PROCURA-SE O PREFEITO!
Macapaenses sofrem com o descaso municipal
Avenida Maranhão no Bairro Pacoval, a pista virou canal. Moradores protestam |
Reinaldo
Coelho
Nas suas várias definições
"prefeito" pode significar o administrador de uma prefeitura
universitária, o superior de um convento, o padre-xerife dos alunos de um
colégio jesuíta e até o chefe do Executivo de um município.
É neste último significado que o produto se
encontra em falta. E não apenas em Macapá, mas no Brasil. Qual a melhor
administração pública municipal em operação no Brasil de hoje? Não existe!
Avenida Ceará no Bairro Pacoval |
Em Macapá, após 29 anos da nova carta
política, pouca coisa, ou quase nada, se avançou, ainda estamos procurando um
PREFEITO que respeite as peculiaridades dos nossos bairros. Após 4 anos de
total abandono por parte do poder público municipal macapaense, e seis meses
após a posse do reeleito prefeito Clécio Luís (REDE), os moradores dos bairros
periféricos de Macapá começam a sentir que suas esperanças depositadas no
humilde professor que virou prefeito estão esmaecendo.
AV Maranhão |
Se Macapá pagou para ver está recebendo a
resposta, e não é diferente, pois ao reconduzir Clécio a gestão do município
era que achavam que não havia mais como piorar a situação nos bairros, estão
tendo uma infeliz surpresa. Com isto estão todos aprendendo às duras penas, que
não basta ter apenas vontade, tem que ter competência.
Avenida Ceará |
Macapá é lama ou poeira, mato ou lixeira,
assim mesmo sem opção, os moradores de Infraero I e II, Marabaixo I a IV,
Pacoval e Perpétuo Socorro e por ai vai, estão como que porcos na pocilga,
vivendo das migalhas dos impostos que recolhem aos cofres públicos e muitos já
pagaram o IPTU deste ano.
“Queremos apenas respeito com a nossa dignidade.
Não somos ratos de laboratório onde alguns apadrinhados, sempre cheios de
"boa intenção", fazem seus experimentos”, desabafa um professor
morador do Marabaixo IV.
E porque esse grito do mestre? É só ir até a Jardim América, na zona oeste de Macapá, onde os
moradores passam por um drama todos os dias durante a estação chuvosa. Elas
caminham mais de 2 quilômetros na lama para pegar o ônibus escolar, pois é lama
e mato.
“Acabei de pagar mais uma
parcela do IPTU, para que? Olha como está essa rua, somente com chuva de duas
noites e quando vier o sol, será o poeirão, virose, foram quatros acreditando
no Clécio Luís e já se vão mais seis meses e nada. E termina o mandato e nada
de asfaltamento. Todo tempo quando eles administram é a falta de dinheiro, nas
campanhas eleitorais vão fazer e acontecer. Então mentiram, pois sabiam que não
podiam fazer”, desabafa a dona de casa, aposentada, Maria Inês, moradora do
Pacoval.
Seu Sinvaldo Costa, 76 anos,
revoltado, diz que são vistos apenas como curral eleitoral, “somos tratados como que frangos no
galinheiro, onde de dois em dois anos um político posa sempre sorridente e
iluminado pelos holofotes, pedindo votos e prometendo o paraíso e o povo
sonhador acredita e o resultado sempre é esse, esquecimento”.
Um morador do bairro Cidade
Nova II não está satisfeito com a administração do prefeito Clécio e indignado
com falta de manutenção de ruas no bairro Cidade Nova, o cidadão resolveu
“procurar” novo prefeito para a cidade.
“Temos de encontrar alguém que trabalhe por nós, não temos prefeito, não
temos vereador, ninguém vem aqui dar uma solução para as ruas do Cidade Nova,
quem manda aqui são os criminosos, traficantes”.
Choveu, melou...
Na última semana foram duas
noites de chuvas intensas e as ruas e avenidas de bairros de Macapá desapareceram.
Isso é fácil de perceber pelas imagens dessa reportagem. Na Avenida Ceara e
Maranhão as ruas dão impressão de ser um canal, pois estão alagadas e suas
margens tem matagal, por onde trafegar e chegar a escola? (Leia a matéria na
página ao lado)
Caos urbano atinge os macapaenses
Cidade suja, ruas alagadas e
enlameadas, obras paralisadas e UBS na maior parte do tempo sem médico e
remédios, falta de ônibus, sem paradas para o usuário, representam o caos
instalado na administração da sustentabilidade macapaense.
