domingo, 5 de fevereiro de 2017

DE TUDO UM POUCO




         “ Poucas palavras, no decorrer da História da humanidade, tiveram ( e ainda têm )um significado tão amplo quando símbolo, derivada do grego sumballein, que significa ligar ou atar junto.

         Neste início de novo ano pautei-me com o compromisso interior de relatar experiências vividas por mim e por pessoas a mim ligadas, como também discorrer sobre fatos e estórias do cotidiano urbano, rural, naturais e ambientais, bem como compartilhar lições de filosofia, esoterismo, exoterismo, sociológicos e tudo o mais que possa despertar em todos nós sentimentos de “ encontro interior “.
                            Trago-vos, para deleite, um relato escrito em fevereiro de 2000, que subtraí da revista Kalunga, nº 109.
         SINAL DOS TEMPOS.
Um sumballon era um sinal de reconhecimento, originalmente usado entre os gregos para indicar as duas metades de uma tabuinha, que eles dividiam entre si. Era um sinal de compromisso, à expressão de nossos formulários comerciais. Posteriormente, o termo “ símbolo “ ganhou conotação religiosa, passando a ser representado  por conchas esculpidas, por meio das quais os iniciados nos mistérios se reconheciam.
         Como consequência, o significado cresceu e passou a incluir ao mesmo tempo oráculos, presságios e fenômenos extraordinários que eram interpretados como advertência dos deuses,  e também senhas militares, emblemas de corporações, e outros sinais de compromisso. Então, eles variavam de um anel de núpcias até o anel depositado antes de um banquete, como garantia de que aquele que compartilhava pagava sua parte.
         Hoje em dia,  o termo “ símbolo “ é utilizado para definir uma representação e não uma reprodução, pois esta implicaria no mínimo em semelhança. O simbolismo permite que objetos simples e comuns sejam  transformados , adquirindo um valor novo. Por exemplo, a aliança e o  casamento; os pratos de uma balança e a ideia de Justiça; o ato der ajoelhar-se  e o sentimento de submissão. “ Vivemos em meio a representações simbólicas. Escrevemos, assim como falamos, por meio de símbolos “, explica Mário  Bruno Proviero, da Universidade de São Paulo – USP.
         Embora a variedade de símbolos pareça tão limitada quanto as combinações da imaginação humana, é comum descobrir-se as mesmas figuras simbólicas entre culturas diferentes. Exemplo disso está na gammadion ou swastika ( suástica ). Este foi um dos símbolos que mais migrou no decorrer da História. Está presente em documentos da Antiguidade e, a partir do nono século d.C, surgiu no Tibete, no Japão, na China, Pérsia, África do Norte, França e Alemanha, além de países escandinavos. “ A suástica é um símbolo hindu, a princípio atribuído à Hidra ( criatura mítica grega que simbolizava os muitos obstáculos no caminho da virtude ). Mais tarde, com outra conotação, ele foi assimilado pelo budismo, ressalta Proviero.
         De acordo com o professor, na cultura oriental a relação do individuo com o símbolo é atávica, sendo que eles se caracterizam por serem vivenciais, práticos e apresentarem uma grande carga emotiva. É possível encontrar o mesmo símbolo com transformações históricas. Por exemplo, no caso específico da Fa lún gong – seita religiosa que vem sendo perseguida pelo governo chinês -, o ideograma que simboliza o gong tem a conotação de ativar a mente do indivíduo. “ Esses ideogramas são antiguíssimos, remetem a 200 a.C, e no caso específico do Fa lún gong , apresentam sentido diferente. É como se fosse um budismo ativista e político “.
         Há culturas que mantem seus símbolos de forma a perpetuar sua identidade, como é o caso da judaica. De acordo com Henri I. Sobel, presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista, existem alguns símbolos de fundamental importância no judaísmo. “ Cada um deles tem algo a ver com a particularidade e singularidade judaicas. Embora alguns sejam pós-bíblicos, todos são populares e reconhecidos em qualquer lugar do mundo “.
         A estrela de Davi, por exemplo, é considerada o símbolo judaico por excelência. Consiste de dois triângulos superpostos em direção opostas. Os vértices do primeiro triângulo representam os três pilares : Deus, Homem e Povo. O segundo triangulo corresponde aos três grandes momentos da História : Criação ( passado ), Renovação ( passado que prossegue no presente ) e Redenção ( futuro ). Para o povo judeu esse símbolo representa importância similar à Cruz para o cristão. “.
         Trazendo para o mundo profano, a trilogia : sinal – símbolo – simbologia, está diretamente relacionada à convivência humana, porque há interferência direta no comportamento em sociedade. Por exemplo, “ sinal “, significa aviso, chamada de atenção. Exemplo : sinais de trânsito, onde o verde significa passagem livre, o amarelo, chama a atenção, previne que o sinal vai mudar para o vermelho, que dá a ordem de parar. O símbolo, representa algo. Por exemplo, a Cruz, representa o cristianismo; a estrela de Davi, representa o judaísmo. Já o simbolismo, é a interpretação da mensagem que o símbolo quer demonstrar. Por exemplo, a Maçonaria trabalha em suas oficinas com réguas, compassos, prumos, esquadros, pedras e outros materiais, que para o profano ( não Maçom ) significa somente uma ferramenta de pedreiro, mas para a prática do simbolismo, esses materiais têm mensagens simbólicas aplicáveis à formação moral, intelectual  e cultural do Maçom.

Certamente que Você, tem sinais e símbolos em sua casa. Faça uma lista e descubra sua utilidade e/ou mensagem. 

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