Violência
e inserção social do jovem de periferia urbana
As cidades de Macapá e Santana vem nos
últimos anos sofrendo com o crescimento descontrolado da violência urbana,
sobretudo, associada ao tráfico de drogas na periferia. A expansão de bairros
sem a mínima estrutura habitacional, verdadeiras favelas em áreas insalubres,
alagadas e de difícil acesso e a ausência de instituições de serviços
essenciais nesses locais, leva os seus moradores a uma baixa estima,
principalmente dos jovens, que tem nas passarelas suas avenidas e ruas para se
mobilizarem, são moradores periféricos de seus próprios bairros.
Nestas comunidades, há descarte clandestino
de resíduos, bolsões de entulhos e lançamento de esgoto in natura nas áreas de
ressaca ou na própria rua. Não existem áreas verdes nem áreas destinadas ao
lazer da população local. As atividades econômicas estão ligadas ao pequeno comércio
e ao setor de serviço informal, representado principalmente por vendedores,
cabeleireiras e manicures. Roubos, furtos, brigas, mortes, ações policiais e
uso de entorpecentes são fatos cotidianos. É uma região considerada de grande
violência de jovens. Em razão das carências socioeconômicas e dos índices de
violênciaurbana e criminalidade que apresentam.
As escolas, postos médicos e praças estão em
áreas urbanizadas de seus próprios bairros, e eles se tornam“visitantes
indesejáveis”, poiscomo acontece no Rio de Janeiro favelado é ladrão, drogado e
traficante, e no Amapá morador de baixada e de ressacas são tachados do mesmo
preconceito.
O jovem é o que mais sofre com essa situação,
principalmente o adolescente, que é revoltado por natureza e não aceita ser
tratado como escoria, e nem deveria o ser. Em geral o jovem pobre é associado à
periculosidade por habitar locais que são percebidos como degradante em termos
sociais e morais. Difunde-se uma percepção que tende a igualar jovens pobres e
de periferia como desordeiros perigosos.
Dificuldades escolares, violência,
criminalidade e delinquência juvenil são comumente relacionadas ao
desajustamento familiar. Isso contribui para uma identificação de jovens da
periferia como perigosos e facilita a imposição de políticas de segregação e
confinamento dessa população.
Assim, viver em um determinado locais
periféricos, seja em Macapá, Santana. Laranjal do Jari ou Rio de Janeiro e São
Paulo tem implicações sociais e pessoais, e a exclusão social aparece como
categoria explicativa para refletir sobre os modos de inserção social dessa
população.
A maioria dos jovens segregados frequentam lugares
que denominam "baladas", shows de funk, e ainda visitam a casa de
amigos, jogam bola, videogame e ouvem música. Em sua maioria não frequentam
igrejas nem fazem referência a qualquer religião, exceto por algum deboche, com
manifestações como risadas dirigidas aos que a frequentam.
Em geral, os espaços de convivência são
marcados por episódios de violência, muitas vezes protagonizados por eles
mesmos. E esse conjunto de situações os igualam e acabam formandos grupos e que
depois se transformam em gangues.
A maioria têm menos de 16 anos. Percebe-se
uma exposição constante desses jovens às drogas, tentativas de contato desse
grupo com os jovens de outros grupos, se pautam por conflitos e agressões. Vão
aos shoppings, mas frequentemente brigam e são expulsos pela segurança, o que
reforça que os jovens dos estratos mais empobrecidos da população devem ser
mantidos a distância. Fatos como esses apontam para o processo de exclusão dos
jovens pobres de periferia e reforçam a ideia de periculosidade da juventude
pobre e a necessidade de separar esses jovens dos pertencentes aos outros
estratos socioeconômicos.
E ai entra o comando do Crime Organizado,
recrutam esses jovens, já maltratados pela pobreza e baixa estima, e oferecem o
“inferno de um paraíso mortal”, eles ao ingressarem no crime tem prazo de
validade vencido, serão jovens que estarão na mira de outras gangues, da polícia
e o pior do próprio recrutador que os executas para mostrarem o poder da
opressão, do medo que é o comando. Temos de olhá-los como jovens que necessitam
da sociedade de maneira unida, é nossa a responsabilidade de mantê-los vivos e
bem atendidos pelos poderes que constitucionalmente os deveriam protegê-los.
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