Equilíbrio
O equilíbrio é um ponto central entre
dois extremos. Na política o equilíbrio está entre a histeria e parcimônia. De
fato um ponto difícil de ser alcançado, porém fundamental para lideres ou
pessoas que representam cidadãos.
A política precisa de homens sóbrios,
equilibrados, porém com a capacidade de rebelar-se com injustiça, com
usurpação. É nesse tênue caminho que homens trafegam no mundo político. Diz-se
que na política você tem que ter a habilidade de caminhar com uma bandeja de
Nitroglicerina num chão cheio de ovos.
Na abertura dos trabalhos da
Assembleia Legislativa do Estado do Amapá pude perceber um ambiente hostil.
Dicotômico. Cerca de treze deputados não compareceram a Sessão Solene que
marcou o início dos trabalhos legislativos de 2017. O motivo é a divergência
com a posse do atual presidente Kaká Barbosa. O parlamentar responde processos
por improbidade administrativa perante a justiça estadual. Responde. Não tem
condenação transitada em julgado em última instância. Pelo princípio do direito
é inocente, até então. Outra parte do parlamento que divergem de sua posse
contesta de forma afrontosa o entendimento do judiciário brasileiro. Direito
garantido na segunda instância e em instância superior.
É um direito a contestação? Claro!
Lógico que sim. Todo o direito de espernear, porém não podem, no meu
entendimento, é negar a autoridade do mandato que a sociedade amapaense lhes
concedeu. Faltou maturidade, logo faltou equilíbrio aos parlamentares faltosos.
Não concordo com o que está acontecendo. Existe um campo legal para reaver
direito supostamente subtraído. O próprio judiciário. Fora desta seara é
afronta e desrespeito com outro poder, independente e harmônico.
O grave disso é que de fato o
representante do cidadão no parlamento não conseguiu, ainda, compreender que o
mandato é do povo. E esse não se pergunta em nenhum momento se a
sociedade que ele representa concorda com esse comportamento.
O mérito aqui não é discutir razão
para o comportamento. É sim questionar se esses parlamentares tem o direito de
virar as costas para o Poder Legislativo?
Lendo as páginas amarelas da revista
Veja, edição 2515 de 1º de fevereiro de 2017, cujo entrevistado é o
Senador Eunício Oliveira (PMDB/CE) repórter Robson Bonin o cercando de todas
as formas para arrancar dele um declaração que colocasse em cheque o perfil de
conciliador atribuído a ele por seus pares. Sem se irritar, Eunício respondeu
as perguntas, todas, porém dizendo apenas o que lhe convinha. Quando da
entrevista ele ainda não era presidente do Senado, quando escrevia este teto
sua eleição, já fruto de um consenso, se confirmou. Ele é hoje o presidente do
Senado.
Veja – Se eleito, o senhor vai
suceder a Renan Calheiros, seu aliado, que deixa o cargo depois de episódios
controversos e acusações de corrupção.
Resposta: Não quero falar de
pessoas. Ele cumpriu um papel como presidente. Agora cada parlamentar tem seu
estilo de atuar...
.
Veja – Antes da Lava-Jato, era
possível disputar uma eleição sem recorrer a esquemas de financiamentos
ilegais?
Resposta: Não sei. Era. Acho que sim....
Não precisa querer parecer ser
honesto, líder e algo mais. O Parlamento precisa de homens equilibrados,
conscientes do seu papel, dos seus direitos e com a consciência clara de onde
tem que se buscar o direito. Não é aos brados, divulgando matérias requentadas
numa tentativa clara de desmoralizar o colega. O máximo que consegue é desmoralizar
o parlamento e consegue.
Waldez Goes, já chamado por mim de
estadista mostrou mais uma vez bom humor, responsabilidade e elegância no seu
pronunciamento. Peculiar a ele. Procurador Geral do Ministério Público foi
cirúrgico. De forma metafórica deu um reprimenda nos deselegantes e alertou. O
raio cai sim duas vezes no mesmo lugar. #ficadica
Nenhum comentário:
Postar um comentário