Educação Integral = Escola mais humana
O Brasil é um dos dez países que possuem mais
alunos com baixo rendimento escolar em matemática, leitura e ciência, segundo
relatório divulgado da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento
Econômico (OCDE), que avaliou a situação de 64 nações em 2016.
De acordo com o levantamento, 1,1 milhão de
estudantes brasileiros com 15 anos não têm capacidades elementares para
compreender o que leem, nem conhecimentos essenciais de matemática e ciências.
Ao mesmo tempo, o relatório revela que o Brasil é um dos países que mais reduziu
o número de alunos sem conhecimentos básicos de matemática.
Com esses dados, e procurando melhorar a
qualidade do ensino brasileiro, o Ministério da Educação está aplicando novos
projetos e programas a todos os níveis de ensino. O Ensino Médio, por exemplo, começou
a passar por uma reformulação. Ao longo de dois anos o governo vai investir R$
1,5 bilhão para converter escolas para tempo integral.
Pela programação do Ministério da Educação, a
mudança começou a partir do primeiro semestre deste ano. Até o fim de 2018 a
meta é ter 500 mil jovens em escolas de tempo integral. Mais do que o tempo
maior, o objetivo é ajudar o estudante a se desenvolver mais plenamente.
A educação integral está na agenda nacional,
e essa mudança inovadora na educação do brasileiro está sendo implantada em
todo território nacional. O Estado do Amapá iniciou essa adesão com oito
escolas, sendo seis em Macapá e duas em Santana, e já está planejando dobrar em
2018 esse número e implantar em mais dois municípios: Em Oiapoque e Laranjal do
Jarí.
Aqui no Estado essa nova metodologia foi
denominada ‘Escola do Novo Saber’, e atenderá inicialmente cerca de 1.300
alunos da primeira série do Ensino Médio.
Para que essa nova metodologia seja
plenamente trabalhada a escola deve levar em conta a necessidade de ter mais
tempo e mais espaços de aprendizagem. Mas o maior desafio é trabalhar
justamente com esse tempo adicional. Na educação integral não basta aumentar o
tempo do aluno na escola de quatro para sete horas por dia, algo que hoje acontece
de forma corriqueira. Ter mais tempo exige ter mais planejamento pedagógico
para aproveitar de forma mais transversal esse tempo.
É necessário que não seja confundido ‘educação
em tempo integral’ com ‘educação integral’, pois a educação em tempo integral
deve ser transformada numa educação integral e integrada. Ou seja, o padrão de
escolas de educação em tempo integral que temos hoje, onde pela manhã ela é uma
unidade tradicional e à tarde se transforma num espaço lúdico, com atividades
artísticas desconectadas de um projeto, deve mudar.
Na educação integral a transversalidade dos
conteúdos é trabalhada de forma mais conectada e o diálogo com a realidade do
aluno deve ser uma constante nas escolas que adotarem o modelo.
Como trabalhar a disciplina de história sem
levar em conta a história do aluno, da escola ou da própria comunidade?
Mesmo vivendo numa sociedade cada vez mais
fragmentada é preciso transversalizar mais, rompendo com a prática de trabalhar
com conteúdo isolado. Com as atividades de capoeira, por exemplo, é possível
trabalhar os direitos humanos, a história, a cultura e a educação física.
Esse é um grande passo em prol de uma
educação inovadora e atraente para os alunos que estão enfadados e meros
espectadores, a ser atores em sala de aula, projetados no futuro de acordo com
sua história e melhorando a vida de sua comunidade.
“E não
tem volta”, como enfatiza a titular da Educação do Amapá, Goreth Souza, que
vem planejando e executando esse projeto inovador, suplantando as barreiras dos
que querem a “mesmice” ou de não sair da zona de conforto.
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