sexta-feira, 28 de abril de 2017

Censo Agropecuário 2017

Censo Agropecuário 2017

Presidente do IBGE diz que o Censo será 'completo e preciso'

Da Editoria
Instituto dá início este ano à coleta de dados para o censo agropecuário, após anos de adiamentos por causa da falta de verbas. “A agricultura familiar não ficará de fora da investigação do Censo Agropecuário 2017”, reafirmou o presidente Paulo Rabello de Castro, durante audiência, no dia 18 de abril, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal, no DF. O presidente estimou que sejam recenseados 5,5 milhões de estabelecimentos agropecuários, sendo cerca de 4,3 milhões de agricultura familiar. E lembrou que com o orçamento reduzido, o IBGE optou por diminuir o detalhamento de alguns temas do questionário e aumentar de três para cinco meses o tempo de coleta, mas sem interferir na abrangência de assuntos. O presidente Paulo Rabello anunciou, também, que com o apoio dos Senadores da Comissão de Agricultura irá trabalhar para obter a suplementação do valor necessário para a conclusão do Censo, estimada em cerca de R$ 200 milhões. A coleta do Censo Agro terá início em 1º de outubro e termina em fevereiro de 2018..


Explicações

O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Rabello de Castro, afirmou que o Censo Agropecuário 2017, previsto para começar em outubro, será completo e chegará aos mais de 5 milhões de estabelecimentos rurais, com um maior nível de precisão nas respostas e um menor custo. O censo que nasceu de uma restrição orçamentária, disse ele, 'foi repaginado e ganhou em qualidade e em simplicidade operacional'.

Paulo Rabello de Castro esteve, dia 18/04, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara dos Deputados, onde uma audiência pública discutiu a redução nos recursos orçamentários para a realização da pesquisa.

Um censo detalhado custaria aproximadamente R$ 1,6 bilhão em três anos, mas o Orçamento da União destinou por meio de emenda parlamentar apenas R$ 505 milhões neste ano para a tarefa, que teve de ser enxugada.

“Foram incluídas todas as perguntas que caracterizam a propriedade, as técnicas de produção, as dificuldades eventuais, o valor da produção, as despesas e obviamente o universo da agricultura familiar. Foram desconsideradas momentaneamente as perguntas de detalhamento”, disse Castro.

A ideia é complementar esse censo, a partir do próximo ano, com pesquisas amostrais anuais dos estabelecimentos. “Aí sim, contamos com verbas orçamentárias complementares que os senhores vão ter que lutar”, pediu o presidente do IBGE.

Mais recursos

O deputado Pepe Vargas (PT-RS), um dos parlamentares que sugeriram o debate, cogitou um adiamento do censo a fim de garantir mais recursos para a pesquisa.

O gerente do Censo Agropecuário do IBGE, Antônio Florido, no entanto, explicou que mais dinheiro não garantiria uma nova reformulação do projeto, já que as pessoas que vão trabalhar no censo precisam ser contratadas desde agora.

O deputado Carlos Melles (DEM-MG) destacou a importância do censo, como forma de garantir a transparência no setor agropecuário. “Estamos sem censo há muito tempo. Foi uma labuta arrumar esse recurso, mas concordo que não podemos fazer um meio censo. Temos uma equipe competente e precisamos confiar naquilo que o IBGE vai trazer”, afirmou.

Pepe Vargas se comprometeu a trabalhar na comissão para destinar recursos orçamentários ao censo no próximo ano.

Tempo menor de entrevista
O projeto reformulado de censo prevê a redução do tempo médio de entrevista com os produtores rurais de 90 para 45 minutos. O período de coleta de dados aumentou de três para cinco meses.

Além disso, haverá uma redução no número de contratos: de 62,4 mil recenseadores para 18 mil; de 12,5 mil supervisores para 4,8 mil; e de 5,1 mil agentes municipais para 1.250.

Com previsão de início em outubro, a coleta termina em fevereiro de 2018. Os primeiros resultados deverão ser divulgados em junho de 2018 e os finais até dezembro de 2019.

Antônio Florido reforçou que o novo projeto de censo manteve o essencial. “O questionário hoje não é o que pretendíamos fazer, mas é o projeto possível de ser feito e atinge a maior parte dos usuários. O censo vai visitar todos os estabelecimentos agropecuários, independentemente do tamanho. O que reduzimos foram os atributos que serão levantados para cada estabelecimento”, esclareceu.

Dados excluídos
A explicação não deixou os participantes do debate satisfeitos. Muitos reclamaram que ficarão de fora da investigação dados importantes para a formulação de políticas públicas, como números referentes à agricultura familiar, ao uso de agrotóxicos, ao emprego de tecnologia e à captação de água, por exemplo.

O professor da Universidade de Brasília Mauro Eduardo Del Grossi acredita que a proposta atual de censo não identificará a agricultura familiar de forma plena. Nem trará riqueza de detalhes no que diz respeito ao trabalho da mulher no campo.

“Os resultados dos censos sempre foram a maior fonte de consulta sobre a realidade rural, servindo de base de planejamento e execução de políticas econômicas, ambientais e sociais”, disse.

Captação de água
Já o pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) Fernando Gaiger Silveira acredita que o censo deveria jogar mais luz em pontos como a mão de obra e as formas de captação de água nos estabelecimentos rurais.

A essas questões Antônio Florido respondeu que o IBGE conta com variáveis que permitem classificar uma propriedade como familiar ou não. Dados sobre mão de obra poderão ser complementados com informações de pesquisas demográficas.

No que diz respeito à água, o questionário busca saber se há fonte, poço, lago ou rio na propriedade. Por fim, em relação aos orgânicos, apenas não se levantará se existe ou não certificação.
Execução do Censo
Em 1º de outubro de 2017, o IBGE vai iniciar as operações do seu 10º Censo Agropecuário. Ao longo de cinco meses, os recenseadores irão visitar mais de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o país, levantando informações sobre a área, a produção, as características do pessoal ocupado, o emprego de irrigação, o uso de agrotóxicos, entre outros temas. O importante papel da agricultura familiar na produção agropecuária do país será investigado mais uma vez. Os resultados do Censo Agro 2017 devem começar a ser divulgados pelo IBGE em meados de 2018.
O Censo Agropecuário 2017 vai subsidiar a implantação do cadastro de estabelecimentos agropecuários e do Sistema Nacional de Pesquisas Agropecuárias. Isso permitirá a criação da Pesquisa Nacional por Amostra de Estabelecimentos Agropecuários, que irá a campo, anualmente, captar dados pormenorizados sobre receitas e despesas na produção, crédito e seguro rural, proteção de mananciais, conservação da fauna e flora, uso de agrotóxicos, técnicas de produção, além da situação social e familiar dos trabalhadores do campo, entre outros temas.
Censo Agro 2017 terá dois processos seletivos com 26.010 vagas temporárias Em abril, começam as inscrições dos dois processos seletivos simplificados para os temporários que atuarão no Censo Agropecuário 2017. Serão abertas 26.010 vagas, das quais 171 serão para profissionais de nível superior em 18 diferentes áreas de conhecimento. As vagas restantes serão para nível médio. Ao todo, serão abertas vagas em pouco mais de 4 mil municípios do país. Veja na tabela a seguir a distribuição preliminar dessas vagas, por unidade da federação. Os números definitivos serão divulgados nos editais dos dois processos seletivos, cuja publicação está prevista para os dias 10/04 e 24/04/2017.


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