Macapá continua intrafegável. Prometeu, tem que cumprir!
Reinaldo
Coelho
O prefeito reeleito de Macapá irá cumprir as
promessas de campanha? Essa é a pergunta que a maioria dos macapaenses vem se
fazendo, desde que as urnas deram a vitória ao Clécio Luís (REDE) para mais
quatro anos no Palácio Laurindo Banhas.
Alguns acham difícil Clécio realizar as
promessas de campanha, pois durante quatro anos não cumpriu as que bancou em
2012 e naquela época tinha o total apoio do então governador Camilo Capiberibe.
As desculpas foram muitas: A crise econômica, a falta de apoio do Estado, queda
na arrecadação e nos repasses e a natureza amazônica.
A realidade está ai, começou a intensificar
as chuvas no Amapá e as ruas de Macapá, se transformaram em verdadeiros rios e
lagos e as da periferia totalmente intrafegável, devido a poeira terem se
transformada em lamaçal. E ainda não chegou as águas de Março, onde teremos a
elevação das águas do Rio Amazonas, causando inundações maiores.
E agora em pleno inverno o prefeito Clécio
corre para realizar a limpeza e capinação
de canteiros e canais, o que deveria ter sido feito nos quatro verões
que ele teve para executar eficientemente sua obrigação.
Em campanha
de 2016, o Clécio Luís fez as seguintes promessas:
Assumir a
iluminação pública – A maioria dos bairros da periferia de Macapá
está sem iluminação pública, favorecendo o domínio da bandidagem dessas
comunidades. Com uma iluminação garantida o município estaria colaborando com
eficiência a segurança pública dos macapaenses.
Macapá sem
obstáculos – Atuar para resolver os gargalos que impedem
a mobilidade e a acessibilidade de Macapá, com um olhar especial para
pedestres, ciclistas e usuários de transportes públicos e mais ainda para
pessoas com deficiência.
Desenvolvimento
Urbano
Limpeza
Pública e Coleta de Resíduos Sólidos: Uma das
politicas públicas que o governo Clécio, priorizou, foi a de limpeza urbana.
Conquistou-se a coleta de porta a porta, com o carro coletor passando com
pontualidade e praticamente junto com o gari que retira os sacos de lixo das
lixeiras, para evitar que os resíduos fossem espalhados nas vias públicas. A
coleta passou a ser realizada de segunda feira a sábado, alcançando 95% dos
domicílios da capital e recolhendo diariamente 250 toneladas de resíduos
sólidos urbanos.
Esta foi a o que o candidata a reeleição
passou para o publico dos palanques de sua campanha para a reeleição. Porém a
realidade é outra.
Nestes dois itens os moradores da Zona Norte
estão reclamando que há quatro anos sofrem com o mato, lama e o pior a saúde
pública está em risco, pois somente em uma avenida teve sete casos de dengue e
a falta de asfaltamento deu lugar a piscinas de águas paradas que dificulta a
locomoção.
Mas a Zona Sul também vem sofrendo nesse início
de ano com o abandono do bairro, tanto que acontecerá no dia 10 de fevereiro
uma audiência pública promovida pela Associação de Bairro dos Congós que terá
como temas a saúde, educação, segurança
pública, infraestrutura, saneamento básico, iluminação pública, revitalização
de passarelas e canteiro central da Rua Claudomiro de Moraes, entre outros
estão na pauta da Associação, segundo informou Marcione da Costa Santana de
Moraes, presidente da AMBC.
O importante é que esse evento deveria ser de iniciativa dos vereadores eleito para defender os interesses dos munícipes na Câmara Municipal e cobrar do prefeito da capital a realização de obras e investimentos nesses locais. Para que eleger vereadores se os próprios cidadãos é que tem de realizar atos para ver seus problemas priorizados?
