sexta-feira, 8 de setembro de 2017

CULTURA



SETEMBRO – MÊS DO CIVISMO




5 de Setembro – Dia da Amazônia e da Raça
7 de Setembro – Independência Do Brasil

Reinaldo Coelho
Um país que quer ser grande tem que comemorar suas datas cívicas. Talvez a situação problemática do país esteja relacionada, de alguma forma, com a falta de civismo. Se fôssemos, efetivamente, levados a conhecer e a amar os símbolos nacionais, provavelmente certos problemas não fossem tão sérios, ou melhor, talvez até nem existissem esses problemas. Por outro lado, até a escolha dos políticos seria feita dentro de padrões mais coerentes, se também fosse considerado o grau de civilidade do candidato. Com certeza, agindo assim, possivelmente não teríamos elegido muitos candidatos de má índole, como infelizmente temos feito.
Os brasileiros deverão festejar nesta semana, antigamente denominada Semana da Pátria, duas datas importantes, uma para todos os nortistas e amazônidas – o 5 de Setembro – Dia da Amazônia, além de que nessa mesma data é comemorado o Dia da Raça e a outra para todos os brasileiros o 7 de Setembro, data da Independência do Brasil.
O Dia da Raça foi instituída por Getúlio Vargas em 1937, sendo incorporada à chamada Semana da Pátria. O Amapá incorporou o 13 de setembro, data da criação do então Território Federal, muito festejado pelos amapaenses, como um festejo cívico cultural de grandes magnitudes que mobilizava todo a sociedade, atraindo turistas de todos os recantos do mundo, além ser pauta de documentários da imprensa nacional e internacional.
A programação cívica começava com o desfile do Dia da Raça, na Avenida FAV, o desfile cívico militar com a data de 7 de Setembro, com a participação das Forças Armadas Brasileiras, e o grande desfecho era o apoteótico desfile de 13 de Setembro, que todos os anos trazia um tema por escolas, com direitos a carros alegóricos, alunos estilizadamente trajados e com as bandas e fanfarras escolares faziam da Avenida FAB um palco onde eram apresentadas as histórias do Amapá, da Amazônia e do Brasil. Isso com a participação entusiástica dos alunos, pais e professores, que saiam das salas de aulas e dedicavam-se as confecções das roupas e das logísticas dos desfiles, que mereciam competições e premiações, uma das maiores era o CIVISMO.

Dia da Amazônia

Hoje, temos mais uma data a festejar, o Dia da Amazônia. Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade para o planeta.
A data escolhida faz referência ao dia 5 de Setembro de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do Amazonas (atual Estado do Amazonas).
Não há muitos motivos para comemoração e sim para preocupação. A floresta amazônica atualmente está ameaçada pelos constantes desmatamentos ilegais, afetando diretamente a fauna e a flora da região, causando desequilíbrios e crises ambientais a nível global. Esta semana estamos sofrendo um vai e vem sobre a RENCA, com o governo liberando, os ambientalistas protestando, e os amazônidas sem ser serem consultados.

Dados Importantes sobre a Amazônia

Com uma área de aproximadamente 5,5 milhões de quilômetros apenas de floresta, a Amazônia está presente em 8 Estados brasileiros: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Tocantins e parte do Maranhão e Mato Grosso.
Na América do Sul compreende os seguintes países: Suriname, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Peru e Equador.
O clima na região amazônica é predominantemente equatorial/quente e úmido.
Outro recorde da Amazônia é a sua bacia hidrográfica. Com cerca de 7 milhões de quilômetros de extensão, os principais rios da região são: Amazonas (maior do mundo em extensão), Negro, Trombetas, Japurá, Madeira, Xingu, Tapajós, Purus e Juruá (todos afluentes do Rio Amazonas).

Dia da Raça

Dia da Raça, uma aberração num país como o Brasil, formado praticamente por todas as raças existentes no mundo, querer homenagear a raça brasileira, sabidamente inexistente. A nação é formada por brasileiros natos, quer oriundos das raças branca, negra ou amarela. Em nosso calendário de efemérides temos tanto o Dia do Índio como o Dia da Abolição dos Escravos, em 13 de Maio, e este não deixa de ser uma homenagem à integração dos negros como brasileiros de plenos direitos de cidadania. Em nós cabe um pouco da história e da cultura de vários povos e, consequentemente, também cabe um pedaço enorme da humanidade. A raça brasileira deve ser celebrada por ser única, por ser o que nos une, o que nos integra e o que nos diferencia nesse mundo cada vez mais cheio de igualdades!

7 de setembro e o civismo atual

A Independência do Brasil é o marco maior da História Brasileira, ela foi o sonho dos inconfidentes, foi o desafio pátrio de Dom Pedro, que, mesmo sendo português, houve por bem tirar o Brasil do domínio de Portugal. Que acontecimentos o teriam levado a proclamar a Independência? Os motivos que culminaram com a Independência, hoje são meros relatos nos livros de História, que os alunos ouvem e esquecem logo depois. Parece até que esses motivos não têm nenhuma relação efetiva com a vivência dos dias atuais, o que é um erro lamentável, pois a História é um eterno continuar e é somente conhecendo o passado que se pode fazer o presente e projetar o futuro.
Lembro-me que quando eu era menino, cantar o Hino Nacional nas escolas e hastear a Bandeira Nacional, não eram atividades exclusivas do dia 7 de Setembro, pois isso ocorria todos os dias, antes das entradas dos alunos às salas de aulas. Cabe ressaltar que todos os alunos cantavam o hino e havia até uma competição, para ver quem iria hastear a bandeira. Só os melhores alunos conseguiam atingir tal façanha. Hoje, no entanto, é possível e até bem provável, que muitos alunos saiam da escola sem saber a letra do Hino Nacional Brasileiro e, o que é pior, sem nunca terem visto e muito menos participado do hasteamento da Bandeira Nacional.
Outros hinos e canções cívicas, que guardam e que identificam determinadas datas ou símbolos nacionais, estaduais ou municipais se quer, são ouvidos nos dias de hoje. Isto é, a maioria das pessoas, principalmente os jovens, nem sabe que eles existem. Aliás, teríamos um misto de dúvida e de medo da resposta que um aluno de hoje daria se lhe fosse perguntado, por exemplo: o que é um símbolo nacional?

O desfile cívico do dia 7 de Setembro, que antigamente era obrigatório às escolas, hoje, infelizmente, não existe – ou, quando muito, é facultativo. Em consequência disso, pouca gente vê ou participa do mesmo. Não há mais aquela efusão das pessoas pelas datas cívicas.

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