segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

PIONEIRISMO

  



O “Binga Uchoa”, foi vereador, presidente e secretário do MDB do Amapá por muitos anos, homem de confiança de Ulisses Guimarães, que o reverenciava nos seus encontros em Brasília,  Rio de Janeiro e São Paulo no trato das questões internas do partido.

Benedito da Costa Uchôa, “Binga Uchôa” – *1910 - + 1994


Reinaldo Coelho

Não está no número excessivo de partidos o problema principal da democracia brasileira, mas na pobreza de organizações políticas dignas deste nome no meio das diversas legendas partidárias.  Felizmente na década de 60, o então jovem Território Federal do Amapá, tinha em um líder politico Janary Nunes e seus irmãos durante vinte anos o monopólio das decisões e os cargos legislativos federais. Mas, quando Macapá conseguiu em 30 de novembro de 1969, após 33 anos sem atividade, dar posse dos nove vereadores eleitos que ocorreu no dia 07 de janeiro de 1970.
Ali tinha o trabalho de jovens políticos oposicionistas comandados por Benedito Uchôa, Azevedo Costa, Lucimar Del’Castillo, Celso Sale. O prefeito nomeado era João de Oliveira Cortes e o interventor, era o general Ivanhoé Gonçalves Martins. Nessa época, o vereador não tinha salário, mas possuía status e poder de decisão. Os prefeitos também eram nomeados.
Um dos membros da oposição da bancada do Movimento Democrático Brasileiro - MDB- composto por quatro vereadores, Paulo Bildade de Andrade Uchôa (filho de Binga Uchoa) Lucimar Amoras Del Castilho, Pedro Peticov, e Antônio Carlos de Almeida Cavalcante.
Esta semana estaremos contanto a historia deste pioneiro,  Benedito da Costa Uchôa- “Binga Uchôa” nascido no dia 13 de janeiro de 1910, na localidade de Porto Alegre, Município de Anajás, Estado do Pará, completaria 107 anos de nascido e 23 anos de falecido (1994) neste ano. Chegou ao Amapá com 36 anos de idade (MAIO DE 1946) e com a família composta pela esposa D. Luiza de Andrade Uchôa de cuja união nasceu os filhos Alberto, Abraam, Dina, Sara, Ester, Paulo, e Benedito João.
Um paraense legitimado amapaense que teve uma juventude batalhadora como seria toda sua vida estudou o curso primário ao mesmo tempo em que trabalhava no comércio de seu pai. Binga Uchôa como passou a ser conhecido nos meios políticos conquistou de imediato a amizade dos amapaenses.
A experiência nas lojas paternas em terras paraenses Construiu uma casa de campanha para residir e reativou seu comércio de materiais de construção e ferragens.
Incorporou-se à comunidade macapaense ingressando na igreja Assembleia de Deus que ajudou a construir, difundir seus princípios e participar das atividades sociais e filantrópicas.
Entrou na política amapaense, incorporando-se à falange do Partido Trabalhista Brasileiro-PTB, que ajudou a criar. conquistou as amizades do Presidente Getúlio Vargas e de eminentes políticos como João Goulart, Persival Barroso e Ulisses Guimarães.
Liderou a oposição no Território do Amapá da qual faziam parte os petistas Mário Ramos, Joca Furtado, Claudomiro Morais, Zeca e Duca Serra, Armando Lima, Elfredo Távora, Francisco Laranjeiras, Amaury Farias e outros membros importantes das famílias de Macapá, que formaram uma aguerrida frente de combate à política do então Governador Janary Gentil Nunes.
Após a extinção do PTB e os demais partidos, filiou-se ao MDB de Ulisses Guimarães, que, posteriormente, se transformou em PMDB, assumindo a presidência do Diretório Regional. Anos depois funda o PDC, Partido Democrata Cristão, e assume a presidência.
Benedito da Costa Uchoa, o “Binga Uchoa”, que foi vereador, presidente e secretário do MDB do Amapá por muitos anos, homem de confiança de Ulisses Guimarães, que o reverenciava nos seus encontros em Brasília,  Rio de Janeiro e São Paulo no trato das questões internas do partido.
 Eleito Vereador de Macapá em 1978, onde teve uma atuação destacada, fazendo oposição. Figura humana excepcional dedicava-se à solução dos problemas da comunidade Binga Uchôa, não tinha medo de defender seus princípios, de fazer política, de criticar os administradores quando falhavam, sem ferir as pessoas. Foi um homem de bem, um chefe de família exemplar, um pioneiro que mereceu entrar na galeria dos Personagens Ilustres do Amapá.
Benedito da Costa Uchoa, ícone da oposição ao Governo de Janary Nunes, tinha a companhia partidária e particular de Raimundo Azevedo Costa, que foi vereador, primeiro Prefeito eleito de Macapá, de 1º de janeiro de 1986 à 1º de janeiro de 1989.
Aos 84 anos, sofrendo as consequências de um acidente vascular cerebral (AVC) que lhe colocou paraplégico, veio a falecer no ano de 1994. Rua Vereador Benedito Uchoa, no centro comercial de Macapá é uma das homenagens prestadas a este valoroso empresário e politico amapaense, que deixou uma herança de filhos que trilharam o caminho da honradez, honestidade.
dois de seus filhos chegaram a vereança, Paulo Bildade Uchôa e Isaac Uchoa,  o sociólogo Alberto Uchôa assim que recebeu seu canudo de papel voltou ao Amapá e ingressou na vida pública; trabalhou com diversos governadores no então Território Federal do Amapá, mas de todos o que melhor enxergou sua competência foi o Gen. Ivanhoé Gonçalves Martins, que lhe deu cargo de relevância no governo e um programa na Rádio Difusora de Macapá, onde fazia uma espécie de balanço das realizações do executivo durante a semana.
Mas Alberto nunca se candidatou a cargo eletivo, porém  foi um baluarte na campanha de 1970, quando o MDB, com Antônio Pontes, derrotou Janary Nunes, da ARENA, encerrando um ciclo na história política e administrativa do Amapá.  Ou seja, estavam sempre juntos ao pioneiro “Bingo Uchôa”



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