O importante é que esse evento deveria ser de iniciativa dos vereadores eleito para defender os interesses dos munícipes na Câmara Municipal e cobrar do prefeito da capital a realização de obras e investimentos nesses locais. Para que eleger vereadores se os próprios cidadãos é que tem de realizar atos para ver seus problemas priorizados?
Essa situação vem indignando os moradores dos
bairros periféricos que durante quatro anos foram alienados dos benefícios em
suas ruas e resolveram ir para as ruas protestar “Essa rua vai continuar bloqueada até que sejamos ouvidos”, garante uma
moradora do Beirol.
Esse protesto aconteceu em 13 e 19 de janeiro
de 2017, logo que iniciou as primeiras chuvas em Macapá e a Avenida Maria
Creuza, no Beirol, que, especialmente em tempos de chuva, fica intrafegável. Segundo
os moradores mais de 30 ofícios já foram protocolados na Prefeitura de Macapá,
algumas visitas técnicas, no ano passado, chegaram a ser feitas, mas na
prática, nada mudou.
A Avenida Maria Creuza fica situada nos
arredores do canal do Beirol, e já sofre constantemente com inundações pela
falta de estrutura de drenagem, que deveria existir na comunidade. O protesto
dos moradores é por asfaltamento e drenagem, já que a rua fica intrafegável em
período de chuvas.
“Nossas
crianças passam por dentro da lama para ir para escola. Nós estamos protestando
para chamar atenção do prefeito, que veio na comunidade na época da campanha, mas
que até agora não fez nada por nós. Essa rua vai continuar sendo bloqueada até
que sejamos ouvidos”, disse Mariana Rabelo, enquanto arrumava o bloqueio
das vias.
Os moradores contam ainda que mesmo durante o
verão a situação não melhora, pois a lama é substituída por poeira, o que
aumenta ainda mais o risco de doenças respiratórias.
“Nós
pagamos nossos impostos, não acredito que não possamos ter o mínimo de
estrutura. A gente reelegeu o prefeito, já tá na hora dele mostrar serviço por
nós”, disse Eraldo Lopes.
O descaso
com os bairros periféricos
Essa rua fica quase no centro de Macapá,
agora imagine os periféricos onde muitas vias estão sendo tomadas por mato,
entulho e acúmulo de água servida. A situação cada vez piora porque muitos
locais estão abandonados há década pelo poder público.
É o caso da Avenida Francisco Alves Corrêa,
no Jardim Felicidade II, entre as ruas Marabaixo e Maria da Silva Xavier, no
Jardim Felicidade II. O trecho está interditado há quase uma década porque foi
tomado por grandes buracos e matagal. Como a prefeitura abandonou os moradores
daquele perímetro, a situação só faz piorar.
Poucos motoristas se atrevem a passar no
trecho porque temem ficar atolados. Nesse perímetro está um grande buraco que
já tem década. Metade da avenida está tomada por mato e a outra por um
verdadeiro lago.
Por causa desse buraco o asfalto de todo
aquele trecho está comprometido. O lamaçal é constante, seja no verão ou no
período de chuva, por causa de uma moradora da esquina do trecho citado que
joga água servida para a rua.
Os moradores reclamam que por causa do
desprezo da prefeitura estão tendo que procurar outras vias para se deslocar. “Tudo fica mais longe e mais difícil por
causa desse local tomado por lama e mato”, descreveu o motorista Luís
Aguiar. Os pedestres para passarem pelo local são obrigados a invadir o terreno
da vizinhança. Por causa disso, já houve caso de pessoas atacadas por
cachorros.
“Os
moradores estão passando por grande sofrimento. A situação é tão apavorante que
os assaltantes se escondem nesse local para praticar assaltos, seja durante o
dia ou da noite. Tudo por causa do matagal e do lago. O abandono do poder
público é tão vergonhoso que muitas pessoas jogam lixo e entulho nesse trecho”,
reclamam.
