APOIO HEPÁTICO: METABOLISMO, DESINTOXICAÇÃO
E SAÚDE
O fígado é considerado o mais
importante órgão do metabolismo. Nele são processados os elementos vitais que
vão apoiar os demais órgãos digestivos, a imunidade, a desintoxicação de
produtos tóxicos, a produção de hormônios e de bile, essenciais para a saúde. “A vitalidade de um indivíduo são
determinadas pela saúde e vitalidade do fígado”.
Apesar
de produzir hormônios diversos não é considerada uma glândula. Embora seja uma
víscera do aparelho digestivo é um órgão complexo e surpreendente, que está incluído em
outros sistemas como o imunológico (retículo-endotelial), endócrino e hematopoiético.
Suas funções principais são: vascular, secretória e metabólica.
A
função vascular é responsável pela filtração sanguínea, por onde passa
cerca de 1 litro de sangue por minuto, removendo germes, toxinas e complexos
antígenos-anticorpos. A função secretória decorre da produção
da bile, responsável pela dissolução e absorção das substâncias gordurosas dos
alimentos. A função metabólica atua
nos carboidratos, gorduras e proteínas; armazena vitaminas e minerais; produz fatores fisiológicos; promove a excreção pela
bile de várias substâncias químicas.
Portanto,
o fígado é um órgão multifacetado que executa funções diversas e em numerosos
processos metabólicos. Por exemplo, o termo “fígado preguiçoso” reflete uma
deterioração mínima da função hepática. Para isso basta que o fluxo de bile esteja
diminuído, o que chamamos de colestase. A causa mais comum dessa alteração é a
obstrução dos ductos biliares por cálculos biliares (“pedras na vesícula). Provoca
alteração dos testes de função hepática, o que significa dano celular.
Além
dos cálculos várias condições e patologias podem provocar colestase: abuso de
álcool, endotoxinas (produzida por bactérias), hormônios esteroidais,
estrógenos, anticonceptivos, produtos químicos e drogas diversas, como
medicamentos (clorotiazida, corticóides, fenilbutazona, eritromicina,
sulfadiazina, paracetamol), hipertireoidismo e hepatites.
Mas
como nos livrarmos dessa ocorrência se estamos em constante contato com
substâncias e drogas hepatotóxicas e populentes? Como identificar os primeiros
sintomas de que estamos com “fígado preguiçoso” ou com princípio de
colestase? Não é tão fácil a
identificação, mas entre os primeiros sintomas temos: fadiga, mal-estar geral,
distúrbios digestivos (náuseas, pirose, dispesias, flatulência), alergias,
síndrome pré-menstrual e prisão de ventre (constipação intestinal), sintomas
esses que passam despercebidos e normalmente amenizados com automedicação.
O
apoio e proteção hepática consistem em melhorar a função do fígado e evitar os
danos ocasionados, pois a célula hepática se regenera e se renova. Durante a formação acadêmica muitas vezes ouvíamos
falar “que não existiam substâncias hepatoprotetoras; que não tinham
comprovação científica”.
Nunca
me conformei com essas afirmações e hoje sabemos que existem substâncias que
podem ajudar o fígado em seu metabolismo e reduzem os danos já instalados, como o fígado
gorduroso (esteatose), a cirrose hepática e lesões induzidas pelo álcool. Essas
substâncias são chamadas de lipotrópicos.
Entre eles temos os aminoácidos colina, metionina, carnitina, extratos
hepáticos, remédios botânicos (plantas medicinais e fitoterápicos), óleos
vegetais ricos em ácidos graxos poliinsaturados.
A
metionina é um aminoácido essencial que contem enxofre e dá origem à colina,
presente na gema do ovo, fígado e grãos das leguminosas (soja, lentilha,
feijões). Quando administrada na forma de S-adenosilmetionina (SAM) mostrou-se
benéfica em condições que ocasionam danos hepáticos. A metionina forma o peptídeo glutationa, que
defende o organismo contra diversas substâncias tóxicas. A carnitina, na forma
de L-carnitina, mostrou-se eficaz na hepatopatia gordurosa induzida por álcool,
pois alivia a deposição e infiltração de ácidos graxos no fígado.
Vários
produtos de origem vegetal e plantas medicinais são considerados eficazes nos
distúrbios hepáticos. A silimarina do cardo-mariano (S. marianum) é um poderoso antioxidante, evitando a depleção de
glutationa e inibindo radicais livres, atuando nas reações de desintoxicação. O
dente-de-leão( T. officinale) possui
efeito no aumento da produção de bile (colerético) e na sua liberação para a vesícula
(colagogo). A alcachofra (C. scolymus)
possui cinarina, que além de efeito regenerador no fígado possuí ação
colerética, tendo importante ação nas hepatopatias.
Além
desses produtos é fundamental manter uma dieta rica em fibras, vegetais e
grãos, uso de óleo de oliva extra-virgem, redução de açúcar refinado e gorduras
saturadas, evitando alimentos artificiais (enlatados, embutidos) ou com
possível contaminação por agrotóxicos. O consumo de álcool é totalmente
desaconselhado. Macapá-AP, 12.01.2012. JARBAS DE ATAÍDE
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