SETEMBRO – MÊS DO CIVISMO
5 de Setembro – Dia da
Amazônia e da Raça
7 de Setembro – Independência
Do Brasil
Reinaldo Coelho
Um país que quer ser grande tem que comemorar
suas datas cívicas. Talvez a situação problemática do país esteja relacionada,
de alguma forma, com a falta de civismo. Se fôssemos, efetivamente, levados a
conhecer e a amar os símbolos nacionais, provavelmente certos problemas não
fossem tão sérios, ou melhor, talvez até nem existissem esses problemas. Por
outro lado, até a escolha dos políticos seria feita dentro de padrões mais
coerentes, se também fosse considerado o grau de civilidade do candidato. Com
certeza, agindo assim, possivelmente não teríamos elegido muitos candidatos de
má índole, como infelizmente temos feito.
Os brasileiros deverão festejar nesta semana,
antigamente denominada Semana da Pátria, duas datas importantes, uma para todos
os nortistas e amazônidas – o 5 de Setembro – Dia da Amazônia, além de que
nessa mesma data é comemorado o Dia da Raça e a outra para todos os brasileiros
o 7 de Setembro, data da Independência do Brasil.
O Dia da Raça foi instituída por Getúlio
Vargas em 1937, sendo incorporada à chamada Semana da Pátria. O Amapá
incorporou o 13 de setembro, data da criação do então Território Federal, muito
festejado pelos amapaenses, como um festejo cívico cultural de grandes
magnitudes que mobilizava todo a sociedade, atraindo turistas de todos os recantos
do mundo, além ser pauta de documentários da imprensa nacional e internacional.
A programação cívica começava com o desfile
do Dia da Raça, na Avenida FAV, o desfile cívico militar com a data de 7 de Setembro,
com a participação das Forças Armadas Brasileiras, e o grande desfecho era o
apoteótico desfile de 13 de Setembro, que todos os anos trazia um tema por
escolas, com direitos a carros alegóricos, alunos estilizadamente trajados e
com as bandas e fanfarras escolares faziam da Avenida FAB um palco onde eram
apresentadas as histórias do Amapá, da Amazônia e do Brasil. Isso com a
participação entusiástica dos alunos, pais e professores, que saiam das salas
de aulas e dedicavam-se as confecções das roupas e das logísticas dos desfiles,
que mereciam competições e premiações, uma das maiores era o CIVISMO.
Dia da Amazônia
Hoje, temos mais uma data a festejar, o Dia
da Amazônia. Esta data foi criada com o intuito de conscientizar as pessoas
sobre a importância da maior floresta tropical do mundo e da sua biodiversidade
para o planeta.
A data escolhida faz referência ao dia 5 de Setembro
de 1850, quando o Príncipe D. Pedro II decretou a criação da Província do
Amazonas (atual Estado do Amazonas).
Não há muitos motivos para comemoração e sim
para preocupação. A floresta amazônica atualmente está ameaçada pelos
constantes desmatamentos ilegais, afetando diretamente a fauna e a flora da
região, causando desequilíbrios e crises ambientais a nível global. Esta semana
estamos sofrendo um vai e vem sobre a RENCA, com o governo liberando, os
ambientalistas protestando, e os amazônidas sem ser serem consultados.
Dados Importantes sobre a Amazônia
Com uma área de aproximadamente 5,5 milhões
de quilômetros apenas de floresta, a Amazônia está presente em 8 Estados
brasileiros: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Tocantins e parte
do Maranhão e Mato Grosso.
Na América do Sul compreende os seguintes
países: Suriname, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela, Colômbia, Peru e
Equador.
O clima na região amazônica é
predominantemente equatorial/quente e úmido.
Outro recorde da Amazônia é a sua bacia
hidrográfica. Com cerca de 7 milhões de quilômetros de extensão, os principais
rios da região são: Amazonas (maior do mundo em extensão), Negro, Trombetas,
Japurá, Madeira, Xingu, Tapajós, Purus e Juruá (todos afluentes do Rio
Amazonas).
Dia da Raça
Dia da Raça, uma aberração num país como o
Brasil, formado praticamente por todas as raças existentes no mundo, querer
homenagear a raça brasileira, sabidamente inexistente. A nação é formada por
brasileiros natos, quer oriundos das raças branca, negra ou amarela. Em nosso
calendário de efemérides temos tanto o Dia do Índio como o Dia da Abolição dos
Escravos, em 13 de Maio, e este não deixa de ser uma homenagem à integração dos
negros como brasileiros de plenos direitos de cidadania. Em nós cabe um pouco
da história e da cultura de vários povos e, consequentemente, também cabe um
pedaço enorme da humanidade. A raça brasileira deve ser celebrada por ser
única, por ser o que nos une, o que nos integra e o que nos diferencia nesse
mundo cada vez mais cheio de igualdades!
7 de setembro e o civismo atual
A Independência do Brasil é o marco maior da
História Brasileira, ela foi o sonho dos inconfidentes, foi o desafio pátrio de
Dom Pedro, que, mesmo sendo português, houve por bem tirar o Brasil do domínio
de Portugal. Que acontecimentos o teriam levado a proclamar a Independência? Os
motivos que culminaram com a Independência, hoje são meros relatos nos livros
de História, que os alunos ouvem e esquecem logo depois. Parece até que esses
motivos não têm nenhuma relação efetiva com a vivência dos dias atuais, o que é
um erro lamentável, pois a História é um eterno continuar e é somente
conhecendo o passado que se pode fazer o presente e projetar o futuro.
Lembro-me que quando eu era menino, cantar o
Hino Nacional nas escolas e hastear a Bandeira Nacional, não eram atividades
exclusivas do dia 7 de Setembro, pois isso ocorria todos os dias, antes das
entradas dos alunos às salas de aulas. Cabe ressaltar que todos os alunos
cantavam o hino e havia até uma competição, para ver quem iria hastear a
bandeira. Só os melhores alunos conseguiam atingir tal façanha. Hoje, no
entanto, é possível e até bem provável, que muitos alunos saiam da escola sem
saber a letra do Hino Nacional Brasileiro e, o que é pior, sem nunca terem
visto e muito menos participado do hasteamento da Bandeira Nacional.
Outros hinos e canções cívicas, que guardam e
que identificam determinadas datas ou símbolos nacionais, estaduais ou
municipais se quer, são ouvidos nos dias de hoje. Isto é, a maioria das
pessoas, principalmente os jovens, nem sabe que eles existem. Aliás, teríamos
um misto de dúvida e de medo da resposta que um aluno de hoje daria se lhe
fosse perguntado, por exemplo: o que é um símbolo nacional?
O desfile cívico do dia 7 de Setembro, que
antigamente era obrigatório às escolas, hoje, infelizmente, não existe – ou,
quando muito, é facultativo. Em consequência disso, pouca gente vê ou participa
do mesmo. Não há mais aquela efusão das pessoas pelas datas cívicas.
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