sábado, 17 de junho de 2017

SAÚDE EM FOCO

     PLANTAS ECLÉTICAS E ANTIOXIDANTES  NO COMBATE À DOENÇAS.


       Espécies reativas de oxigênio (ERO) são próprias do metabolismo dos seres aeróbico (que respiram e dependem de O2 para viver), decorrente de reação atômica na respiração celular, para fornecimento de energia. Nesse processo são produzidos radicais livres resultantes dessas reações, que geram consequências deletérias e danos nas membranas celulares.
Para combater esses restos ou “ferrugem” metabólicos, o organismo desenvolve naturalmente sistemas antioxidantes naturais e endógenos, ou seja, pelo próprio organismo e obtidos de fora (exógena), oriundos da dieta alimentar.  Os poluentes ou estresse emocional aumentam essa produção,  excedendo a capacidade antioxidante de defesa.
Hoje, sabemos que esse processo excessivo de produção de radicais livres está associado a vários processos de toxidade no corpo, tais como “danos na estrutura de proteínas, peroxidação lipídica das membranas, alteração do DNA e inativação de enzimas” (CARVALHO,J.C.T, 2004).
Vários anos com esse processo alterado, gerando essas espécies reativas e tóxicas para o corpo, provoca o envelhecimento precoce e  doenças, como câncer, cardiopatias, inflamações, alergias diversas e problemas reumatológicos.  Doenças degenerativas neurológicas como Alzheimer, Parkinson e Hodgkin, podem decorrer desse processo deletério das EROs.
As medicinas tradicionais, como a Medicina Tradicional Chinesa, a Medicina Indiana e a própria Medicina Popular Amazônica, fornecem espécies vegetais que exercem ação antioxidante, tais como Articum lapa (Bardana), Curcuma longa ( Curcuma), Mormodica charantia L (Melão-de-são- caetano),  Rosmarinus officinalis (Alecrim),Panax ginseng (Ginseng) , Ginkgo biloba (Ginkgo), Equinacea angustifolia (Equinácea) e Vitix vinífera (Uva).
Na Medicina Tradicional Amazônica também encontramos diversas espécies que possuem essa ação antioxidante, tais como Pothomorphe peltata (Malvarisco), Mangifera indica (Mangueira), Costus spiralis ( Canarana), Alpinia nutans ( Vindicá ou Colônia), Zingiber officinale (Gengibre), Uncaria tomentosa (Unha-de-gato) e  Tabebuia impetiginosa ( Pau-darco ou Ipê-Roxo).
A maioria dessas plantas são antioxidantes, cujos compostos fenólicos constituem o principal grupo e entre estes os flavonoides, encontrados em plantas, frutos e grãos comestíveis. Eles possuem propriedades medicinais e farmacológicas já estudadas, tais como anti-inflamatórios, antibacterianos, antivirais, antialérgicos e antitumorais, além das propriedades antioxidantes. 
Destaque dá-se ao Pau-d’arco ou Ipê-roxo (T. impetiginosa), encontrado nas matas amapaenses e amazônicas, do qual, em 1858, foi isolado o lapachol, cuja estrutura foi revelada em 1892, com potente ação antibacteriana, imuno-estimulante, anti-inflamatório, antialérgico, cicatrizante e antitumoral ou anticancerígeno.          
Entre as substancias encontradas no Ipê-roxo temos naftoquinonas (lapachol), antraquinonas, alcaloides, flavonoides, saponinas e glicosídeos (iridóides e isocumarínicos).
A planta é eclética, atuando com essas propriedades, em cujo final ressalta a propriedade regeneradora e fortalecedora do sistema  imunológico , atuando em apoio ao tratamento de várias doenças como infecções bacterianas ou virais, eczema, dermatite, psoríase, acne, erupção cutânea, infecções fúngicas, artroses, distúrbios intestinais e circulatórios, sífilis, malária, infecções cutâneas e doenças do estômago.( SAAD G.A et al., 2009) 

Usa-se a fervura da entrecasca desidratada e rasurada, na ordem de 3 colheres de sopa em 250 ml de água, tomando 2 xícaras por dia. Pode ser usado o pó da planta, em forma de capsula, na dose de 1,5 g a 3,5 g/dia.  Recomenda-se que os produtos sejam adquiridos em estabelecimentos com credibilidade e higiene ou nas farmácias de manipulação. Para potencializar seu efeito pode ser usado em associação com a unha-de-gato, que será descrito no próximo artigo.  JARBAS ATAÍDE, 12.05.2017.

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