sexta-feira, 8 de setembro de 2017

SAÚDE EM FOCO

        ENTRE AS MATAS, A “RENCA” DA DOENÇA OCULTA NA AMAZÔNIA 
           Relembrando a manchete do Tribuna Amapaense ( edição 571), dos jornais televisivos e das últimas noticias sobre a Amazônia, venho dar minha visão sobre as questões que estão sendo colocadas por artistas e jornalistas sobre a liberação de áreas protegidas e preservadas da Amazônia para exploração, como o caso da RENCA. Busquei argumentos  em artigo publicado no TA em 06.03.2017, antes de toda essa questão, com o tema “Biomas amazônicos: saúde e qualidade de vida”. 
            A criação de áreas protegidas no Amapá tem no Parque Montanhas do Tumucumaque um exemplo bem claro. Foi criado na gestão FHC, em 2002, sem ouvir os parlamentares amapaenses, o governo estadual, as prefeituras locais e muito menos a população. Foi criado por decreto e anunciado em encontro ambiental internacional da ONU, como uma “contribuição ambiental” do Brasil ao mundo.
        Consta em meu artigo antes citado:
1. A DEFESA DO HOMEM AMAZÔNICO : defender e preservar a sóciobiodiversidade dos biomas brasileiros é o mesmo que defender o meio ambiente e os habitantes que residem nesses espaços geográficos.
2. ALTERAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E SAÚDE:  A degradação do meio por projetos que alteram a dinâmica dos biomas causam não só a destruição dos animais, aves e plantas, que lá existiam, mas também abre caminho para doenças diversas, pois altera a cadeia produtiva que alimentam os habitantes.
3.  PROJETO QUE GERAM DOENÇAS: as barragens e hidroelétricas geram energia, mas também degradam os rios, levando a formação de lagos artificiais que se tornam criadouros artificiais dos vetores transmissores de doenças, como Malária, Dengue , Zica e Chikungunya e outras arboviroses.
        Mas entre deixar uma árvore em pé que nada produz, um cerrado improdutivo, uma mata intacta e um rio escondido e intrafegável, prefiro defender o homem, o caboclo, o ribeirinho, o castanheiro e seringueiro, que tira o fruto da terra para sobreviver. 
         Os que defendem a Amazônia, com discursos filosóficos de “conservadorismo barato”, mas que vivem nas coberturas de arranha-céus, com iates e carros de luxo, deveriam primeiro conhecer e sentir as condições em que vivem o povo amazônida, que moram perto dos rios, os extrativistas, os índios e as comunidades interioranas da região. Falam sem conhecimento de causa, pois vivem na cidade, possuem renda, hospitais e boas escolas.  Até mesmo nossos políticos desconhecem isso.
        Portanto, a Amazônia está em foco, com discursos de que “a mata  é nossa”, mas esquecem de defender o homem que nela vive, mora em palafitas, adoece e não tem posto médico, os filhos remam quilômetros para ir à escola , que não tem emprego e nem salário, que mendigam uma esmola quando os barcos passam nos rios. Mata virgem sem oferecer condições de vida aos habitantes, nada ajuda a população.
        Os governos, parlamentares e gestores que não defendem a Amazônia, deixando nossa fauna e flora a mercê da biopirataria e do comercio internacional, esquecem e ignoram que muitas plantas e produtos biológicos amazônicos possuem potencialidades diversas ( medicinal, farmacêutica, alimentícia, estética, etc). Porém, toda essa potencialidade, sem conhecimento, pesquisa e tecnologia, não tem valor. 
      Assim concluí meu artigo “Biomas amazônicos: saúde e qualidade de vida”:  “Para termos qualidade de vida e, por conseguinte, saúde pública, precisamos de algumas mudanças: um novo modelo de desenvolvimento autossustentável; uma cultura e educação ambiental desde a infância; retirar o sustento do ambiente sem degradação e destruição; dar valor  aos produtos oriundos dos biomas, visando gerar renda e valor cultural para a economia local.  Valorizando e preservando os biomas amazônicos, teremos os efeitos benéficos sobre a saúde e o meio ambiente. Respeitar os biomas é também respeitar a vida humana”. JARBAS ATAÍDE, 04.09.2017

 
           


     

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ARTIGO DO GATO - Amapá no protagonismo

 Amapá no protagonismo Por Roberto Gato  Desde sua criação em 1988, o Amapá nunca esteve tão bem colocado no cenário político nacional. Arri...