A
REPÚBLICA DE JOELHOS
O país foi bombardeado com a revelação das conversas
gravadas entre os sócios/bandidos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud,
colocando os poderes e as instituições de joelhos.
Os diálogos dos sócios/bandidos, mostram como eles
desdenham das autoridades, dão ar de impunidade e, explicitamente, falam das
relações e das articulações com a Procuradoria Geral da República (PGR), via o
ex-procurador Marcello Miller; dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)
e da então presidente da República, Dilma Rousseff.
O que se depreende é que a verdade veio à tona,
caindo a casa dos sócios/bandidos que correm o risco de terem suas delações
anuladas, total ou parcialmente e os benefícios retirados. Dentre as muitas
dúvidas, uma chama a atenção: As gravações de quatro horas entre os sócios
/bandidos foram no meio das provas das delações entregues a PGR,
propositalmente ou foi um grande vacilo?
O Procurador Rodrigo Janot, que deixa o cargo dia 17
deste mês, estarrecido com que ouviu, determinou a imediata abertura de investigação
para apurar indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes no
processo de negociação para assinatura do acordo de colaboração premiada no
caso JBS.
Na verdade, o que vai se apurar é se o ex-procurador
Marcelo Miller intermediou a delação dos sócios/bandidos, ainda no exercício da
função de procurador; os ministros da corte suprema que os sócios/bandidos da
J&F colocaram sobre suspeita e os conteúdos das conversas que estão nas
gravações que ainda não foram liberadas pelo ministro-relator da Lava-jato
Edson Fachin.
É fato que, se comprovado os crimes dos delatores, a
rescisão do acordo de colaboração será homologada e os benefícios obtidos pelos
delatores são anulados, mas não as provas entregues por eles, é o que prevê a
lei.
De joelhos, vimos, também, as peripécias de Gedel
Vieira Lima, ex-ministro de Lula e Temer que guardo num apartamento, nada mais,
nada menos que R$ 51 milhões, oriundos de propinas, e o depoimento bombástico
de Antônio Palocci, Ministro da Fazenda no governo Lula e ministro-chefe da
Casa Civil do governo Dilma, que entregou todo o esquema de corrupção de Lula e
Dilma ao juiz Sérgio Moro.
É o Brasil sendo passado a limpo, mesmo com pacto de
sangue e conversa de bêbados. Estamos de joelhos.
“Mas,
se ergues da justiça a clava forte
Verás
que um filho teu não foge à luta
Nem
teme, quem te adora, a própria morte”
Carlos Sérgio
Monteiro
Advogado, Consultor
Político e Mestrando e Comunicação Social pelo ISCSP, da Universidade de Lisboa
– Portugal
08/09/2017 às 16:19
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