quinta-feira, 15 de junho de 2017

Skate Olímpico



 
Castanhal-PA, 2002, O AMAPAENSE Kookimoto Mira aos 19 anos, front rockslide.
Skate Olímpico é realidade para as Olimpíadas de 2020

Reinaldo Coelho

Duas das novidades do programa olímpico dos Jogos de Tóquio 2020, o surfe e o skate transformaram-se nas últimas décadas em esportes de alto rendimento cada vez mais profissionais. Atletas vivem dos patrocínios, vídeos produzidos e ganhos das modalidades deixando para trás a áurea de amadorismo.   
Na Olimpíada de Tóquio pode vir do skate uma boa fatia de medalhas brasileiras. Modalidade que estreará em 2020 o esporte conta com diversos talentos nacionais capazes de alcançar o lugar mais alto do pódio. Aliás, já costuma ser esse o desfecho nos eventos mundiais que o Brasil participa.
Mas infelizmente o entusiasmo pela notícia alvissareira para os praticantes de Skate, vem sendo nublado pela briga de cartolas que querem impor a vinculação do esporte através da Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP) a entidade representativa da modalidade na Olimpíada. O que gera insatisfação por parte da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), que deseja participar do processo olímpico e que conta com o apoio dos nomes tradicionais do skate do Brasil. 
O skate terá duas modalidades na Olimpíada de 2020: Park e Street, com os gêneros feminino e masculino. Cada categoria dará três vagas ao Brasil, totalizando 12. Tidos como três dos principais jovens adeptos do esporte no país e por consequência sérios candidatos a futuros atletas olímpicos, Gabriel Fortunato, Pâmela Rosa e Yuri Facchini disseram estar contentes com a novidade. Para eles a entrada do skate na Olimpíada pode trazer "mais respeito" à modalidade.
– Assim como outros esportes, como o futebol, melhoram a vida de alguns garotos, o skate também pode fazer isso. O esporte será mais respeitado, e isso é muito bom. Mas o importante é sempre se divertir – disse Gabriel Fortunato, de 18 anos, de olho no efeito social que a entrada do skate nos Jogos Olímpicos pode ter.
Karen Jonz, campeã do mundo, na demonstração dos Jogos Olímpicos da Juventude

– O skate vem crescendo muito, temos que evoluir junto com ele, e estar nas Olimpíadas é mais um sinal disso. Mas não podemos perder a essência: andar na rua, com os amigos - completou Yuri Facchini, de 20 anos.

O Skate no Amapá

Com essas notícias o skate amapaense está eufórico, e uma preocupação é com o local onde treinar. Incentivo para participação nas competições regionais e nacionais, garantindo aos atletas amapaenses vagas na seleção brasileira e possam representar o Estado nas Olimpíadas, como já tivemos a honrar de acessar o pódio na natação e no Tae-kwon-do.
As pífias pistas existentes na capital amapaense e em Santana estão necessitando de manutenção e modernização. Um salto nessa direção é o interesse de conversar com os envolvidos para idealizar modernização das práticas desse esporte OLÍMPICO dentro da nossa capital, manifestado pelo titular da coordenadoria Municipal de esporte e Lazer (COMEL), Léo Sávio, já manifestou nas redes sociais.

A reportagem do Tribuna Amapaense, conversou com Kookimoto Mira, publicitário, 22 anos de skate, que apresentou a realidade do Skate no Amapá

“Falando na realidade Estadual, ainda não temos atletas de ponta para brigar por uma vaga nas olimpíadas, mesmo porquê estamos fora do circuito de campeonatos, e mesmo se estivéssemos, temos uma infraestrutura muito fraca, que não comporta a quantidade de skatistas do Estado, para se ter uma preparação nivelada com os demais, com isso produzir atletas profissionais.
Temos skatistas com extrema qualidade técnica, mas que ao longo do tempo se perde por não ter um horizonte para se profissionalizar”.

Ele explica que a categoria Street é a mais praticada no Estado, que que o Amapá tem skatistas campeões fora do estado. “Temos em Belém, São Paulo, Fortaleza, Porto Alegre. Estamos na quinta geração de skatistas, e a   tendência é que cada vez mais, se apure a técnica elevando o nível, e se compatibilizando com o atletas do resto do país. Tivemos um único Half Pipe, na praça do poeirão, mas que foi destruída para se fazer um puxadinho de um bar”.


Para o máster Kookimoto a essência do skate é a rua, o Street skate. Com a evolução do esporte, vieram os locais específicos para treino, as chamadas Skate Parks, para a modalidade vertical a pista de chama Half Pipe. “No Estado temos cerca de 8 pistas, 3 em Macapá, 1 na fazendinha, 2 em Santana, 1 Laranjal do Jari, 1 Mazagão, dentre outras que serão construídas. Apesar de ser um número razoável, a execução técnica deixa a desejar, são pistas completamente tortas e fora do padrão, penso que é o costume de se construir apenas caixas de areia para jogar futebol nas praças”.

Quanto a realização de campeonatos, dependem dos próprios praticantes, no caso nos últimos anos, quem está a frente é a entidade ASKAP (Associação de Skatistas do Amapá). “Fazem 2 ou 3 eventos por ano. Mas já tivemos nossa época de ouro, de 5 a 8 por ano.


O esporte veio de uma contra cultura, nasceu dos anos 50 para 60 na Califórnia, de lá pra cá, teve uma evolução gigantesca, mas na realidade do Amapá, ainda se tem a visão provinciana por parte do poder público e empresarial. Lê-se também repressão policial já institucionalizada por parte da guarda municipal, onde os skatistas estão tendo exaustivos episódios de violência e desavenças. “Até a polícia militar está mais aberta a compreender o esporte do que a guarda municipal. Em especial na praça Floriano Peixoto em que 2 ou 3 moradores agem com extrema violência contra crianças que praticam o skate”.

O skate está ainda nos primeiros passos pelos municípios de laranjal do Jari e Oiapoque, mas tem alguns skatistas que vieram de lá, e fizeram seu nome no Brasil. “Temos a pista do Jari, em que foi realizado apenas 1 evento, mas já está previsto algo para o segundo semestre do ano, é uma pista boa para a prática do esporte, e com certeza vai ser de suma importância para a prático skate no sul do Estado. Temos uma pista prevista par o município do Amapá, mas não temos contatos para saber o andar da carruagem”.

Kookimoto realça que o ideal seria uma pista skatável para cada município, mas as barreiras politicas estão impossibilitando a construção. “Pois, até com a captação de recursos feita, a execução de algumas delas se tornou impossível. Em Macapá, tenho conhecimento da possível construção de 5 pistas em praças que passarão por profundas reformas. Creio que não dói sonhar que um dia serão construídas”, finaliza.


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