sábado, 14 de outubro de 2017

Artigo do Rei





Violência e inserção social do jovem de periferia urbana

As cidades de Macapá e Santana vem nos últimos anos sofrendo com o crescimento descontrolado da violência urbana, sobretudo, associada ao tráfico de drogas na periferia. A expansão de bairros sem a mínima estrutura habitacional, verdadeiras favelas em áreas insalubres, alagadas e de difícil acesso e a ausência de instituições de serviços essenciais nesses locais, leva os seus moradores a uma baixa estima, principalmente dos jovens, que tem nas passarelas suas avenidas e ruas para se mobilizarem, são moradores periféricos de seus próprios bairros.
Nestas comunidades, há descarte clandestino de resíduos, bolsões de entulhos e lançamento de esgoto in natura nas áreas de ressaca ou na própria rua. Não existem áreas verdes nem áreas destinadas ao lazer da população local. As atividades econômicas estão ligadas ao pequeno comércio e ao setor de serviço informal, representado principalmente por vendedores, cabeleireiras e manicures. Roubos, furtos, brigas, mortes, ações policiais e uso de entorpecentes são fatos cotidianos. É uma região considerada de grande violência de jovens. Em razão das carências socioeconômicas e dos índices de violênciaurbana e criminalidade que apresentam.
As escolas, postos médicos e praças estão em áreas urbanizadas de seus próprios bairros, e eles se tornam“visitantes indesejáveis”, poiscomo acontece no Rio de Janeiro favelado é ladrão, drogado e traficante, e no Amapá morador de baixada e de ressacas são tachados do mesmo preconceito.
O jovem é o que mais sofre com essa situação, principalmente o adolescente, que é revoltado por natureza e não aceita ser tratado como escoria, e nem deveria o ser. Em geral o jovem pobre é associado à periculosidade por habitar locais que são percebidos como degradante em termos sociais e morais. Difunde-se uma percepção que tende a igualar jovens pobres e de periferia como desordeiros perigosos.
Dificuldades escolares, violência, criminalidade e delinquência juvenil são comumente relacionadas ao desajustamento familiar. Isso contribui para uma identificação de jovens da periferia como perigosos e facilita a imposição de políticas de segregação e confinamento dessa população.
Assim, viver em um determinado locais periféricos, seja em Macapá, Santana. Laranjal do Jari ou Rio de Janeiro e São Paulo tem implicações sociais e pessoais, e a exclusão social aparece como categoria explicativa para refletir sobre os modos de inserção social dessa população.
A maioria dos jovens segregados frequentam lugares que denominam "baladas", shows de funk, e ainda visitam a casa de amigos, jogam bola, videogame e ouvem música. Em sua maioria não frequentam igrejas nem fazem referência a qualquer religião, exceto por algum deboche, com manifestações como risadas dirigidas aos que a frequentam.
Em geral, os espaços de convivência são marcados por episódios de violência, muitas vezes protagonizados por eles mesmos. E esse conjunto de situações os igualam e acabam formandos grupos e que depois se transformam em gangues.
A maioria têm menos de 16 anos. Percebe-se uma exposição constante desses jovens às drogas, tentativas de contato desse grupo com os jovens de outros grupos, se pautam por conflitos e agressões. Vão aos shoppings, mas frequentemente brigam e são expulsos pela segurança, o que reforça que os jovens dos estratos mais empobrecidos da população devem ser mantidos a distância. Fatos como esses apontam para o processo de exclusão dos jovens pobres de periferia e reforçam a ideia de periculosidade da juventude pobre e a necessidade de separar esses jovens dos pertencentes aos outros estratos socioeconômicos.

E ai entra o comando do Crime Organizado, recrutam esses jovens, já maltratados pela pobreza e baixa estima, e oferecem o “inferno de um paraíso mortal”, eles ao ingressarem no crime tem prazo de validade vencido, serão jovens que estarão na mira de outras gangues, da polícia e o pior do próprio recrutador que os executas para mostrarem o poder da opressão, do medo que é o comando. Temos de olhá-los como jovens que necessitam da sociedade de maneira unida, é nossa a responsabilidade de mantê-los vivos e bem atendidos pelos poderes que constitucionalmente os deveriam protegê-los.

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