PLANTAS
ECLÉTICAS E ANTIOXIDANTES NO COMBATE À
DOENÇAS.
Espécies reativas de oxigênio (ERO) são
próprias do metabolismo dos seres aeróbico (que respiram e dependem de O2
para viver), decorrente de reação atômica na respiração celular, para
fornecimento de energia. Nesse processo são produzidos radicais livres resultantes dessas reações, que geram consequências
deletérias e danos nas membranas celulares.
Para
combater esses restos ou “ferrugem” metabólicos, o organismo desenvolve
naturalmente sistemas antioxidantes naturais e endógenos, ou seja, pelo próprio
organismo e obtidos de fora (exógena), oriundos da dieta alimentar. Os poluentes ou estresse emocional aumentam
essa produção, excedendo a capacidade
antioxidante de defesa.
Hoje,
sabemos que esse processo excessivo de produção de radicais livres está
associado a vários processos de toxidade no corpo, tais como “danos na
estrutura de proteínas, peroxidação lipídica das membranas, alteração do DNA e
inativação de enzimas” (CARVALHO,J.C.T, 2004).
Vários
anos com esse processo alterado, gerando essas espécies reativas e tóxicas para
o corpo, provoca o envelhecimento precoce e doenças, como câncer, cardiopatias, inflamações,
alergias diversas e problemas reumatológicos.
Doenças degenerativas neurológicas como Alzheimer, Parkinson e Hodgkin,
podem decorrer desse processo deletério das EROs.
As
medicinas tradicionais, como a Medicina Tradicional Chinesa, a Medicina Indiana
e a própria Medicina Popular Amazônica, fornecem espécies vegetais que exercem
ação antioxidante, tais como Articum lapa
(Bardana), Curcuma longa ( Curcuma),
Mormodica charantia L (Melão-de-são- caetano),
Rosmarinus officinalis
(Alecrim),Panax ginseng (Ginseng) ,
Ginkgo biloba (Ginkgo), Equinacea
angustifolia (Equinácea) e Vitix
vinífera (Uva).
Na
Medicina Tradicional Amazônica também encontramos diversas espécies que possuem
essa ação antioxidante, tais como Pothomorphe
peltata (Malvarisco), Mangifera indica
(Mangueira), Costus spiralis (
Canarana), Alpinia nutans ( Vindicá ou Colônia), Zingiber officinale (Gengibre), Uncaria
tomentosa (Unha-de-gato) e Tabebuia impetiginosa ( Pau-darco ou
Ipê-Roxo).
A
maioria dessas plantas são antioxidantes, cujos compostos fenólicos constituem
o principal grupo e entre estes os
flavonoides, encontrados em plantas, frutos e grãos comestíveis. Eles possuem
propriedades medicinais e farmacológicas já estudadas, tais como anti-inflamatórios, antibacterianos,
antivirais, antialérgicos e antitumorais, além das propriedades antioxidantes.
Destaque
dá-se ao Pau-d’arco ou Ipê-roxo (T.
impetiginosa), encontrado nas matas amapaenses e amazônicas, do qual, em
1858, foi isolado o lapachol, cuja
estrutura foi revelada em 1892, com potente ação antibacteriana,
imuno-estimulante, anti-inflamatório, antialérgico, cicatrizante e antitumoral
ou anticancerígeno.
Entre
as substancias encontradas no Ipê-roxo temos naftoquinonas (lapachol),
antraquinonas, alcaloides, flavonoides, saponinas e glicosídeos (iridóides e
isocumarínicos).
A
planta é eclética, atuando com essas propriedades, em cujo final ressalta a
propriedade regeneradora e fortalecedora do sistema imunológico , atuando em apoio ao tratamento
de várias doenças como infecções bacterianas ou virais, eczema, dermatite,
psoríase, acne, erupção cutânea, infecções fúngicas, artroses, distúrbios
intestinais e circulatórios, sífilis, malária, infecções cutâneas e doenças do
estômago.( SAAD G.A et al., 2009)
Usa-se
a fervura da entrecasca desidratada e rasurada, na ordem de 3 colheres de sopa
em 250 ml de água, tomando 2 xícaras por dia. Pode ser usado o pó da planta, em
forma de capsula, na dose de 1,5 g a 3,5 g/dia.
Recomenda-se que os produtos sejam adquiridos em estabelecimentos com
credibilidade e higiene ou nas farmácias de manipulação. Para potencializar seu
efeito pode ser usado em associação com a unha-de-gato,
que será descrito no próximo artigo. JARBAS ATAÍDE, 12.05.2017.
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