quarta-feira, 12 de abril de 2017

ARTIGO


RIO AMAZONAS, UM MAR DE ENCANTOS
POR: MARCO ANTÔNIO
O Amapá é o estado com meio ambiente mais preservado do Brasil. Além de todos os encantos da natureza Amazônica, abriga a maior reserva de água potável  do mundo, o Rio Amazonas.  Este rio é colossal, um gigante a se perder de vista. Comparado ao oceano, é um mar de água doce. Desperta fascínio em quem o vem pela primeira vez. “Quem avistar o Amazonas, nesse momento, e souber transbordar de tanto amor... Este terá entendido o jeito de ser do povo daqui.” Já escreveram os poetas Joãozinho Gomes e Val Milhomem, e cantam os mais sensatos viandantes.
Se a Amazônia é uma aventura nos dias de hoje, imagine há quase 500 anos! Pois foi em 1541 que o espanhol Francisco de Orellana saiu em expedição por um enorme rio que nasce no Peru e desemboca no Oceano Atlântico, em terras brasileiras. Hoje o chamamos de Rio Amazonas. É considerado o mais extenso rio da Terra com quase sete mil quilômetros de extensão, possuindo também o maior volume de água. Acreditava-se que o rio Nilo era o maior do mundo, mas há discussões sobre isso, uma vez que o verdadeiro comprimento do Nilo ainda é objeto de pesquisa. O Amazonas percorre territórios do Peru, Brasil e um pequeno trecho da Colômbia.
A ocupação humana e toda a atividade econômica da Região Norte foram condicionadas pela presença do majestoso Rio. E há somente um estado cuja capital se agasalha em suas margens, O Amapá. Macapá também é a única capital do país cortada pela Linha do Equador, ou seja, um endereço bem fácil de achar no atlas. “É fácil o meu endereço, vá lá quando o sol se pôr. Na esquina do rio mais belo com linha do equador”, como imortalizou outro poeta, o Zé Miguel. Uma benção que estufa de orgulho o peito dos amapaenses e de quem escolheu esse estado para abrigar o seu coração e suas famílias.  Sendo a única capital do país banhada por tão famosas e abençoadas águas, é claro que foi criado um mirante natural para apreciá-lo na calmaria ou quando enfurecido pela ressaca. Na orla da cidade a maravilhosa vista é impressionante.
As viagens feitas no Amazonas mostram o quanto o rio apresenta um bioma fantástico, através de uma experiência encantadora não apenas para as pessoas que amam a fauna e a flora, mas também faz brilhar os olhos daqueles que apenas transitam pela região. Há um provérbio no estado que garante que, vindo não importa de onde, provou das águas por lá fica. Mas não só isso, a hospitalidade, a brejeirice, o amanhecer, o luar lindo... Tudo isso fascina e atrai todos a permanecerem nesse estado de contemplação. Daí, ser o Amapá formado por povos das mais longínquas terras, além, é claro, de gente de todo o Brasil.
Mas de onde vem o enigmático Riomar? Ele tem sua origem na nascente do rio Apurímac (alto da parte ocidental da cordilheira dos Andes), no sul do Peru, e deságua no oceano Atlântico junto ao rio Tocantins no delta do Amazonas, no norte brasileiro. Entra no território brasileiro com o nome de rio Solimões e finalmente, em Manaus, após a junção com o misterioso rio Negro, recebe o nome de Amazonas e como tal segue até a sua foz no oceano Atlântico. O encontro do rio Negro com o rio Solimões proporciona uma imagem de grande beleza, isso porque os rios possuem águas de coloração distinta, o rio Negro apresenta águas escuras em razão da dissolução de ácido húmico, e o Solimões, águas claras; ao se encontrarem, suas respectivas águas não se misturam. Sua foz é classificada como mista, por apresentar uma foz em estuário e em delta. O rio Amazonas é o único com uma foz mista no mundo.
Os peixes da bacia Amazônica se destacam pelo elevado número de espécies, constituindo a principal fonte de alimentação, trabalho, lazer e renda da população local. Encontra-se o pirarucu (Arapaimas gigas), tambaqui (Colossoma macropomum) e aruanã (Osteoglossum bicirrhosum). Destaca-se também o peixe-boi-da-Amazônia (Trichechus inunguis), um mamífero ameaçado de extinção que originalmente ocorria em toda a bacia do rio Amazonas. Estudos calculam que há cerca de três mil espécies de peixes em suas águas, sendo que 150 ornamentais e das quais 52 são comercializadas.
A imponência do Rio tem deixado poetas e literatos não apenas boquiabertos, mas devendo reverencias ao mesmo, que extravasam em odes, contos e causos. Já afirmou o poeta uruguaio, Gastón figueira, que o Sol e a Lua viviam casados, amando-se numa função de ardência e doçura. Eis porem, Tupã quis criar a humanidade, mais esta não poderia existir sob as chamas do astro de fogo atiçadas pelos arroubos do amor. Em obediência, pois ao desejo divino, o Sol e a Lua para sempre tiveram que se separar. “E naquela noite, a Lua, sozinha, ferida de amor, chorou”. Suas lagrimas caíram no mar; porem, as doces gotas dos olhos da Lua e as gotas amargas do mar não puderam se misturar. Toda aquela tristeza, toda aquela dor e beleza se transformaram. E “das lágrimas da Lua um rio maravilhoso nasceu”... “Descido de misteriosas regiões, semeando de florestas, morada de Iara e cobra grande, berço sempre ondulante da Vitória Régia”.
Os encantos deste Rio não param, como escreveu Lison Costa, em sua obra Amazonas: “...A ventania da foz do Amazonas beija quilométricas ribanceiras e vai esculpindo-as com belíssimos funis disformes no entorno dos beiços dos barrancos; é quando surgem gaivotas e andorinhas para darem início à decoração do novo lar construído nos ombros dos pequenos despenhadeiros. Em poucos dias, dezenas de encostas do saudoso rio ficam pontilhadas de suítes aconchegantes para recepcionar uma nova leva de voadores multicoloridos que distribuirão alegrias e esperanças ao canoeiro que labuta e saúda o pescador, identificando os primeiros cardumes no espelho d'água”.
Tanta importância e repercussão mundial provoca uma fragilidade imensa e é imperativo não apenas que cada ser humano do planeta cuide de suas águas, mas, e principalmente, os amazônidas que, literalmente, bebem em suas fontes.
 “Quem avistar o Amazonas, nesse momento, e souber transbordar de tanto amor
Este terá entendido o jeito de ser do povo daqui”.
(Grupo Senzala)


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