RIO AMAZONAS, UM
MAR DE ENCANTOS
POR: MARCO ANTÔNIO
O Amapá é o estado com meio ambiente
mais preservado do Brasil. Além de todos os encantos da natureza Amazônica,
abriga a maior reserva de água potável do mundo, o Rio Amazonas.
Este rio é colossal, um gigante a se perder de vista. Comparado ao oceano, é um
mar de água doce. Desperta fascínio em quem o vem pela primeira vez. “Quem
avistar o Amazonas, nesse momento, e souber transbordar de tanto amor... Este
terá entendido o jeito de ser do povo daqui.” Já escreveram os poetas Joãozinho
Gomes e Val Milhomem, e cantam os mais sensatos viandantes.
Se a Amazônia é uma aventura nos dias
de hoje, imagine há quase 500 anos! Pois foi em 1541 que o espanhol Francisco
de Orellana saiu em expedição por um enorme rio que nasce no Peru e desemboca
no Oceano Atlântico, em terras brasileiras. Hoje o chamamos de Rio Amazonas. É
considerado o mais extenso rio da Terra com quase sete mil quilômetros de
extensão, possuindo também o maior volume de água. Acreditava-se que o rio Nilo
era o maior do mundo, mas há discussões sobre isso, uma vez que o verdadeiro
comprimento do Nilo ainda é objeto de pesquisa. O Amazonas percorre territórios
do Peru, Brasil e um pequeno trecho da Colômbia.
A ocupação humana e toda a atividade
econômica da Região Norte foram condicionadas pela presença do majestoso Rio. E
há somente um estado cuja capital se agasalha em suas margens, O Amapá. Macapá
também é a única capital do país cortada pela Linha do Equador, ou seja, um
endereço bem fácil de achar no atlas. “É fácil o meu endereço, vá lá quando o
sol se pôr. Na esquina do rio mais belo com linha do equador”, como imortalizou
outro poeta, o Zé Miguel. Uma benção que estufa de orgulho o peito dos
amapaenses e de quem escolheu esse estado para abrigar o seu coração e suas
famílias. Sendo a única capital do país banhada por tão famosas e
abençoadas águas, é claro que foi criado um mirante natural para apreciá-lo na
calmaria ou quando enfurecido pela ressaca. Na orla da cidade a maravilhosa
vista é impressionante.
As viagens feitas no Amazonas mostram
o quanto o rio apresenta um bioma fantástico, através de uma experiência
encantadora não apenas para as pessoas que amam a fauna e a flora, mas também
faz brilhar os olhos daqueles que apenas transitam pela região. Há um provérbio
no estado que garante que, vindo não importa de onde, provou das águas por lá
fica. Mas não só isso, a hospitalidade, a brejeirice, o amanhecer, o luar
lindo... Tudo isso fascina e atrai todos a permanecerem nesse estado de
contemplação. Daí, ser o Amapá formado por povos das mais longínquas terras,
além, é claro, de gente de todo o Brasil.
Mas de onde vem o enigmático Riomar?
Ele tem sua origem na nascente do rio Apurímac (alto da parte ocidental da
cordilheira dos Andes), no sul do Peru, e deságua no oceano Atlântico junto ao
rio Tocantins no delta do Amazonas, no norte brasileiro. Entra no território
brasileiro com o nome de rio Solimões e finalmente, em Manaus, após a junção
com o misterioso rio Negro, recebe o nome de Amazonas e como tal segue até a
sua foz no oceano Atlântico. O encontro do rio Negro com o rio Solimões
proporciona uma imagem de grande beleza, isso porque os rios possuem águas de
coloração distinta, o rio Negro apresenta águas escuras em razão da dissolução
de ácido húmico, e o Solimões, águas claras; ao se encontrarem, suas
respectivas águas não se misturam. Sua foz é classificada como mista, por
apresentar uma foz em estuário e em delta. O rio Amazonas é o único com uma foz
mista no mundo.
Os peixes da bacia Amazônica se
destacam pelo elevado número de espécies, constituindo a principal fonte de
alimentação, trabalho, lazer e renda da população local. Encontra-se o pirarucu
(Arapaimas gigas), tambaqui (Colossoma macropomum) e aruanã (Osteoglossum bicirrhosum).
Destaca-se também o peixe-boi-da-Amazônia (Trichechus inunguis), um mamífero
ameaçado de extinção que originalmente ocorria em toda a bacia do rio Amazonas.
Estudos calculam que há cerca de três mil espécies de peixes em suas águas,
sendo que 150 ornamentais e das quais 52 são comercializadas.
A imponência do Rio tem deixado
poetas e literatos não apenas boquiabertos, mas devendo reverencias ao mesmo,
que extravasam em odes, contos e causos. Já afirmou o poeta uruguaio, Gastón
figueira, que o Sol e a Lua viviam casados, amando-se numa função de ardência e
doçura. Eis porem, Tupã quis criar a humanidade, mais esta não poderia existir
sob as chamas do astro de fogo atiçadas pelos arroubos do amor. Em obediência,
pois ao desejo divino, o Sol e a Lua para sempre tiveram que se separar. “E
naquela noite, a Lua, sozinha, ferida de amor, chorou”. Suas lagrimas caíram no
mar; porem, as doces gotas dos olhos da Lua e as gotas amargas do mar não
puderam se misturar. Toda aquela tristeza, toda aquela dor e beleza se
transformaram. E “das lágrimas da Lua um rio maravilhoso nasceu”... “Descido de
misteriosas regiões, semeando de florestas, morada de Iara e cobra grande,
berço sempre ondulante da Vitória Régia”.
Os encantos deste Rio não param, como
escreveu Lison Costa, em sua obra Amazonas: “...A ventania da foz do Amazonas
beija quilométricas ribanceiras e vai esculpindo-as com belíssimos funis
disformes no entorno dos beiços dos barrancos; é quando surgem gaivotas e
andorinhas para darem início à decoração do novo lar construído nos ombros dos
pequenos despenhadeiros. Em poucos dias, dezenas de encostas do saudoso rio
ficam pontilhadas de suítes aconchegantes para recepcionar uma nova leva de
voadores multicoloridos que distribuirão alegrias e esperanças ao canoeiro que
labuta e saúda o pescador, identificando os primeiros cardumes no espelho
d'água”.
Tanta importância e repercussão
mundial provoca uma fragilidade imensa e é imperativo não apenas que cada ser
humano do planeta cuide de suas águas, mas, e principalmente, os amazônidas
que, literalmente, bebem em suas fontes.
“Quem
avistar o Amazonas, nesse momento, e souber transbordar de tanto amor
Este terá entendido o jeito de ser do povo daqui”.
Este terá entendido o jeito de ser do povo daqui”.
(Grupo Senzala)
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