sexta-feira, 7 de abril de 2017

EDITORIAL




Educação Integral = Escola mais humana

O Brasil é um dos dez países que possuem mais alunos com baixo rendimento escolar em matemática, leitura e ciência, segundo relatório divulgado da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que avaliou a situação de 64 nações em 2016.
De acordo com o levantamento, 1,1 milhão de estudantes brasileiros com 15 anos não têm capacidades elementares para compreender o que leem, nem conhecimentos essenciais de matemática e ciências. Ao mesmo tempo, o relatório revela que o Brasil é um dos países que mais reduziu o número de alunos sem conhecimentos básicos de matemática.
Com esses dados, e procurando melhorar a qualidade do ensino brasileiro, o Ministério da Educação está aplicando novos projetos e programas a todos os níveis de ensino. O Ensino Médio, por exemplo, começou a passar por uma reformulação. Ao longo de dois anos o governo vai investir R$ 1,5 bilhão para converter escolas para tempo integral.
Pela programação do Ministério da Educação, a mudança começou a partir do primeiro semestre deste ano. Até o fim de 2018 a meta é ter 500 mil jovens em escolas de tempo integral. Mais do que o tempo maior, o objetivo é ajudar o estudante a se desenvolver mais plenamente.
A educação integral está na agenda nacional, e essa mudança inovadora na educação do brasileiro está sendo implantada em todo território nacional. O Estado do Amapá iniciou essa adesão com oito escolas, sendo seis em Macapá e duas em Santana, e já está planejando dobrar em 2018 esse número e implantar em mais dois municípios: Em Oiapoque e Laranjal do Jarí.
Aqui no Estado essa nova metodologia foi denominada ‘Escola do Novo Saber’, e atenderá inicialmente cerca de 1.300 alunos da primeira série do Ensino Médio.
Para que essa nova metodologia seja plenamente trabalhada a escola deve levar em conta a necessidade de ter mais tempo e mais espaços de aprendizagem. Mas o maior desafio é trabalhar justamente com esse tempo adicional. Na educação integral não basta aumentar o tempo do aluno na escola de quatro para sete horas por dia, algo que hoje acontece de forma corriqueira. Ter mais tempo exige ter mais planejamento pedagógico para aproveitar de forma mais transversal esse tempo.
É necessário que não seja confundido ‘educação em tempo integral’ com ‘educação integral’, pois a educação em tempo integral deve ser transformada numa educação integral e integrada. Ou seja, o padrão de escolas de educação em tempo integral que temos hoje, onde pela manhã ela é uma unidade tradicional e à tarde se transforma num espaço lúdico, com atividades artísticas desconectadas de um projeto, deve mudar.
Na educação integral a transversalidade dos conteúdos é trabalhada de forma mais conectada e o diálogo com a realidade do aluno deve ser uma constante nas escolas que adotarem o modelo.
Como trabalhar a disciplina de história sem levar em conta a história do aluno, da escola ou da própria comunidade?
Mesmo vivendo numa sociedade cada vez mais fragmentada é preciso transversalizar mais, rompendo com a prática de trabalhar com conteúdo isolado. Com as atividades de capoeira, por exemplo, é possível trabalhar os direitos humanos, a história, a cultura e a educação física.
Esse é um grande passo em prol de uma educação inovadora e atraente para os alunos que estão enfadados e meros espectadores, a ser atores em sala de aula, projetados no futuro de acordo com sua história e melhorando a vida de sua comunidade.
E não tem volta”, como enfatiza a titular da Educação do Amapá, Goreth Souza, que vem planejando e executando esse projeto inovador, suplantando as barreiras dos que querem a “mesmice” ou de não sair da zona de conforto.


          

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