A
ENCÍCLICA “LAUDATO SI” , SUSTENTABILIDADE E
A SAÚDE DAS ESTRUTURAS
A encíclica papal “Laudato si”, de autoria do Pontífice jesuíta Francisco, se reporta
a outras encíclicas, como a “Populorum Progressio” de Paulo V , “Evangelii Gaudium”, “Caritas
in Veritate” e a exortações de outras autoridades da Igreja, como São
Francisco de Assis, São Bartolomeu , São Bento e Santa Teresa de Lisieu , para
falar ao mundo sobre o cuidado com o ambiente terrestre, a ecologia, a sanidade
e a sustentabilidade.
A encíclica apela para as posturas e
escolhas das instituições, corporações e organizações humanas para que
conjuntamente possam influenciar nas tomadas de decisões, visando a preservação
ecológica e no combate e denuncia às posturas tomadas por países contrários à
preservação do ambiente.
A
INFLUÊNCIA PERVERSA DA TECNOLOGIA E A TECNOCRACIA
As técnicas e lógicas de domínio do
conhecimento, sobretudo o econômico e político, em detrimento do prejuízo para
toda a humanidade, levam a degradação e destruição dos recursos naturais e
exploração das pessoas e populações mais vulneráveis. A visão puramente
mercantilista das relações “não garante o desenvolvimento humano integral nem a
inclusão social”. Isso também se aplica na saúde, quando às populações é negado
o direito aos serviços e equipamentos
essências da assistência à saúde. (104 e 109).
Postura clara, nesse sentido, foi
mostrada abertamente pelo recém-eleito Presidente dos Estados Unidos, Traamp,
que revogou todos os acordos feitos pelo seu antecessor em relação ao controle
de poluentes das fábricas e redução de uso de combustíveis causadores de
poluição, posição essa que vai impactar e ter influência global.
EXPLORAÇÃO
DO HOMEM TODO E EM TODAS AS DIMENSÕES
A
exploração do homem pelo homem com o subterfugio do ganho e crescimento
econômico a toda custa, vai desde posturas pessoais intransigentes até decisões
de países e corporações que se insurgem contra os valores e diretos humanos. A
doutrina exposta na encíclica se coloca contra as falsas promessas do poder
econômico e técnico científico (LS 101-114) e contra as pretensões do
individualismo e do consumismo (LS 50, 203-210).
A ECOLOGIA INTEGRAL E A SAÚDE DAS ESTRTURAS
POLÍTICO-INSTITUCIONAIS
A perspectiva de degradação das
estruturas politico-institucionais põe em jogo também uma ecologia das
instituições: « se tudo está relacionado, também o estado de saúde das
instituições de uma sociedade tem consequências no ambiente e na qualidade de
vida humana: “toda a lesão da solidariedade e da amizade cívica provoca danos
ambientais” » (142). No Brasil a operação “Lava Jato” é o maior exemplo de
tentativa de romper com a essa corrupção.
A PRESSÃO SOCIAL SOBRE QUEM DETEM O PODER
Uma das posturas contra essa onda, que
avança em todos os continentes, é apostar «em uma mudança nos estilos de vida»
(203-208), que também abre à possibilidade de “exercer uma pressão salutar
sobre quantos detêm o poder político, económico e social» (206). Além das manifestações corporativas e institucionais, espera-se que
os cristãos individual e coletivamente se coloquem contra essa cultura do descartável .
MUDANÇA
DE RUMO COM VISTAS À “ CONVERSÃO
ECOLÓGICA”
O
Papa Francisco convida a ouvi-los, exortando todos e cada um – indivíduos,
famílias, coletividades locais, nações e comunidade internacional – a uma
«conversão ecológica», segundo a expressão de São João Paulo II, isto é, a
«mudar de rumo», assumindo a beleza e a responsabilidade de um compromisso para
o «cuidado da casa comum», sem deixar de cuidar de si mesmo, de sua habitação,
vizinhança e de seu próprio corpo. JARBAS
ATAÍDE, 03.04.17. (Fonte: OPUS DEI,
periódico do Vaticano)
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