domingo, 5 de fevereiro de 2017

ARTIGO DO GATO

Equilíbrio



O equilíbrio é um ponto central entre dois extremos. Na política o equilíbrio está entre a histeria e parcimônia. De fato um ponto difícil de ser alcançado, porém fundamental para lideres ou pessoas que representam cidadãos.

A política precisa de homens sóbrios, equilibrados, porém com a capacidade de rebelar-se com injustiça, com usurpação. É nesse tênue caminho que homens trafegam no mundo político. Diz-se que na política você tem que ter a habilidade de caminhar com uma bandeja de Nitroglicerina num chão cheio de ovos.

Na abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa do Estado do Amapá pude perceber um ambiente hostil. Dicotômico. Cerca de treze deputados não compareceram a Sessão Solene que marcou o início dos trabalhos legislativos de 2017. O motivo é a divergência com a posse do atual presidente Kaká Barbosa. O parlamentar responde processos por improbidade administrativa perante a justiça estadual. Responde. Não tem condenação transitada em julgado em última instância. Pelo princípio do direito é inocente, até então. Outra parte do parlamento que divergem de sua posse contesta de forma afrontosa o entendimento do judiciário brasileiro. Direito garantido na segunda instância e em instância superior.

É um direito a contestação? Claro! Lógico que sim. Todo o direito de espernear, porém não podem, no meu entendimento, é negar a autoridade do mandato que a sociedade amapaense lhes concedeu. Faltou maturidade, logo faltou equilíbrio aos parlamentares faltosos. Não concordo com o que está acontecendo. Existe um campo legal para reaver direito supostamente subtraído. O próprio judiciário. Fora desta seara é afronta e desrespeito com outro poder, independente e harmônico.

O grave disso é que de fato o representante do cidadão no parlamento não conseguiu, ainda, compreender que o mandato é do povo. E esse não se pergunta em nenhum momento se  a sociedade que ele representa concorda com esse comportamento.

O mérito aqui não é discutir razão para o comportamento. É sim questionar se esses parlamentares tem o direito de virar as costas para o Poder Legislativo?

Lendo as páginas amarelas da revista Veja, edição 2515 de 1º de fevereiro de 2017, cujo  entrevistado é o Senador Eunício Oliveira (PMDB/CE)  repórter Robson Bonin o cercando de todas as formas para arrancar dele um declaração que colocasse em cheque o perfil de conciliador atribuído a ele por seus pares. Sem se irritar, Eunício respondeu as perguntas, todas, porém dizendo apenas o que lhe convinha. Quando da entrevista ele ainda não era presidente do Senado, quando escrevia este teto sua eleição, já fruto de um consenso, se confirmou. Ele é hoje o presidente do Senado.

Veja – Se eleito, o senhor vai suceder a Renan Calheiros, seu aliado, que deixa o cargo depois de episódios controversos e acusações de corrupção

Resposta: Não quero falar de pessoas. Ele cumpriu um papel como presidente. Agora cada parlamentar tem seu estilo de atuar...
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Veja – Antes da Lava-Jato, era possível disputar uma eleição sem recorrer a esquemas de financiamentos ilegais? 

Resposta: Não sei. Era. Acho que sim....

Não precisa querer parecer ser honesto, líder e algo mais. O Parlamento precisa de homens equilibrados, conscientes do seu papel, dos seus direitos e com a consciência clara de onde tem que se buscar o direito. Não é aos brados, divulgando matérias requentadas numa tentativa clara de desmoralizar o colega. O máximo que consegue é desmoralizar o parlamento e consegue.

Waldez Goes, já chamado por mim de estadista mostrou mais uma vez bom humor, responsabilidade e elegância no seu pronunciamento. Peculiar a ele. Procurador Geral do Ministério Público foi cirúrgico. De forma metafórica deu um reprimenda nos deselegantes e alertou. O raio cai sim duas vezes no mesmo lugar. #ficadica


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