A maioria dos moradores
periféricos afirmam que o prefeito Clécio Luís só se preocupa com limpeza de
canais do centro de Macapá e fazendo obras de fachadas e deixa os bairros mais
afastados entregues à própria sorte.
Moradores de todos os
bairros de Macapá estão reclamando da superlotação dos ônibus e da falta de
abrigos para passageiros, principalmente agora, com a chegada do verão. Nos
bairros Zerão e Universidade (Zona Sul) e ao longo da Rodovia Tancredo Neves
(Zona Norte) os ônibus passam lotados e os usuários reclamam do longo período
entre um coletivo e outro.
Cobertura quebrada e estrutura retorcida essa é a situação de ponto de parada na Zona Norte |
Esse longo período de espera
dos coletivos em um lugar protegido, ainda amenizava a situação, porém nem isso
os usuários têm. São péssimas as condições dos pontos de paradas de ônibus em
Macapá. São abrigos totalmente deteriorados e sem condições de proteger as
pessoas que esperam pelo transporte público. A condição climática nessa época,
que é de chuvas intensas e o verão que se aproxima, também não ajuda quem
precisa chegar ao trabalho, ir à escola ou resolver situações do cotidiano.
Segundo os moradores dos
bairros Universidade e Zerão, entretanto, o problema se arrasta há muito tempo
sem que medidas sejam adotadas para resolver o cada vez mais caótico trânsito
da Capital.
Sem gestor municipal
Procuramos um Prefeito,
procuramos o administrador do nosso município, de onde emanam as políticas
primárias e necessárias para que o macapaense viva com o mínimo de dignidade.
Em Macapá isso acontece nos bairros VIPs, infelizmente o prefeito Clécio
priorizou o atendimento e melhorias ao centro da capital e deixou de cumprir a
essência de seu mandato e partido, opção pelos menos favorecidos, ele não suja
os sapatos nas ruas alagadas e enlameadas, pois agora o carro oficial é de luxo
e o povo…?
Moradores reclamam de ruas abandonadas pela prefeitura
Más condições
em ruas do Pacoval incomodam moradores
(Fotos: André Gemaque)
Por Lude
Pacheco
Ruas sem asfaltamento, ausência de serviços
de limpeza e capina, poeira que se transforma em barro após as chuvas. Esses
são alguns dos problemas que incomodam moradores das Avenidas Ceará e Maranhão,
no bairro do Pacoval, zona norte de Macapá. Os espaços estão abandonados pelo
Poder Público municipal há tempos, segundo relatos de pessoas que residem no
local. O descaso da prefeitura é um problema antigo que ainda preocupa os
moradores.
Após denúncias a reportagem conversou esta
semana com pessoas que moram no bairro. Todas relataram da mesma forma a
situação de precariedade a qual se encontram as vias situadas na região.
O autônomo Sebastião Gomes mora na Avenida
Maranhão há mais de 10 anos. Em tom de desabafo ele diz que a situação está
insustentável.
"Parece até que somos animais e não
merecemos nenhuma atenção da prefeitura. Desse jeito fica difícil até para sair
de casa", relata.
Solange Justos, moradora da Avenida Ceará,
revelou que muitas pessoas já reclamaram da situação na prefeitura, que já está
ciente das más condições das ruas. Segundo ela, não há nem rede pluvial no
local, o que causa transtornos em épocas de chuva.
"Quando chove a nossa situação piora
ainda mais, com a falta de tubulações adequadas e sem ter pra onde escoar a
água fica empossada. Já fomos na prefeitura pedir o afastamento da nossa rua,
fizemos várias solicitações, mas nada foi feito", diz a moradora.
Após inúmeras reclamações feitas ao governo
municipal, moradores apelaram para as redes sociais. Um morador divulgou fotos
e vídeos da Avenida Maranhão após as últimas chuvas que caíram na capital
Amapaense. A via, coberta por lama e buracos, é motivo de indignação por parte
da população. Além de dificultar o tráfego muitas crianças brincam nas ruas o
que preocupa ainda mais quem vive no local.
A poeira, falta de limpeza e capina são
outros motivos que moradores encontraram para criticar a atual gestão do
Executivo municipal. Com mato alto, a propagação de insetos aumenta e a sujeira
pode causar danos à saúde pública.
A reportagem procurou a Secretária Municipal
de Obras (SEMOB), mas a assessoria de comunicação do órgão da prefeitura não se
manifestou.
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