Comarca de Santana promove mais uma etapa do curso de formação em
Justiça Restaurativa
Da Editoria
A Vara da
A Justiça Restaurativa consiste em um direcionamento não punitivo, e que
tem como principal objetivo a reparação dos danos causados às partes
envolvidas. Ainda, quando possível, a reconstrução das relações rompidas.
A magistrada Larissa Noronha explicou que o curso, iniciado ao final de
2016 e com o 3º módulo agendado para maio próximo, tem como objetivo preparar
pessoal para a capacitação de voluntários na promoção de métodos restaurativos
e autocompositivos. “Nós já temos uma equipe capacitada, mas pretendemos formar
novas pessoas e pelo menos dobrar nossa capacidade de multiplicação, pois a
demanda vem crescendo bastante, com pedidos principalmente das áreas de
educação e segurança pública, além da própria Justiça”, explicou.
A partir de maio os capacitadores estarão aptos a multiplicar. “Em 2016
conseguimos alcançar mais de 900 pessoas, somente com a Escola Restaurativa –
projeto que ocorre paralelamente, com núcleos de mediação instalados nos
colégios. A nossa expectativa agora é multiplicar por dois esse alcance”,
complementou a magistrada.
“As pessoas que participaram do primeiro módulo, ano passado, relataram
repercussão deste esforço em seus respectivos ambientes de trabalho, em seus
círculos sociais e em suas casas, com suas famílias”, relatou a juíza.
Para a Titular da 3ª Vara do Juizado Virtual Central Cível da Comarca de
Macapá, juíza Nelba Siqueira, participante desde o primeiro módulo, o cerne das
práticas restaurativas é a exigência de uma nova postura de relacionamento com
o outro. “Agindo como magistrados, nós em geral impomos uma solução na qual as
partes muitas vezes não se vêem refletidas, mas com as práticas restaurativas
vemos que é possível resolver alguns conflitos antes de eles serem
judicializados, pois promovemos a escuta de si e do outro, uma comunicação mais
completa em que se percebe a própria dor e a do outro”, explicou.
“Neste curso conhecemos experiências muito vitoriosas no sentido de
promover e disseminar estas práticas, em escolas e mesmo no Iapen”, relatou.
“Com este novo caminho somos todos sujeitos construtores e praticantes deste
processo, que com certeza vai reverberar na família desse aluno ou apenado que
foi tocado e beneficiado por esta prática”, concluiu a magistrada Nelba
Siqueira.
Segundo a titular do Juizado de Infância Juventude – Atos
Infracionários, juíza Gelcinete da Rocha Lopes, a oportunidade de participar
desta formação significa testemunhar um momento histórico. “A prática
Restaurativa não veio como uma onda a ser surfada, mas todo um oceano, algo
amplo e que veio para ficar, devendo ser incluído e desenvolvido em todas as
esferas do Poder Público, possibilitando às próprias partes participar da
resolução de seus problemas”, defendeu.
Esperançosa de ver as práticas difundidas e bem aplicadas a toda
sociedade, a magistrada espera ver todas as instituições fortalecidas em uma
rede. “Além de aprimorar o diálogo entre as instituições que comprarem essa
ideia, esse método vai dinamizar a atuação de cada elemento dessa rede,
principalmente da justiça, pois vai prevenir o aprofundamento e judicialização
de conflitos”, concluiu.
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