FÉRIAS ESCOLARES
O PERIGO DAS PIPAS COM
CEROL
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Férias e pipas sem cerol é divertimento legal |
Reinaldo Coelho
Um dos brinquedos mais antigos que se
conhece são as pipas. Elas foram criadas no século 5 A.C. e desde então
divertem crianças em seu tempo livre. Não é para menos: ela é fácil e barata de
se fazer, e você não precisa de nada além de papel, meia dúzia de varetas,
linha e vento.
Sim, é bem simples, e exatamente aí
que está a sua graça: você está fazendo um negócio que voa e ainda tem o
controle dele lá no alto. A simplicidade também a torna uma brincadeira
saudável, afinal, você precisa correr, se mexer, ficar ao ar livre e às vezes
cortar os dedos tentando arrebentar a linha — basicamente tudo que crianças
superprotegidas não podem mais fazer.
As férias escolares trazem de volta essa
antiga brincadeira infantil: soltar papagaio ou empinar pipa são os nomes dados
ao ato de usar uma linha para conduzir pelos céus o brinquedo, que em sua
maioria é feito de varetas de madeira e folhas de seda. A diversão, porém, traz
com ela o perigo do uso do cerol, mistura de cola e vidro moído, que pode até
matar.
Para os motociclistas e ciclistas a
linha com cerol pode representar risco de vida. Por isso, não faça uso da
mistura de vidro moído com cola na linha e nenhuma hipótese. Até mesmo a linha
comum, sem cerol, pode causar acidentes se ficar atravessada em vias públicas,
na frente de motos ou bicicletas.
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Todos sabem da proibição do uso de cerol em linhas de pipas, |
Esta é a base da campanha que está
sendo realizada pela Guarda Municipal de Macapá, através da Operação Cerol 2017 – “Não empine essa ideia”. O combate consiste
na abordagem aos empinadores de papagaio em logradouros públicos, cujas linhas
estejam enceradas com material cortante. O Parque do Forte foi o lugar
escolhido no último domingo (11) para começar a ação, que visa evitar acidentes
graves.
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Comandante da Guarda Municipal de Macapá Coronel Ubiranildo Macedo |
Segundo o comandante da Guarda
Municipal, Cel. Ubiranildo Macedo, este ano já aumento a brincadeira com uso do
cerol na linha das pipas. “Em alguns pontos especiais da cidade, como as praças
e ao redor do Parque de Forte tem reunidos muitas pessoas para praticarem a
empinação de papagaios ou pipas e passamos então a intensificar o policiamento
ostensivo, com a missão de combater o uso do cerol nas linhas utilizadas para o
divertimento. “Vamos combater o uso, pois ele é perigoso, e, de acordo com base
nos dados dos anos anteriores estamos vendo a necessidade da retenção desse
material para que não tenhamos problemas com lesões e até óbito causados por
esse material e as principais vítimas são os motociclistas em geral”.
A Guarda Municipal já registrou
acidentes em 2017, quando um motociclista foi ferido por uma linha encerada. No
ano passado, foram recolhidos sessenta quilos de carretéis com cerol, o que é
proibido pela Lei Municipal (1455/05), a qual impede o uso de material cortante
por haver possibilidade de lesões graves a terceiros.
O comandante da guarda municipal
destacou que existe em Macapá uma legislação que proíbe esse tipo de material
nas linhas e é missão da polícia do município faze-la ser cumprida.
“
A operação atende a lei municipal nº
1445, criada em 2005, que proíbe o uso de cerol, mistura cortante feita com
vidro moído e cola que é passada na linha das pipas.
Além de oferecer riscos a pedestres e
motociclistas, as linhas enceradas também causam transtornos no trânsito da
cidade. A Guarda Municipal chegou a ser chamada no dia 4 de junho após crianças
quase provocarem um acidente ao cortarem pipas e correrem atrás delas na rua.
“Quando um papagaio é cortado por
outro, por conta da linha encerada, a molecada atravessa a rua atrás das pipas
sem a atenção devida, um risco eminente de atropelamento”, informou o
comandante da Guarda Municipal, coronel Ubiranildo Macedo.
Segundo o comando da Guarda Municipal,
não há uma punição para quem for flagrado com linha encerada. Nesses casos
apenas são realizadas apreensões do material, mas há estudos em busca de uma
pena para a prática. A pessoa que ocasiona o acidente pode se enquadrar no
crime de lesão corporal.
Há registro de pelo menos uma morte,
em anos anteriores, provocada pela linha com cerol – uma mistura cortante feita
com vidro moído e cola que é passada na linha das pipas para cortar (no ar) as
linhas de outras. “Essa operação quer evitar que uma simples brincadeira se
transforme em tragédia”, afirma o comandante.
A Operação Cerol está prevista para
encerrar no fim de agosto. Ao todo, 20 guardas participaram da ação de domingo.
Ao longo da semana, a fiscalização acontecerá com o apoio de viaturas pelas
ruas da capital. A corporação criou um canal de atendimento para denúncias, que
podem ser feitas pelo 98801-1153.
Onde empinar as pipas.
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A orientação é tomar cuidado com ruas
e lugares movimentados, principalmente quando andar de costas para observar as
evoluções das pipas no céu.
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Outra orientação é para que as pessoas
não soltem pipas em dias nublados e de chuva, principalmente se houver
relâmpagos.
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Evitem brincar perto de antenas, fios
telefônicos ou cabos elétricos e procurem locais abertos como praças e parques
para a prática da atividade.
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No entanto, as crianças devem ser
orientadas a dar preferência para os papagaios sem rabiolas, pois na maioria
dos casos é esta a parte que se prende aos fios, ocasionando acidentes.
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Não subam em lajes e telhados para
empinar pipas e jamais utilize linha metálica, como fio de cobre de bobinas, na
brincadeira. Também não façam pipas com papel laminado. O risco de choque
elétrico é grande.
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PREVENÇÃO - Os bombeiros aconselham
ainda que os condutores de motos equipem o veículo com antenas anti-linhas, já
que o adereço evita que eventuais linhas com cerol os atinjam diretamente,
causando cortes profundos e até fatais.
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