domingo, 19 de fevereiro de 2017








Macapá continua intrafegável. Prometeu, tem que cumprir!

Reinaldo Coelho

O prefeito reeleito de Macapá irá cumprir as promessas de campanha? Essa é a pergunta que a maioria dos macapaenses vem se fazendo, desde que as urnas deram a vitória ao Clécio Luís (REDE) para mais quatro anos no Palácio Laurindo Banhas.

Alguns acham difícil Clécio realizar as promessas de campanha, pois durante quatro anos não cumpriu as que bancou em 2012 e naquela época tinha o total apoio do então governador Camilo Capiberibe. As desculpas foram muitas: A crise econômica, a falta de apoio do Estado, queda na arrecadação e nos repasses e a natureza amazônica.

A realidade está ai, começou a intensificar as chuvas no Amapá e as ruas de Macapá, se transformaram em verdadeiros rios e lagos e as da periferia totalmente intrafegável, devido a poeira terem se transformada em lamaçal. E ainda não chegou as águas de Março, onde teremos a elevação das águas do Rio Amazonas, causando inundações maiores.

E agora em pleno inverno o prefeito Clécio corre para realizar a limpeza e capinação  de canteiros e canais, o que deveria ter sido feito nos quatro verões que ele teve para executar eficientemente sua obrigação.

Em campanha de 2016, o Clécio Luís fez as seguintes promessas:

Assumir a iluminação pública – A maioria dos bairros da periferia de Macapá está sem iluminação pública, favorecendo o domínio da bandidagem dessas comunidades. Com uma iluminação garantida o município estaria colaborando com eficiência a segurança pública dos macapaenses.

Macapá sem obstáculos – Atuar para resolver os gargalos que impedem a mobilidade e a acessibilidade de Macapá, com um olhar especial para pedestres, ciclistas e usuários de transportes públicos e mais ainda para pessoas com deficiência.

Desenvolvimento Urbano

Limpeza Pública e Coleta de Resíduos Sólidos: Uma das politicas públicas que o governo Clécio, priorizou, foi a de limpeza urbana. Conquistou-se a coleta de porta a porta, com o carro coletor passando com pontualidade e praticamente junto com o gari que retira os sacos de lixo das lixeiras, para evitar que os resíduos fossem espalhados nas vias públicas. A coleta passou a ser realizada de segunda feira a sábado, alcançando 95% dos domicílios da capital e recolhendo diariamente 250 toneladas de resíduos sólidos urbanos.

Esta foi a o que o candidata a reeleição passou para o publico dos palanques de sua campanha para a reeleição. Porém a realidade é outra.

Nestes dois itens os moradores da Zona Norte estão reclamando que há quatro anos sofrem com o mato, lama e o pior a saúde pública está em risco, pois somente em uma avenida teve sete casos de dengue e a falta de asfaltamento deu lugar a piscinas de águas paradas que dificulta a locomoção.

Mas a Zona Sul também vem sofrendo nesse início de ano com o abandono do bairro, tanto que acontecerá no dia 10 de fevereiro uma audiência pública promovida pela Associação de Bairro dos Congós que terá como temas a  saúde, educação, segurança pública, infraestrutura, saneamento básico, iluminação pública, revitalização de passarelas e canteiro central da Rua Claudomiro de Moraes, entre outros estão na pauta da Associação, segundo informou Marcione da Costa Santana de Moraes, presidente da AMBC.
O importante é que esse evento deveria ser de iniciativa dos vereadores eleito para defender os interesses dos munícipes na Câmara Municipal e cobrar do prefeito da capital a realização de obras e investimentos nesses locais. Para que eleger vereadores se os próprios cidadãos é que tem de realizar atos para ver seus problemas priorizados?

Essa situação vem indignando os moradores dos bairros periféricos que durante quatro anos foram alienados dos benefícios em suas ruas e resolveram ir para as ruas protestar “Essa rua vai continuar bloqueada até que sejamos ouvidos”, garante uma moradora do Beirol.

Esse protesto aconteceu em 13 e 19 de janeiro de 2017, logo que iniciou as primeiras chuvas em Macapá e a Avenida Maria Creuza, no Beirol, que, especialmente em tempos de chuva, fica intrafegável. Segundo os moradores mais de 30 ofícios já foram protocolados na Prefeitura de Macapá, algumas visitas técnicas, no ano passado, chegaram a ser feitas, mas na prática, nada mudou.
A Avenida Maria Creuza fica situada nos arredores do canal do Beirol, e já sofre constantemente com inundações pela falta de estrutura de drenagem, que deveria existir na comunidade. O protesto dos moradores é por asfaltamento e drenagem, já que a rua fica intrafegável em período de chuvas.

Nossas crianças passam por dentro da lama para ir para escola. Nós estamos protestando para chamar atenção do prefeito, que veio na comunidade na época da campanha, mas que até agora não fez nada por nós. Essa rua vai continuar sendo bloqueada até que sejamos ouvidos”, disse Mariana Rabelo, enquanto arrumava o bloqueio das vias.

Os moradores contam ainda que mesmo durante o verão a situação não melhora, pois a lama é substituída por poeira, o que aumenta ainda mais o risco de doenças respiratórias.
Nós pagamos nossos impostos, não acredito que não possamos ter o mínimo de estrutura. A gente reelegeu o prefeito, já tá na hora dele mostrar serviço por nós”, disse Eraldo Lopes. 

