O QUE QUER A POPULAÇÃO DA ÁREA DA RENCA
Rodolfo Juarez
Depois de
uma semana em que todos tiveram oportunidade de expor o que pensam como
alternativa para o desenvolvimento do Estado do Amapá, eis que duvidas foram
retiradas enquanto outras revelaram a necessidade mediática que têm algumas
personagens de alimentar o seu individualismo e o seu ego.
As voltas
e viravoltas experimentadas ou praticadas pelas autoridades brasileiras, no
caso da extinção da Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca),
localizada parte no Estado do Pará e parte no Estado do Amapá, revelaram o que
alguns representantes, detentores de mandato, interpretam o que deve ou não
deve ser defendido em nome do Amapá.
Independentemente
dos movimentos, das decisões judiciais ou da opinião de figuras internacionais,
nacionais ou locais, a Reserva Nacional de Cobre e seus Associados será aberta,
pois está evidente desde os decretos que foram anteriormente revogados, que os
minerais que se encontram nas áreas exploráveis estão na pauta que evita o
desabastecimento dos recursos minerais do país, que precisa do ouro, da
platina, cobre, ferro manganês e níquel.
A parte
da Reserva que está no Estado do Amapá consta dos territórios dos municípios de
Laranjal do Jari, Mazagão, Porto Grande e Pedra Branca e, a prazo razoável, não
se oberva outro modo de desenvolvimento para aqueles municípios, que vivem
fundamentalmente das transferências constitucionais, como de resto o Estado do
Amapá, e que agora podem sonhar com dias melhores para os habitantes do deste
Estado que precisa encontrar um modo de desenvolvimento.
Mesmo com
essas evidências, políticos com mandato preferiram aderir a outros projetos,
pensados e elaborados fora do Brasil, ou que constam dos sonhos de artistas,
alguns deles que cobram fortunas para apresentar a sua arte no Amapá e que,
neste momento, receberam o afago e afagaram deslumbradas autoridades que
preferiram escolher o lado errado, o lado do discurso inconsequente e que
acredita que conservar como está, basta para atender os interesses dos países
doutros continentes.
O que o
senador Randolfe Rodrigues (Rede) fez durante os últimos dias foi, na prática,
assumir um lado – o dos artistas, dos que vêm a Amazônia de longe e muito
longe, e de seus partidários ideológicos que nunca levantaram uma “palha” pelo
povo do Estado do Amapá.
A
população dos municípios de Laranjal do Jari, Mazagão, Porto Grande e Pedra
Branca experimentam tantas dificuldades, que deverão responsabilizar o senador
pela forma como se colocou contra os interesses daquelas comunidades.
Não há
desculpa. Não dá mais para comparar o tempo em que a ICOMI explorou o manganês
da Serra do Navio com o de agora. Naquele tempo, principalmente no tempo da
assinatura do contrato, as autoridades desconheciam a realidade do local. Agora
não. Todas as autoridades do setor têm obrigação de saber a situação e, em
detalhes, para interpretar a realidade.
Os órgãos
de fiscalização, que têm a responsabilidade de fazer cumprir as regras de
exploração na floresta, não podem alegar que não têm condições. Ora, senão têm
as condições necessárias, que ajam no sentido de dotar as repartições que tomam
conta e pela qual é regiamente pago pelo contribuinte, para que exerça uma
fiscalização de excelência, fazendo valer o seu poder de polícia.
Foi
impressionante também, a ausência dos representantes do Governo Estadual no
debate sobre o tema. Ficar calado, ainda é pior do que aqueles que ignoram os
interesses dos habitantes da Amazônia e preferem defender a teoria daqueles
que, apenas de longe, defendem a Amazônia como “pulmão do mundo”.
Os
habitantes da área de influência direta não têm dúvida sobre a oportunidade da
extinção da Reserva e sabem da chance que isso representa. Entendo que querem
ouvir as justificativas do senador Randolfe Rodrigues lá, no dia em que ele for
conhecer a área. Estão supondo que o movimento se concentra em Macapá devido a
possibilidade de exercitar os requisitos midiáticos que tanto gosta.
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