. É um local incrível para investimentos. Agora, poderemos sair da condição de apenas exportador de matéria prima e avançarmos na linha de processamento e produção a partir das nossas riquezas naturais. Com a formação do polo industrial em Macapá e Santana, serão gerados os empregos que o povo tanto precisa e movimentação financeira que a economia necessita”, analisou o governador Waldez Góes.

Discutindo detalhes
BR-156  asfaltadas até o Distrito de Carnot

A criação da lei, a sanção da Presidência da República e a aprovação dos critérios da Zona Franca Verde careciam de um próximo passo: discutir as estratégias de instalação.
Foi isso o que aconteceu, na última quinta-feira, 3, durante o seminário “ZFV, Oportunidades de Desenvolvimento para o Amapá”, encontro que teve a participação do ministro do Desenvolvimento, Indústria a e Comercio Exterior, Armando Monteiro, além de autoridades locais e nacionais.
O encontro objetivou preparar entidades ligadas ao comércio e às indústrias locais para as próximas etapas de implantação do projeto, além de debater questões sobre legislação, infraestrutura e alocação de recursos para consolidação do novo espaço econômico.

Mega articulação
Interligação Tucuruí-Macapá 

Monteiro afirmou que vai iniciar uma articulação com os governos dos Estados onde funcionarão as ZFVs para viabilizar, junto ao Governo Federal, os investimentos em infraestrutura básica para a implantação das indústrias. No caso do Amapá, o ministro apontou como prioridades a modernização do sistema aeroportuário, a conclusão da malha rodoviária de integração do Estado, e a expansão do Porto de Santana, considerada a principal porta para os mercados internacionais. “O aeroporto de Macapá, a conclusão da BR-156 e a modernização portuária são demandas que o Governo Federal tem o compromisso de ajudar a resolver, pois são importantes para fortalecer a base de infraestrutura para o polo industrial”, asseverou Monteiro.

Rica potencialidade
Governador Waldez Góes apresenta as potencialidades do Amapá

Anfitrião do encontro, o governador do Amapá, Waldez Góes, evidenciou as potencialidades que Estado possui e o trabalho que já vem sendo feito para atrair grandes empreendimentos. Segundo ele, a equipe técnica do governo já iniciou um estudo que vai apontar um cenário propício, estruturalmente, para implantação de polos produtivos e parques industriais. “Estamos bem encaminhados num dos aspectos mais importantes para o funcionamento das indústrias, que é a melhoria do setor energético. Somos conectados ao Sistema Nacional e temos três usinas hidrelétricas. Temos também um ritmo intenso de obras da nossa malha viária interna, além do principal que são os recursos naturais, a matéria-prima vegetal, animal e mineral em abundância”, pontuou o chefe do Executivo.

Solicitação

Ainda na abertura do seminário, uma empresa protocolou o primeiro pedido de credenciamento na ZFV de Macapá e Santana.
A empresa amapaense que atua desde 1965 na produção de sorvetes e picolés, utilizando frutas típicas da região, deverá ser a primeira beneficiada dentro do novo espaço econômico, que tem como principal atrativo a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Outras empresas e cooperativas já instaladas no Amapá, além de novos investidores que se enquadram na ZFV, também realizarão o credenciamento para que nos próximos meses já sejam beneficiadas pelos incentivos.
Uma indústria de ração que deve iniciar suas atividades em um mês no Amapá, também será uma das beneficiadas com a nova regulamentação. O empreendimento, que faz parte de um grupo paulista, chegou ao Estado atraído, principalmente, pelo posicionamento geográfico do Amapá. A empresa recebeu do Governo do Estado um termo de concessão de área para se instalar no Parque Industrial de Macapá e Santana.
Cooperativistas do Estado que reúne quase 6 mil trabalhadores das áreas do setor agrícola e que exploram produtos do extrativismo para alimentos, cosméticos e outras aplicações, também deverão ser beneficiadas com a Zona Franca Verde. O setor de produção (oleiro, cerâmico e madeira) também está incluso.

Terras


Durante o encontro, o governador Waldez pontuou um assunto de grande importância para que a Zona Franca Verde tenha maior impulso: a regularização das terras amapaenses.
De acordo com o chefe do Executivo estadual, é preciso agora avançar na regularização fundiária no Estado, além de investir em pesquisa e tecnologia. “Essa é uma demanda que a classe política do Amapá deve se manter mobilizada, para não frustrarmos o marco regulatório”, alertou Waldez Góes.

Sede Suframa
Outra iniciativa que vai dinamizar a ZFV é a implantação da sede regional da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) no Amapá. A autarquia é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Com 49 anos de existência, a Suframa é o órgão federal que gerencia as Áreas de Livre Comércio (ALCs) da Amazônia, responsável pelas políticas e mecanismos de atração de investimentos estrangeiro e nacional na região. (Agência de Noticias do Amapá)


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