O descaso com os bairros periféricos

Essa rua fica quase no centro de Macapá, agora imagine os periféricos onde muitas vias estão sendo tomadas por mato, entulho e acúmulo de água servida. A situação cada vez piora porque muitos locais estão abandonados há década pelo poder público.
É o caso da Avenida Francisco Alves Corrêa, no Jardim Felicidade II, entre as ruas Marabaixo e Maria da Silva Xavier, no Jardim Felicidade II. O trecho está interditado há quase uma década porque foi tomado por grandes buracos e matagal. Como a prefeitura abandonou os moradores daquele perímetro, a situação só faz piorar.

Poucos motoristas se atrevem a passar no trecho porque temem ficar atolados. Nesse perímetro está um grande buraco que já tem década. Metade da avenida está tomada por mato e a outra por um verdadeiro lago.
Por causa desse buraco o asfalto de todo aquele trecho está comprometido. O lamaçal é constante, seja no verão ou no período de chuva, por causa de uma moradora da esquina do trecho citado que joga água servida para a rua.

Os moradores reclamam que por causa do desprezo da prefeitura estão tendo que procurar outras vias para se deslocar. “Tudo fica mais longe e mais difícil por causa desse local tomado por lama e mato”, descreveu o motorista Luís Aguiar. Os pedestres para passarem pelo local são obrigados a invadir o terreno da vizinhança. Por causa disso, já houve caso de pessoas atacadas por cachorros. 

Os moradores estão passando por grande sofrimento. A situação é tão apavorante que os assaltantes se escondem nesse local para praticar assaltos, seja durante o dia ou da noite. Tudo por causa do matagal e do lago. O abandono do poder público é tão vergonhoso que muitas pessoas jogam lixo e entulho nesse trecho”, reclamam.

Lixeiras viciadas

Neste ponto a culpa é dividida e falta de educação dos moradores do entorna dos pontos de lixo viciados e a falta de fiscalização severa da prefeitura de Macapá favorece esse contínuo desrespeito as regras do bom viver e do meio ambiente.
Por isso a maioria dos macapaenses continua a não acreditar que realmente a Prefeitura de Macapá, através da Secretaria Municipal de Manutenção Urbanística (SEMUR), mantenha a fiscalização do órgão em campana nos locais da cidade onde se costuma formar lixeiras viciadas.

A desconfiança é compreensiva quando se depara com inúmeros depósitos de lixo espalhados por Macapá. Os resíduos despejados no meio ambiente atraem insetos, escorpiões, roedores e serpentes, o que acaba gerando acidentes com os animais e riscos à saúde dos moradores. O problema é antigo e envolve a falta de educação e consciência ambiental de alguns moradores, reforçado pela demora do governo municipal em agir nesses casos.

Exemplo disso pode ser encontrado na esquina da Avenida Francisco Alves Corrêa com Rua Marabaixo, no Jardim Felicidade II. Lá uma moradora joga água servida para a rua, ocasionando alagamento e surgimento de matagal e entulho.

A péssima situação do local leva as pessoas a jogar lixo na rua. O problema acontece há quase dez anos e nada da prefeitura tomar uma providência para proibir a vizinha de jogar água servida para a via pública. O pior é que a prefeitura sabe desse problema, mas nada faz”, reclamou o motorista Olavo Dias.

Além de sujar a área atingida por essa agressão ambiental, a comunidade, inclusive os sujões, quase sempre residentes nas proximidades, corre o risco de adquirir diversas doenças. O ambiente desagradável e com mau cheiro, as lixeiras viciadas, presentes em quase todos os bairros de Macapá, também podem causar danos à saúde. Algumas dessas doenças são: dengue, leptospirose, hepatite A e E, infecções intestinais e micoses.

Os mosquitos urbanos, principalmente o da dengue, são um dos favorecidos pelo lixo despejado próximo às residências. Outra consequência é a decomposição natural dos resíduos, o ‘chorume’, aquele líquido preto que se infiltra na terra e pode contaminar até o lençol freático. Além do contato direto com as bactérias, o contato com a urina dos roedores no lixo também pode trazer leptospirose.

Acessibilidade

Buracos em calçadas e carros estacionados irregularmente, atrapalhando o passeio público, estão entre os principais problemas enfrentados pelos cadeirantes nas vias de Macapá.
A prefeitura informou que reformas em passeios públicos da cidade são planejadas para dar acesso às pessoas com deficiência.
A cadeirante Maria de Fátima mora no bairro Perpétuo Socorro, na Zona Leste da capital. Ela reclama que quase não tem condições de sair de casa, por causa da diferença na altura da calçada para a rua. O bairro tem vias cheias de buracos e algumas não têm asfalto, o que dificulta ainda mais a locomoção da mulher.
Eu não tenho condições de sair na rua diante de tantos obstáculos, não tenho os movimentos das minhas pernas. É muito ruim. Tem tantos buracos na frente de casa”, lamentou Maria de Fátima.
Até para frequentar a Associação dos Deficientes Físicos do Amapá (ADFAP), Fernando Oliveira disse enfrentar dificuldades. No bairro Laguinho, Zona Central, a calçada onde fica o prédio da associação é cheia de obstáculos e quem trafega deve ter atenção para não sofrer acidentes, segundo ele.

A calçada está cheia de obstáculos, algumas falhas e buracos. Nas esquinas não têm rampas. Pela cidade há situações péssimas de calçada que não tem condições de cadeirantes transitarem, nem mulheres com carrinhos de bebê e pessoas com dificuldades de locomoção”, destacou Oliveira. (Fonte: G1/Amapá) – Para semana estaremos tratando de mais promessas.

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