Perigo das queimaduras ronda as festas juninas
Reinaldo Coelho
Infelizmente nas festas juninas, que acontecem
a partir deste mês e se prolongam até o fim de julho, não resultam apenas em
brincadeiras e diversão. De acordo com a Sociedade Brasileira de Queimaduras,
nesta época do ano, o número de pessoas com queimaduras nas emergências dos
hospitais chega a dobrar, sendo as crianças 80% das vítimas.
Neste total estão reunidos acidentes causados por fatores térmicos
envolvendo fontes de calor como fogo, água, vapor e exposição ao sol; fatores
químicos relacionados a substâncias como ácidos e solventes, e também por
acidentes envolvendo descargas elétricas ou radioatividade.
Em Macapá o Centro de Tratamentos de Queimados do
Hospital de Emergência (CTQ/HE) reforça o alerta aproveitando o gancho do Dia
Nacional de Luta Contra Queimaduras, 6 de junho.
De acordo com o médico cirurgião plástico do HE, Augusto Pupio, 308
pacientes deram entrada na unidade hospitalar vítimas de queimaduras em 2016,
sendo 119 de janeiro a maio. Em 2017, de janeiro a maio, houve o registro de
130 vítimas.
"São casos que, em comparação com o mesmo período do ano
passado, aumentaram. O ano apenas começou, bem como o período de festas
juninas. Orientamos aos pais que mantenham as crianças longe de fogos e outros
líquidos superaquecidos. Nos casos de queimaduras, a primeira coisa que deve
ser feita é manter a calma e lavar a queimadura com água corrente e logo
procurar atendimento médico", orienta Pupio.
Conforme Pupio, os cuidados e tratamento são adequados às
características da ferida, contudo, muitas pessoas se automedicam passando
produtos que não são apropriados. "Hoje, por maior avanço que exista nos
medicamentos, não há um produto que seja ideal para qualquer tipo de
queimadura, por isso é sempre bom procurar o hospital", ressalta.
CTQ
O Centro de Tratamentos de Queimados conta com uma equipe composta por
dois cirurgiões plásticos, dois enfermeiros, 15 técnicos de enfermagem, um
fisioterapeuta e um terapeuta ocupacional.
Os atendimentos são oferecidos a pacientes vítimas de queimaduras,
escalpelamentos, traumas de face, membros superiores, inferiores, além de serem
realizados no hospital diversas reconstruções cirúrgicas.
Fabricar,
vender ou soltar balões que possam provocar incêndio é crime.
A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros
Militar do Amapá alertam para que as pessoas tenham muito cuidado com as
fogueiras e nunca realimentem o fogo com álcool, pois a garrafa pode explodir.
Outra recomendação é para que
a população faça fogueiras em locais adequados, longe de materiais inflamáveis,
como a palha das barracas. Vale lembrar que todo cuidado é pouco nesta época do
ano, quando a baixa umidade relativa do ar e a temperatura quente secam a
vegetação, aumentando o risco de incêndios nas matas e florestas.
Desde 1998, de acordo com a
Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605), é considerado crime fabricar, vender,
transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e
demais formas de vegetação ou em áreas urbanas.
A pena prevista é de detenção
de um a três anos ou multa, podendo o infrator também receber as duas punições
juntas. Muitos balões trazem em sua base cangalhas de fogos de artifício, que
podem estourar perto de pessoas ou casas.
Quando o balão sobe, entra em
correntes de ar e é levado para locais imprevisíveis, impossíveis de monitorar,
podendo atingir residências, florestas, indústrias ou veículos. Há ainda o
perigo de colidirem com aeronaves, já que não são detectados por radares, e
também de danificarem a rede elétrica.
Serviço
Acidentes
mais frequentes nas festas juninas
Queimaduras.
Amputação dos dedos e até de mãos ou braços causados pelo manuseio incorreto de
fogos de artifício.
Cegueira resultante da explosão de bombinhas perto dos olhos.
Perda
auditiva provocada por ruído.
Como
socorrer pessoa com queimaduras
– Lave o local apenas com água
potável ou soro fisiológico: não aplique creme dental, sabão, borra de café,
manteiga, etc., que podem provocar infecções. – Não fure as bolhas que se
formarem.
– Leve a vítima imediatamente
a um hospital ou, em caso de queimaduras graves (na face, profundas ou muito
grandes), chame o Corpo de Bombeiros.
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