Lixeiras
viciadas
Neste ponto a culpa é dividida e falta de
educação dos moradores do entorna dos pontos de lixo viciados e a falta de
fiscalização severa da prefeitura de Macapá favorece esse contínuo desrespeito
as regras do bom viver e do meio ambiente.
Por isso a maioria dos macapaenses continua a
não acreditar que realmente a Prefeitura de Macapá, através da Secretaria
Municipal de Manutenção Urbanística (SEMUR), mantenha a fiscalização do órgão
em campana nos locais da cidade onde se costuma formar lixeiras viciadas.
A desconfiança é compreensiva quando se
depara com inúmeros depósitos de lixo espalhados por Macapá. Os resíduos
despejados no meio ambiente atraem insetos, escorpiões, roedores e serpentes, o
que acaba gerando acidentes com os animais e riscos à saúde dos moradores. O
problema é antigo e envolve a falta de educação e consciência ambiental de
alguns moradores, reforçado pela demora do governo municipal em agir nesses
casos.
Exemplo disso pode ser encontrado na esquina
da Avenida Francisco Alves Corrêa com Rua Marabaixo, no Jardim Felicidade II.
Lá uma moradora joga água servida para a rua, ocasionando alagamento e
surgimento de matagal e entulho.
“A
péssima situação do local leva as pessoas a jogar lixo na rua. O problema
acontece há quase dez anos e nada da prefeitura tomar uma providência para
proibir a vizinha de jogar água servida para a via pública. O pior é que a
prefeitura sabe desse problema, mas nada faz”, reclamou o motorista Olavo
Dias.
Além de sujar a área atingida por essa
agressão ambiental, a comunidade, inclusive os sujões, quase sempre residentes
nas proximidades, corre o risco de adquirir diversas doenças. O ambiente
desagradável e com mau cheiro, as lixeiras viciadas, presentes em quase todos
os bairros de Macapá, também podem causar danos à saúde. Algumas dessas doenças
são: dengue, leptospirose, hepatite A e E, infecções intestinais e micoses.
Os mosquitos urbanos, principalmente o da
dengue, são um dos favorecidos pelo lixo despejado próximo às residências.
Outra consequência é a decomposição natural dos resíduos, o ‘chorume’, aquele
líquido preto que se infiltra na terra e pode contaminar até o lençol freático.
Além do contato direto com as bactérias, o contato com a urina dos roedores no
lixo também pode trazer leptospirose.
Acessibilidade
Buracos em calçadas e carros estacionados
irregularmente, atrapalhando o passeio público, estão entre os principais
problemas enfrentados pelos cadeirantes nas vias de Macapá.
A prefeitura informou que reformas em
passeios públicos da cidade são planejadas para dar acesso às pessoas com
deficiência.
A cadeirante Maria de Fátima mora no bairro
Perpétuo Socorro, na Zona Leste da capital. Ela reclama que quase não tem
condições de sair de casa, por causa da diferença na altura da calçada para a
rua. O bairro tem vias cheias de buracos e algumas não têm asfalto, o que
dificulta ainda mais a locomoção da mulher.
“Eu não
tenho condições de sair na rua diante de tantos obstáculos, não tenho os
movimentos das minhas pernas. É muito ruim. Tem tantos buracos na frente de
casa”, lamentou Maria de Fátima.
Até para frequentar a Associação dos
Deficientes Físicos do Amapá (ADFAP), Fernando Oliveira disse enfrentar
dificuldades. No bairro Laguinho, Zona Central, a calçada onde fica o prédio da
associação é cheia de obstáculos e quem trafega deve ter atenção para não
sofrer acidentes, segundo ele.
“A
calçada está cheia de obstáculos, algumas falhas e buracos. Nas esquinas não
têm rampas. Pela cidade há situações péssimas de calçada que não tem condições
de cadeirantes transitarem, nem mulheres com carrinhos de bebê e pessoas com
dificuldades de locomoção”, destacou Oliveira. (Fonte: G1/Amapá) – Para
semana estaremos tratando de mais promessas.
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