Presidente do TJAP faz vistoria em Ala Feminina do IAPEN para atender
recomendação do CNJ
O presidente do Tribunal de Justiça do Amapá, desembargador Carlos Tork,
acompanhado do juiz auxiliar da Presidência, João Matos, e do juiz substituto,
responsável pela Vara de Execuções Penais da Comarca de Macapá, Moisés Ferreira
Diniz, esteve na Ala Feminina do Instituto de Administração Penitenciária
(IAPEN) para avaliar aplicação de recomendações do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) quanto à humanização da assistência e acompanhamento a presidiárias
gestantes ou mães. A visita ocorreu na manhã desta terça-feira (06).
De acordo com o presidente Carlos Tork, a visita objetiva
avaliar in loco a aplicação das recomendações e o avanço de obras e
reformas, além da atual situação da única detenta a usufruir atualmente do
espaço destinado a presidiárias lactantes ou que contam com a companhia de
filhos. O ato deu sequência à reunião realizada com a presidente do CNJ e
STF, ministra Carmen Lúcia, ocasião em que ela demonstrou profunda preocupação
principalmente com os “brasileirinhos” filhos de detentas, que não têm culpa de
nada.
“Ela nos conclamou a realizar diligências em cada presídio feminino para
ver o que ocorre e perceber se as recomendações atuais estão sendo cumpridas,
ou em vias de cumprir, além de checar se elas realmente precisam estar presas
naquele momento”, explicou o desembargador-presidente.
Ainda segundo o desembargador Carlos Tork, das três internas que estavam
neste espaço, somente uma mulher segue presa, aguardando decisão excepcional
ainda no âmbito do indulto do Dia das Mães. “Um relatório sobre esta visita
será entregue à ministra Carmen Lúcia na próxima sexta-feira, dia 09, por
ocasião de nova reunião dela com presidentes de Tribunais de Justiça. Mas, na
ocasião seremos representados pelo vice-presidente, o desembargador Gilberto
Pinheiro”, complementou.
Embora não seja a situação ideal, o desembargador Carlos Tork reconhece
o esforço da administração do IAPEN no aprimoramento das condições para as
crianças. “É uma situação razoável dentro do que é possível executar no
momento”, concluiu
Segundo o diretor do IAPEN, Lucivaldo Costa, as obras em andamento
incluem diversas reformas para adaptação (conversão de salas em brinquedoteca,
berçário e unidade de aleitamento), ampliação e aprimoramentos de segurança -
construção de novos muros e substituição de portas e grades, e salubridade -
construção de laje para forrar o teto, amenizando o calor e reduzindo a poeira
da estrutura.
A única mulher usufruindo do espaço atualmente é a detenta Ediene Costa
dos Santos, que possui um filho de apenas quatro meses vivendo nas dependências
da Ala Feminina do IAPEN. Interna desde março de 2017, por não cumprir com a
medida alternativa do regime aberto – de acordo com a sentença ela teria por
obrigação comparecer à Vara de Execuções Penais e assinar uma folha de
frequência –, ela foi detida apenas dois meses após ter o filho.
De acordo com o juiz Moisés Ferreira Diniz, a vistoria é resultado de um
pedido de informação do CNJ quanto à quantidade, condições e medidas planejadas
para humanização de alas femininas. “Não podemos penalizar as crianças e
precisamos acompanhar e cobrar que o estado mantenha a detenção dentro das
condições materiais básicas para o cumprimento da pena, com a atenção
necessária às crianças”, explicou.
O magistrado acrescenta ainda que o Tribunal faz uma triagem para
procurar casos de excesso de prazo e verificar o cumprimento de pena dentro do
que determinam a Constituição Federal e demais leis sobre o tema
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