Internet e a ineficiência das provedoras
Além das interrupções a qualidade dos serviços são negativas
Reinaldo Coelho
O problema da internet no Brasil é a
falta de concorrência, o mercado é controlado por quatro grandes empresas, as
operadoras TIM, Oi, Vivo e Claro, que precisariam serem supostamente reguladas
pela ANATEL, e é quem deve "proteger os consumidores”.
A entrada de novos concorrentes é
restrita: as empresas já estabelecidas, que formam um cartel protegido pelo
governo, fazem o que querem, pois como o mercado é fechado pelo governo, não há
o risco de perderem clientes.
Se empresas atuam em um mercado que é
protegido contra a entrada de concorrentes, então elas
não estão sujeitas às verdadeiras demandas de mercado, e podem se dar ao luxo
de ofertar serviços ruins aos consumidores sem serem punidas por eles.
Em teoria, agências reguladoras existem
para proteger o consumidor. Na prática, elas protegem as empresas dos
consumidores. De um lado, as agências reguladoras estipulam preços e
especificam os serviços que as empresas reguladas devem ofertar. De outro, elas
protegem as empresas reguladas ao restringir a entrada de novas empresas neste
mercado.
No final, agências reguladoras nada
mais são do que um aparato burocrático que tem a missão de cartelizar as
empresas que operam nos setores regulados, determinando quem pode e quem não
pode entrar no mercado, e especificando quais serviços as empresas podem ou não
ofertar, impedindo desta maneira que haja qualquer "perigo" de livre
concorrência.
Em um arranjo de livre mercado,
qualquer empresa que quisesse entrar nesse mercado para concorrer com as
grandes seria livre para isso. Em um livre mercado genuíno, essa empresa
simplesmente chegaria, faria sua propaganda e, por meio do sistema de preços,
ofertaria seus serviços. Quem quisesse utilizá-la estaria livre para
fazê-lo. Quem não quisesse, continuaria
com os serviços das empresas favoritas do governo.
Como seria se a ANATEL fosse abolida e
todas as empresas de telecomunicação, internet e TV a cabo do mundo pudessem
vir livremente pra cá? Grandes empresas que reconhecidamente prestam serviços
de qualidade nos mercados internacionais — como a AT&T, Vodafone, Verizon,
T-Mobile, Orange — estariam livres para chegar aqui amanhã.
Ou então haveria liberdade para surgir
empresas locais, em nível municipal, as quais poderiam ofertar seus planos de
internet sem qualquer submissão a um órgão regulador estatal.
Mas isso não pode ocorrer atualmente. A
ANATEL não deixa. Só podem entrar no
mercado as empresas que ela aprova.
A Romênia possui um dos mais rápidos
serviços de internet em todo o mundo.
Nove cidades da Romênia figuram na lista das 15 cidades com a mais
rápida velocidade de internet em todo o mundo. Mais ainda: o custo médio mensal
de um Mbps é de apenas US$ 0,71 (aproximadamente R$ 2,55), sendo que há
provedores que oferecem 1 Gbps por uma assinatura mensal de US$ 18
(aproximadamente R$ 65). Duas cidades da Romênia superam Kansas City, que é a
cidade com a internet mais rápida dos EUA.
No caso da Romênia, não há nenhum
mistério e nenhuma explicação de cunho tecnológico para a qualidade e os preços
baixos da internet: é tudo uma questão de economia básica. Não há barreiras à
entrada de novos concorrentes e qualquer um é livre para entrar no mercado de
internet e fornecer seus serviços.
Exatamente o oposto do que ocorre no Brasil.
Aqui, se você quiser criar uma empresa
de telefonia, de TV a cabo ou de internet, ou se uma estrangeira quiser vir pra
cá, é praticamente impossível. Todo o
aparato regulatório do estado cria ostensivamente barreiras burocráticas que
aumentam proibitivamente o custo final, impedindo a concorrência e o livre
mercado nesse vital setor da economia.
(Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2384)
No Amapá existe mais de 100 mil usuários de internet móvel e fixa. Em 2014 o
Estado passou a contar com o serviço de banda larga via fibra operada pela OI que possui uma rede de 420 quilômetros de extensão que interliga o
Amapá à Guiana Francesa. A princípio, sete municípios teriam acesso ao serviço,
mas hoje só Macapá é beneficiada com a banda larga e ainda de péssima
qualidade.
No mesmo ano, no segundo semestre
passou a contar com a fibra trazida pelo Linhão de Tucuruí administrada pela TIM e utilizada por todos os
provedores do Estado, mas ainda de forma ineficiente.
Os usuários vibravam com a expectativa
do fim da lentidão. Pelo contrário, além dessa falha outras começaram a surgir,
quedas, oscilações, interrupções e nada de garantias ou informações aos
consumidores.
As empresas provedoras que devem prestar esclarecimentos sobre a
ineficiência relatada pelos clientes na prestação de serviços por elas
realizados e pela interrupção de sinal pelas operadoras, não o fazem, e nem dão
os devidos descontos referente ao período, mas os boletos chegam com os valores
em dias, sem descontos.
Instituto de Defesa do Consumidor (PROCON/AP) – órgão do governo do
Estado - notificou as empresas operadoras de serviço de internet em Macapá, em
atenção ao grande número de reclamações feitas por consumidores relacionadas à
qualidade do serviço prestado.
As empresas devem prestar esclarecimentos sobre a ineficiência relatada
pelos clientes e a interrupção de sinal, sem o devido desconto referente ao
período.
No ano de 2017, o PROCON/AP já registrou 89 reclamações contra essas
operadoras por cobranças indevidas, cancelamento de serviços, serviços não
fornecidos e descumprimento de prazo. Dentre os maiores reclames está o acesso
ao serviço como problemas com menu, indisponibilidade, onerosidade e
inacessibilidade aos deficientes, totalizando 26 reclamações.
De acordo com o diretor-presidente do PROCON/AP, Eliton Chaves Franco, o
instituto atuará intensivamente para que os residentes do Estado não sejam
lesados. “É inadmissível que essas operadoras continuem prestando serviços de
péssima qualidade ao consumidor”.
As empresas notificadas terão até 10 dias para apresentarem suas
justificativas, que serão encaminhadas para análise jurídica.
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